• vinte seis

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B e r n a r d o

- papai, a Malu não está respondendo.

- ela deve estar se arrumando, filha, ela já vai subir. - ela concordou.

Terminei de pentear seu cabelo e coloquei o laço cor de rosa no topo da sua cabeça.

- estou bonita? - Sam girou e parou fazendo pose.

- está linda, você e a Malu escolheram um lindo vestido.

- também acho, na verdade foi ideia da Malu, eu só concordei. - eu ri.

- imaginei, agora corre no quarto do papai e pega o presente pra vovó. - ela saiu correndo.

Malu tinha falado comigo pela manhã, depois não me respondeu mais. Hoje é aniversário da minha mãe, são 06:00PM e a festa começa às 07:00PM, mas como ela quer que a gente chegue mais cedo, iamos sair daqui a pouco, mas Malu ainda não tinha dado nenhum sinal se estava pronta ou não.

- droga! - falei quando seu celular caiu na caixa postal pela 5° vez. - onde você se meteu, Malu?

- aqui, papai. - Sam apareceu com o embrulho. - será que ela vai gostar?

- ela tem que gostar, não foi nada barato essa passagem pra Dubai. - ri de nervoso. - vou pagar até eu morrer.

- falou com a Malu? - sorri fraco.

- não consegui, filha, talvez ela esteja atrasada, podemos bater no apartamento dela, quer? - ela concordou. - tudo bem, pegou tudo?

- sim, eu to com a chave do carro. - ela saiu na frente.

- tudo bem, mocinha. - fechei a casa.

Esperamos o elevador e descemos até o andar dela, estava tudo vazio e em silêncio, Sam correu até a porta do 605 e bateu, esperando ser respondida por Malu, mas, pelo que parecia ela não estava em casa.

Tentei ligar pra ela mais uma vez, chamou, chamou e nada de alguém atender.

- papai, ela sumiu?

- não, meu amor, a bateria deve ter acabado. - tentei acalmar ela. - eu posso te deixar na festa e tentar fa..  - fui interrompido pelo som do elevador abrindo.

- a Malu chegou. - Sam gritou animada e correu até ela.

- oi minha linda. - ela sorriu fraco. - ai meu deus, desculpa. - ela não me encarou. - eu acabei esquecendo da festa, não vou conseguir ir, pequena.

- por que? - Sam perguntou desanimada.

- eu preciso resolver umas coisas importantes.

- ah. - Sam fez uma cara triste.

- filha, nós já vamos, pega aqui. - entreguei meu celular pra ela. - o que aconteceu com você, eu te liguei várias vezes, fiquei preocupado.

- desculpa, meu celular descarregou. - ela estava evitando contato visual comigo.

- você está bem? - ela concordou. - você parece.. - toquei seu rosto e fui interrompido.

- não, não, eu.. - seu celular tocou. - droga. - ela desligou o mesmo. - eu.. eu to.. - ele tocou novamente. - merda.

- seu celular não tinha descarregado?

- é, pelo menos eu achei que tinha, quer saber, vocês têm que ir ao aniversário da Katherine e vocês já estão atrasados. - ela sorriu fraco.

- você quer que eu te busque mais tarde? da tempo de você.. - ela me interrompeu.

- não, não precisa, eu não quero ir, não estou me sentindo bem, preciso resolver algumas coisas e depois vou dormir, preciso do meu espaço. - franzi a testa.

- Malu.. - ela não deixou eu terminar.

- Bernardo, para, eu não quero fazer isso na frente da Sam. - a olhei, a mesma estava distraída. - eu não queria que fosse assim.. - seu celular tocou de novo.

- tá, tem algo acontecendo, por que você não quer atender o celular? - ela me encarou. - o que está acontecendo?

- Bernardo. - ela fechou os olhos e respirou fundo. - você precisa ir.

- Malu.

- Bernardo, por favor, vai.

- você tá estranha, me conta o que aconteceu?

- VAI EMBORA, BERNARDO. - ela gritou.

- papai? - Sam me chamou assustada.

- por favor, eu to pedindo, vai. - ela disse com os olhos marejados.

- tudo bem, eu vou, mas eu vou voltar.

Peguei Samanta no colo e chamei o elevador, o mesmo não demorou nem 10 segundos para chegar.

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