Capítulo 37

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   O orfanato... está pegando fogo em algumas partes. Parece que algo atingiu a frente do orfanato, pois tem três buracos grandes na frente em locais diferentes. Perto da janela do lado esquerdo no único andar que tem, está em chamas! A mais chamas do lado direito também, entretanto  esta parte está detonada... caiu a parte de baixo e a parte que sobrou de cima ainda se sustenta de modo que dá para notar que a qualquer segundo vá desmoronar de vez. Também tendo chamas onde está desmoronado.

   O cheiro de queimado está horrível e a muita fumaça preta saindo deixando ele evidente no céu azul.. Meu coração parece sair do peito de tão forte que está batendo! Um estrondo me faz acordar do pânico que me tomou. Respirando fortemente e sem pensar muito bem nas atitudes, corro em direção aos portões do orfanato e o abro com força. Pego na maçaneta da porta toda desengonçada, por conta do nervosismo e quase não consigo abrir a porta.

— DONA JESSICA?! CRIANÇAS!? ALGUÉM?!
— saio gritando no que restou do Hall de entrada do orfanato assim que entrei. Acabei tossindo em seguida a fumaça estava por aqui também.

   O lado em que vai em direção a cozinha está bloqueada por madeira e concreto, a muita poeira e fumaça misturada. Tem fogo em um outro cantinho do Hall, isso vai acabar aumentando de tamanho, o chão e de madeira e não tem extintor aqui.

— SOCORRO!

   Ouvi duas vozes pedirem ajuda ao mesmo tempo. E olhei para cima com dificuldade, no pé da escada, vinha um menino e uma menina com as mãos segurando as golas das suas blusas para cima dos narizes, para se protegerem da fumaça.

—Tia?! — disseram em uníssono.

— é você mesmo? —  reconheci Diogo que perguntou alto mesmo o som da sua voz sendo abafada pela sua camisa.

— crianças! Vamos depressa sair daqui! Cuidado na escada tem uma parte quebrada. — então desceram correndo — vamos! — os conduzi depressa pelo lado de fora.

— tem mais gente lá? — perguntei as pressas assim que tirei eles de lá.

— aham... — Sara soluçou.— a Dona Jessica... e os outros estão... presos nos quarto. Mas tem outros em algum lugar... não sei ao certo... — ela começou a tossir e as lágrimas vindo a tona.

— muita gritaria...— Diogo respondeu me olhando com medo.

— fiquem aqui, vou procurar os outros. — mandei e corri as pressas novamente.

   Corri lá dentro de novo. Subi as escadas depressa, porém tentando ter cuidado.
   Chegando no corredor onde leva aos quartos, tinha muita fumaça, destroços. O teto parecia que iria cair, fogo no fim do corredor, fora a sensação quente que estava em todo o local.

— TEM ALGUÉM AQUI!? — Gritei e acabei tossindo em seguida.

— AQUI! NO QUARTO! — Reconheci a voz de Dona Jessica que gritou com dificuldades, parecia que estava ficando seca sua garganta.

   Cheguei na frente do quarto que tinha madeira e concreto na frente da porta impedindo qualquer um de sair ou entrar. Um pequeno buraco na porta onde pude ver o rosto dela, era a única abertura que tinha.

Dona Jessica! — falei desesperada. Ela me olhou espantada. — É... muito o que explicar em como tô viva de novo... Mas temos que correr o teto pode desabar e o fogo pode aumentar mais ainda... — disse nervosa.

— entendo querida, ainda bem que está aqui. — disse com sua voz meio seca, por conta da fumaça e esticou a mão e eu a segurei. Ela me olhou feliz e grata com esperança nos olhos.

   Escutei alguns choros abafados e isso me desesperava e me dava mais força ainda ao mesmo tempo, para tentar tirar eles todos daqui logo.

   Ah! Não dá para tirar todo o entulho, está cobrindo boa parte da porta e ainda é perigoso mexer nele e o mesmo começar a desmoronar em cima de mim!

— Se afasta Dona Jessica! — e assim ela fez. — tenho uma ideia!

   Peguei um pedaço de madeira grande caída no chão e bati contra a porta, tentando abrir um buraco maior do que estava no cantinho esquerdo abaixo, onde segurei a mão dela.

   Consegui aumentar o tamanho da abertura, mas infelizmente não tão grande como queria.

— Crianças se acalmem! — Jessica chamou a atenção deles. — Vamos com calma, aos poucos vocês vão saindo do quarto e seguem a tia Nely para fora daqui.
— Deu instruções claras a todos.

   Ouvi os murmúrios espantosos  quando ela falou meu nome.

— vamos! — chamei.

   A primeira quem saiu da abertura um pouco maior foi Júlia, uma menina morena dos cabelos grandes preto. Engatilhou pela abertura, estendi minha mão para ela que a pegou.

— cuidado para não se cortar — avisei a Kauã  que agora estava passando por debaixo da abertura. Depois passou uma menina.

   Quando a quarta criança estava passando, ouvi um rangido alto e já entendi o que iria acontecer, em segundos puxei a menina e cai para trás com ela em cima de mim, bati na parede de trás e com o impacto fechei os olhos e ouvi muitos gritos altos. Abri rapidamente os olhos, me levantei depressa com a ajuda da menina que salvei por pouco.

— droga! Não acredito nisso! — Esbravejei ao olhar que a passagem foi fechada por conta do telhado que caiu.

— tia como é que eles vão sair agora? —  a voz de desespero de Raissa estava claro, foi a menina que a puxei rápido.

— não sei ainda...

— NELY, VOCÊS ESTÃO BEM?— escutei a voz de dona Jessica ainda com sua voz seca e meio embargada também o que acelerou meu coração. Tenho a impresso que aconteceu alguma coisa...

— ESTAMOS, VOU LEVAR ELES PARA FORA, DEPOIS VOU TENTAR VOLTAR! — Avisei angustiada.

— DEPRESSA ESTÁ FICANDO MAIS QUENTE AQUI, O ENTULHO DO TELHADO ESTÁ PEGANDO FOGO RÁPIDO A ABERTURA QUE FICOU SÓ ESTÁ AUMENTANDO A VELOCIDADE DO FOGO! — Explicou com um tom diferente na voz.

— AAAAAAHH — Um grito vindo de uma das crianças presas no quarto.
— DONA JESSICA A JOANA DESMAIOU! — não... temos que correr.

— vamos, todos tapetem os narizes com as blusas de vocês e com cuidado para não cair da escada, tem uma parte que está quebrada. — aviso. Segurei  nas mãos de  Kauã e Júlia e as outras meninas seguraram em uma mão de cada um deles.

   Ficando no meio das crianças, andamos depressa para as escadas e descemos com cuidado. O Hall esta com mais fumaça ainda. Saímos correndo e tossindo muito para o lado de fora. Apoiei minhas mãos nos joelhos e respirei.

— Nely! —  Reconheci a voz do Jeyson preocupado.

   Levantei a cabeça e o vi correndo até mim. Vi Gustavo, Pedro, Felipe e mais um outro rapaz com eles.

— tem mais crianças presas lá! — falei angustiada a ele. Voltei minha atenção às que sentaram no chão, estavam tossindo muito também. — vou voltar lá — o avisei.

— Nada disso, fica aqui que vou cuidar disso com eles. — falou rápido me impedindo de ir.

— Não vou discutir com você! Tem crianças presas no quarto, estão com a Dona Jessica, uma está inconsciente ele o fogo no quarto está aumentando!  — a angústia estava grande em mim.
— uma parte do teto caiu e impede que eles saem pela porta. — passei a mão nos cabelos desesperada. Notei que estava com pequenos cortes na mão e braço.

— entendi — se virou para os rapazes — Vamos lá pra cima e tirar quem está preso logo, vocês ouviram o que ela disse.

   Saiu correndo com eles para dentro do orfanato. Olhei angustiada para eles, vi as crianças reunidas no chão, cheias de cinza e com os olhos marejados algumas e com medo em todos os rostos.

— tinha mais alguém em algum lugar do orfanato? — perguntei as crianças.

— não tenho certeza — Júlia respondeu.

— eu não sei também — disse Raissa.

— eu não sei ao certo onde a Rebeca, Tiago e Nuno foram... vi que eles saíram para a cozinha, porque, ouvi Tiago reclamar que estava com fome. — Diogo respondeu.

— foi mesmo, ouvi isso também, mas não sei se depois eles saíram de lá. — Kauã confirmou.

— entendi, fiquem aqui que irei procura-los. — comecei a andar.

— Não é boa ideia você ir Nely, a fumaça aumentou na direção que você está indo. — me virei após ouvir a voz de quem eu me surpreendi que estivesse aqui.

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Mais Temido Que Nunca! - Livro 2 (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora