• vinte

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B e r n a r d o

- papai, a Malu disse que eu posso ir ver o Baxter quando eu quiser, posso ir amanhã?

Eu beijei ela, ela me beijou, nós nos beijamos e eu pareço um adolescente de 15 anos quando acaba de beijar alguém, eu..

- papai? - encarei minha filha puxando minha camisa.

- oi filha, oi, desculpa.

- você ouviu o que eu falei? - ela cruzou os braços.

- ouvi, não, não ouvi, desculpa princesa.

- tudo bem, eu falei que a Malu falou que eu posso ir ver o Baxter, posso ir amanhã?

- Eu vejo com ela e te aviso, pode ser? - ela concordou com a cabeça. - agora é direto pro banho senhorita sujeira e depois cama.

- não quero banho. - ela fez bico.

- então o senhor cócegas vai te atacar.

- aaa não. - ela saiu correndo. - eu quero banho sim. - eu ri.

×

Samanta já tinha dormido, eu tinha acabado de sair do banho, coloquei uma roupa confortável e me joguei na minha cama, liguei a televisão e coloquei na Netflix, sorri ao ver o filme que estava na minha lista.

- uma linda mulher é bom mesmo?

Enviei uma mensagem pra Malu, ela que tinha mandado eu ver esse filme, dizendo que todo mundo já viu esse filme, menos eu.

- é maravilhoso, assista.

- disse que não gosto de assistir filme sozinho.

- cheio de mania, aff.

- se você viesse aqui assistir comigo.

- hahaha você é engraçado, nem saímos e quer que eu durma .

- não disse que era pra dormir, assistir o filme bom. E nem é como se você não tivesse vindo aqui em casa.

- Baxter sentindo minha falta.

- eu também. - enviei com medo da sua resposta.

- Bernardo, para, por favor.

- KKKKKKKKK por que?

- porque senão eu vou mesmo.

- então vem, não tem nada demais nisso, é apenas um filme.

- se você tentar alguma coisa eu te mato.

- tem a minha palavra.

- abre a porta, vou subir.

Sorri, mas sorri como um verdadeiro idiota. Levantei e a esperei na porta, poucos minutos depois o elevador se abriu. Malu estava usando uma calça xadrez escura, uma blusa cinza e uma pantufa do filme Monstros S.A.

- gostei da pantufa. - eu ri.

- cala a boca. - ela riu. - eu não podia deixar ele sozinho, desculpa. - ela disse com o Baxter no colo.

- tudo bem, solta ele aí. - ela entrou.

- toma. - ela me estendeu um saco de pipoca. - não assisto filme sem pipoca.

- toda cheia de mania, aff. - repeti sua fala.

- engraçadinho.

××

- bem feito suas vacas. - ela disse e eu ri. - o que? elas mereceram, ninguém mandou tratar a Julia Roberts daquele jeito, ai agora que ela ta bem arrumada elas tratam ela bem, ridículo.

- preconceito puro. - ela concordou. - julgam apenas pelo que a pessoa veste.

- imagina um cara chega mal vestido no lugar onde você trabalha, você vai tratar ele mal só pelo jeito das roupas dele, as vezes ele está assim porque quer?

- não, eu vou procurar saber o que a pessoa quer e tentar ajudar, principalmente se for realmente alguém wue necessita, e os meus funcionários sabem disso também, que não se deve tratar ninguém... - ela franziu a testa. - que foi?

- perai, seus funcionários, você trabalha em que?  - ela sentou.

- na empresa do meu pai.

- puta merda, você é dono de uma empresa? - ela arregalou os olhos.

×

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