• quatorze

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B e r n a r d o

1 semana depois

- papai? - a encarei. - você não acha que tá na hora de você conhecer uma Bela também? - eu ri.

- mas eu não sou um príncipe que foi transformado em fera. - ela riu.

- mas você precisa de uma princesa, não acha?

- filha, eu não.. - ela me interrompeu.

- eu só estou dizendo que a mamãe se foi, mas você ainda pode casar de novo, né? - ela perguntou e abriu a boca com sono. - é porque eu quero entrar na igreja com um vestido bonito.

- podemos falar disso outra hora, agora está na hora de dormir, gatinha.

- aham, mas.. - ela abriu a boca de novo. - eu tô com sono.

- tô vendo. - sorri.

Samanta deitou no meu colo e eu mexi em seu cabelo. Ela de vez em quando tocava nesse assunto, pelo menos sempre que ela via um filme de princesa com casamentos.

××

- então quer dizer que Bernardo Maldonado conheceu alguém?

- não, eu não disse isso, Augusto. - ele riu. - eu disse que chamei ela pra fazer biscoitos com a Sam, na verdade foi a Sam e agora nós estamos conversando.

- usando a filha como pretexto, esperto. - ele riu.

- eu nunca faria isso, seu idiota, mas foi a Sam que chamou ela.

- sua filha é mais pra frente que você em cara. - nós rimos.

- ela tem o jeito da Laura, não só a aparência. - sorri.

- a Laura era incrível.

- sim, ela era uma mulher incrível. - alguém bateu na porta. - pode entrar.

- Be, tio Maurício quer almoçar com você hoje e falar sobre o contrato dos portugueses. - revirei os olhos. - e não revira o olho, senão eu conto pra ele. - ela riu.

- larga de ser chata, Gabriela. - Augusto disse.

- cala a boca, Augusto. - ela deu língua pra ele.

- se amem depois, casal. - os dois me deram dedo. - Gabi, preciso da papelada na minha mesa quando eu voltar.

- sim, senhor capitão. - ela fez graça.

- engraçadinha. - peguei meu casaco na cadeira e vesti. - e Augusto?

- fala Bernardinho. - ele me encarou.

- sai da minha sala, agora. - ele riu. - eu não estou brincando. - fechei a cara.

- tô saindo, calma amorzinho. - ele pegou uma bala no pote sobre a mesa e passou por mim sorrindo.

- seu merda. - deu um tapa nele.

- você tem sorte que estamos na sua empresa, senão eu te quebrava no meio.

- a empresa é do meu pai, não minha.

- quando ele morrer vai ser de quem? minha? seu besta.

- vaza e nada de se pegarem no banheiro. - olhei para Gabriela e Augusto.

Os dois se olharam e me olharam depois, Gabriela revirou os olhos e Augusto começou a rir.

- eu vejo tudo seus otários. - pisquei pra eles.

××

Samanta já estava dormindo, a cozinha já estava limpa e o relógio marcava 9:32PM, fiz uma xícara de café e comecei a trabalhar em alguns papéis. O relógio marcava 10:20PM ouvi um barulho alto e dei um pulo da cadeira, tentei entender o que tinha acontecido, até o barulho acontecer de novo, e eu perceber que era alguém batendo na porta, pra ser mais exato, esmurrando a porta da frente.

Me levantei e fui andando calmamente até a porta, eu não sabia quem era.

- Bernardo. - pelo menos não até a pessoa gritar meu nome.

×

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