B e r n a r d o
1 semana depois
- papai? - a encarei. - você não acha que tá na hora de você conhecer uma Bela também? - eu ri.
- mas eu não sou um príncipe que foi transformado em fera. - ela riu.
- mas você precisa de uma princesa, não acha?
- filha, eu não.. - ela me interrompeu.
- eu só estou dizendo que a mamãe se foi, mas você ainda pode casar de novo, né? - ela perguntou e abriu a boca com sono. - é porque eu quero entrar na igreja com um vestido bonito.
- podemos falar disso outra hora, agora está na hora de dormir, gatinha.
- aham, mas.. - ela abriu a boca de novo. - eu tô com sono.
- tô vendo. - sorri.
Samanta deitou no meu colo e eu mexi em seu cabelo. Ela de vez em quando tocava nesse assunto, pelo menos sempre que ela via um filme de princesa com casamentos.
××
- então quer dizer que Bernardo Maldonado conheceu alguém?
- não, eu não disse isso, Augusto. - ele riu. - eu disse que chamei ela pra fazer biscoitos com a Sam, na verdade foi a Sam e agora nós estamos conversando.
- usando a filha como pretexto, esperto. - ele riu.
- eu nunca faria isso, seu idiota, mas foi a Sam que chamou ela.
- sua filha é mais pra frente que você em cara. - nós rimos.
- ela tem o jeito da Laura, não só a aparência. - sorri.
- a Laura era incrível.
- sim, ela era uma mulher incrível. - alguém bateu na porta. - pode entrar.
- Be, tio Maurício quer almoçar com você hoje e falar sobre o contrato dos portugueses. - revirei os olhos. - e não revira o olho, senão eu conto pra ele. - ela riu.
- larga de ser chata, Gabriela. - Augusto disse.
- cala a boca, Augusto. - ela deu língua pra ele.
- se amem depois, casal. - os dois me deram dedo. - Gabi, preciso da papelada na minha mesa quando eu voltar.
- sim, senhor capitão. - ela fez graça.
- engraçadinha. - peguei meu casaco na cadeira e vesti. - e Augusto?
- fala Bernardinho. - ele me encarou.
- sai da minha sala, agora. - ele riu. - eu não estou brincando. - fechei a cara.
- tô saindo, calma amorzinho. - ele pegou uma bala no pote sobre a mesa e passou por mim sorrindo.
- seu merda. - deu um tapa nele.
- você tem sorte que estamos na sua empresa, senão eu te quebrava no meio.
- a empresa é do meu pai, não minha.
- quando ele morrer vai ser de quem? minha? seu besta.
- vaza e nada de se pegarem no banheiro. - olhei para Gabriela e Augusto.
Os dois se olharam e me olharam depois, Gabriela revirou os olhos e Augusto começou a rir.
- eu vejo tudo seus otários. - pisquei pra eles.
××
Samanta já estava dormindo, a cozinha já estava limpa e o relógio marcava 9:32PM, fiz uma xícara de café e comecei a trabalhar em alguns papéis. O relógio marcava 10:20PM ouvi um barulho alto e dei um pulo da cadeira, tentei entender o que tinha acontecido, até o barulho acontecer de novo, e eu perceber que era alguém batendo na porta, pra ser mais exato, esmurrando a porta da frente.
Me levantei e fui andando calmamente até a porta, eu não sabia quem era.
- Bernardo. - pelo menos não até a pessoa gritar meu nome.
×
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| My Little Girl |
Romance"Você me faz sentir de novo o que eu já não sentia mais."