• dezessete

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B e r n a r d o

Acordei com Samanta pulando em mim, provavelmente eu tinha dormido mais que a cama hoje.

- bom dia, filha. - ela riu.

- oi papai, você dormiu muito. - sorri.

- pois é, o papai estava cansado.

- cansado ou não, não esquece que vamos na vovó almoçar.

- eu sei disso, sua vó não me deixa esquecer nunca. - a agarrei. - vamos tomar um banho pirralha?

- você tá precisando mesmo, humm. - ela riu.

- você também porquinha. - fiz cócegas nela.

××

Samanta já estava pronta na sala, eu estava tomando minha xícara de café enquanto lia meus e-mails no celular. Ele vibrou avisando que tinha recebido uma mensagem.

- oii, gostaria de almoçar com a gente hoje? Baxter está com saudade da Sam.

Malu tinha me enviado uma foto dos dois assistindo alguma coisa na tv.

- esse gato está cada dia mais gordo kkkkkkk

- não fale assim dele, tadinho do meu bebê 😠

- tudo bem, não falo mais desse gorducho.

- Bernardo, para.

- parei, mas temos um pequeno problema, eu e Sam não vamos almoçar em casa hoje.

- poxa, acho que hoje vai ser só eu e o Baxter no almoço então [emoji rindo]

- ou não, se quiser né.

- como assim?

- quer vir almoçar com a gente?

- não precisa, não quero atrapalhar os planos de vocês.

- não vai atrapalhar, a Sam vai adorar te ver.

- só se não for incomodo, jura que não vou atrapalhar nem nada?

- será um prazer ter você conosco [emoji piscando]

- tudo bem, fico pronta em 15 minutos, pode ser?

- pode sim, te esperamos.

- emoji piscando? quem manda isso, que merda Bernardo. - disse pra mim mesmo. - idiota.

Terminei de pegar todas as coisas de Samanta e esperei até o sinal da Malu. Assim que ela avisou, nós descemos e a encontramos no elevador.

- Malu, minha vovó vai gostar de conhecer você. - Sam disse.

A cara de espanto da Malu foi uma das melhores coisas, talvez eu não tenha falado pra ela que íamos na casa da minha mãe, ops.

- Bernardo, por que você não me avisou? - eu ri. - poderia ter me vestido melhor, pensei que íamos em algum lugar por aqui.

Ela estava vestindo um vestido de cor laranja, junto com uma sandália branca, o vestido era solto e marcava muito bem sua cintura. tudo bem, me julguem, mas eu a analisei bem no trajeto até o carro.

- você está linda assim. - ela sorriu. - quer dizer, está ótimo, não precisa se preocupar.

- obrigada. - ela me encarou. - você também está bonito. - sorri.

- que isso, são seus olhos. - ela riu. - que tal uma música?

- boa idéia.

- pode colocar, fique a vontade. - ela negou.

- não, o carro é seu, pode colocar. - ela disse.

- não, eu insisto. - ela me encarou.

- tudo bem. - nós dois falamos ao mesmo tempo.

Ao mesmo tempo que falamos isso, nossas mãos se encontraram no caminho do som, fazendo um arrepio percorrer por todo o meu corpo.

- desculpa. - falamos juntos novamente.

- vocês parecem namorados. - Samanta falou do banco de trás do carro.

- Samanta. - desciei o olhar de Malu e repreendi minha filha.

Malu permaneceu calado até encostar o carro na vaga, sai e tirei Samanta, que saiu correndo pra dentro da casa da avó. Fui até a porta do carona e abri, dando a mão para Malu sair.

- madame. - ela riu.

- obrigada. - pegou minha mão. 

E ali estavam nossas mãos juntas novamente, juntamente com aquele arrepio e pelo que pareceu não era apenas eu que sentia ele.

×

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