Mais Temido Que Nunca! - Livro 2 (Em Andamento)

Capítulo 42

Nely

   Queria sumir. Sumir de uma vez...Que situação que me meti agora. Tecnicamente foi um show e tanto para quem me viu tendo aquele surto. Que raiva que tenho de mim. Deste modo, tão fraca e idiota.

— Nely, me desculpe... eu fui muito descuidado com você. Eu não me lembrei na hora em que me transformei, que seu trauma poderia aparecer. Fiquei tão focado em ir atrás do Rian que me esqueci. Me perdoe Nely o meu descuido.

   Jeyson falou assim que entramos na sala de estar de sua casa. Levantou meu rosto para olha-lo, percebi em seus olhos o quanto se arrependia por isso. Mas eu não me importava, eu entendia o seu lado.

— não tem problema Jeyson, eu entendo. — sorri para ele.

— me perdoe... — encostou sua testa na minha e suspirou em seguida.

   Ele ainda se culpa, fofo. Eu não o culpo, lhe entendo, mas ele ainda não se conformou.

— Jeyson — levantei seu rosto — esta tudo bem, já disse entendi seu lado, sei que não fez por mal. — beijei sua bochecha.

— difícil relaxar... mas então está bem... obrigado. — me beijou na boca.

   Sentamos no sofá da sala. Deitei minha cabeça em seu colo. Queria só fica em silêncio agora. Afinal não tinha o que conversar... a não ser da sensação estranha que eu tive desta vez. Foi diferente dos outros tipos de surtos que tive. Mais forte. E desta vez a Safira e o lobo negro do Rian apareceram para mim. Eles nunca tinham aparecido antes. Minha atenção agora foi para a porta da sala onde Danilo entrou com muita pressa mesmo.

— Ainda bem que está acordada. Temos que esclarecer algo importante. — falou cansado e respirando fundo, devidamente a pressa com que veio para cá.

   Levantei do colo do Jeyson sem entender. Jeyson o olhava curioso, assim como eu.

— o que?

— responde Nely, isso que aconteceu com você agora a pouco é algo que acontece com alguma frequência?

    Seu tom curioso e ao mesmo tempo sério me surpreendeu. Olhei para o Jeyson tentando saber se era bom ou não responder a pergunta. Não queria sei lá de alguma forma me expor. Imagino no que esse começo de conversa vai levar. Para o meu trauma, o que não fico a vontade de conversar ou comentar com ninguém. Minha irmã Monique, minha mãe e o Jeyson são os que sabem disso.

— olha Nely, eu vi o que houve pouco tempo depois que Ryan foi embora. E senti sua loba aparecer, até pensei que você iria se transformar naquele momento, mas não aconteceu. Então acredito que tem a ver com o que você passou lá. — como não o respondi ele já falou deduzindo o que acha. E ele está certo. Não tenho o que esconder.

— as vezes isso me ocorre sim. — é complicado falar em voz alta algo deste tipo que incomoda e é tão pessoal meu.

— é quando ocorre?

   Engoli em seco, isso é complicado. Jeyson segura minha mão direita me dando força para continuar a falar. Isso sem dúvida me ajudou.

— quando vejo lobos. — pausei — quando criança e morei no orfanato. Um lobo todo preto e olhos assustadores foi atrás de mim. Não sei porque. Ele me atacou quando tentei fugir. Era tanta dor em minhas costas e sangue escorrendo. É algo que ainda me machuca nesta lembrança. — respirei fundo —  antes de você me achar, descobri que foi o Ryan quem me atacou quando criança. Por isso quando treinamos sem eu saber que era um treinamento. Tive medo de o ver na minha frente. Eu realmente não sei o que fazer quando o vejo.

   Acabei disparando tudo. Depois explicaria ao Jeyson sobre o tal " treinamento que tive sem saber que era um treinamento" com o Danilo.

— entendo melhor agora. — suspirou — então pensando melhor. Como sua loba estava quase saindo, essa seria então sua primeira tentativa. A próxima você terá que conseguir Nely. — ele falou aflito o que acabou me contagiando. — seja o que for o desafio que terá que vencer para trazer sua loba. Terá que vencer. É sua última chance. — isso que é choque de realidade. Estou nervosa, ansiosa, com medo, querendo correr.

— ei! Respira Nely. Você irá conseguir. Acredito em você! — Jeyson chamou minha atenção ficando a minha frente. Nem tinha notado que estava respirando com dificuldade.

— tudo bem. Vou conseguir! — tento me convencer disso. Eu sou tecnicamente obrigada a conseguir. E eu irei consegui. Vou sim.

— vou te ajudar. — me abraçou apertado, assim que sai de seu abraço olhando para a porta vi.

— Alan!? O que faz aqui? — perguntei depressa. Jeyson se vira mudando seu humor.

— que ousadia aparecer aqui Black.
—O que quer afinal? — é Jeyson não muda.

— noticias do seu interesse. — falou num tom entediado para a forma como Jeyson falou com ele

— e o que seria?

— as duas meninas desaparecidas no orfanato estão vivas. — sorriu para mim.

— o que?! É serio?! E cadê elas?! — fui já chegando mais perto dele.

— as levei para meu reino para levarem os melhores tratamentos se precisarem. — fiquei contente demais com a notícia. Já o Jeyson está com uma cara...

— isso prova o quão louco você é. Levar crianças do meu território para o seu! E se alguém as atacar? — quanta raiva vinda do Jeyson. Segurei ele para que não avançasse para cima do Alan. Assim que ele entrou Danilo fechou a porta.

— calma aí, claro que tomei providências para a segurança delas, não seja panaca Trindade. — ah porcaria, enquanto ele falou rodeando o Jeyson o insultando. Estou vendo eles saírem no soco a qualquer segundo.

— paciência com você é algo difícil de se ter. Que prazer seria calar a sua boca estando estraçalhado na minha casa. No meu território. — Jeyson o provocou como forma de vitória se ele fizesse isso. Fiquei assustada. Eles não vão de jeito algum se matar aqui dentro de casa e em lugar nenhum!

   Ambos se encarando com tanta fúria que eu continuava pressentindo uma pancadaria sem tamanho no segundo seguinte. Danilo se aproximou dos dois encostando as mãos no ombro de cada um deles para impedir que se matassem a qualquer segundo. Pararam de se encarar não só porque  Danilo tentou intervir entre eles, mas sim porque uma voz bastante reconhecida para todos nos, soou na frente da casa.

— Sei que está aí dentro! Saia para fora!

   Paralisei na hora, enquanto os três se viraram na direção da porta. Todos sabiam quem era. Mas o que ele estaria fazendo aqui?
Será que me descobriu? Mas como? Como Rian poderia ter me achado?!

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