• vinte oito

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M a l u

Eu não posso ficar, eu não me perdoaria se algo acontecesse com eles por minha causa, Kevin é uma pessoa que vai fazer de tudo pra me atingir e não liga para nada, pra ele, eu sou dele e ninguém mais pode me ter.

××

B e r n a r d o

Assim que cheguei minha mãe já perguntou sobre a Malu, desconversei e disse que a buscaria depois. Talvez ela tenha acreditado ou apenas fingiu para economizar explicações naquele momento.

- oi, amorzinho. - Augusto chegou com dois copos em mãos. - aceita? - ele estendeu um dos copos.

Não disse nada, apenas peguei o copo e virei de uma vez só, fazendo ele ficar um pouco assustado.

- o que aconteceu irmãozinho? - ele colocou o braço em volta do meu ombro.

- nada, apenas preciso distrair a cabeça pra não sair correndo daqui.

××

- atende, Malu. - liguei pra ela assim que entrei no carro. - por favor.

- alô, Malu?

- Bernardo. - ela disse com uma voz de choro. - desculpa.

- tudo bem, ei, eu estou indo pra sua casa agora.

- não, Bernardo, você não vai me achar.

- do que você está falando?

- eu tenho que ir, não posso fazer vocês passarem por tudo isso.

- você tem que ir pra onde? Malu?

- eu te amo, diga pra Samanta que eu também a amo.

- Malu? por favor, fala comigo, o que você está fazendo? fala comigo.

- eu estou te deixando.

- por que? - meus olhos encheram d'água.

- porque vai ser melhor assim, eu não posso ser a pessoa que você precisa, que a Sam precisa, eu não posso.

"Última chamada para o vôo 567, por favor embarque no portão 277."

- você está no aeroporto?

- eu preciso ir, adeus Bernardo.

- Malu, Malu? não desl..

Ela desligou. Merda. Fiz o retorno e furei todos os sinais possíveis para conseguir chegar a tempo, eu já perdi a Laura, não vou perder a Malu também.

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