Capítulo 24

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Jeyson

Algo da cor brilhante azul e branco atinge com força o lado direito do carro que o faz capotar com extrema brutalidade em direção ao penhasco. Estou sem enxergar direito, muita dor é o que tenho.... Não vejo nada... Me sinto sendo puxado... Abro os olhos e só tem água ao meu redor...

Acordo respirando forte e suado. Droga!  Novamente essas lembranças! Me sento na cama e passo as mãos em meus cabelos que estão um pouquinho maior. Respiro, ou melhor tentar respirar normal, mas é algo complicado a se fazer. Toda noite a mesma coisa, exceto quando a vejo nos meus sonhos de vestido branco e detalhes roxo no vestido a deixando linda, porém seus olhos são de outra cor, não são castanhos e sim azuis. Ainda sim é ela, naquele espaço branco onde só está ela e eu. Nunca consigo Alcançá-la, entretanto ela está ali, linda e sorrindo.

Essa dor não me deixa um dia se quer, é difícil acordar e ser o alfa que tenho que ser e ainda melhor do que posso por causa do Rian. Aquele vagabundo não vai ficar em minhas terras! Ele não perde por esperar, ele irá sofrer em minhas mãos, por ter provocado o acidente, tudo indica que foi ele.

Durante o banho lembro dela, na primeira vez em que a vi, estava fazendo entregas a um morador ali perto. No mesmo momento em que a vi fiquei inquieto e sensações esquisitas de correr para perto dela e não a deixar só, coração acelerado. Ela não era feia, mas não queria companheira naquele momento, na verdade eu nunca quis, mas ela apareceu e os sentimentos vinham sem que eu os controlassem o que me irritava muito, não queria uma companheira, estava bem sozinho cuidando da minha alcateia. Então consegui a ignorar por três meses, mesmo me sentindo estranho e meu lobo ficando inquieto e eu também junto, foi uma droga, mas consegui me dar bem apesar de tudo. A vigiava algumas vezes e ela parecia bem, mas tinha vezes que a via com o irritante Black. Nao sabia o que ele queria com ela, porém supôs o que ele talvez quisesse. Então em um dia tive flashes do seu acidente. Tive que ir ajudá la, não podia a deixar assim. E assim todos os acontecimentos vinheram.

Heloísa não a achou. Tive esperanças que ela talvez a encontrasse em algum lugar, mas isso não ocorreu... E a dor no peito aumentou, não sei como estou conseguindo acordar todos os dias nesse sufoco, tem dias que doem tanto, outros é menos, mas nao deixa de ser dor.

- Canalha! - soquei a parede do banheiro, mas não a quebrei.

Deixando a água tocar meu rosto, lembro da água da correnteza nos levando para baixo, a falta de ar...
Desliguei o chuveiro, me soquei e vesti minhas roupas pretas.

- Por que não olhei para o lado naquele momento? - sentia uma adrenalina vindo, meu coração acelerou.
- Por que não olhei?! - a raiva repentina foi tanta que soquei a parede com tanta força que fez um buraco.

Soquei outras vezes, fui para o meu guarda-roupa e o chutei, soquei, arremessei para qualquer lugar do quarto algumas partes que arranquei.

- Jeyson? - era Ânia entrando no quarto, mas não queria conversa.

- SAÍ DAQUI ÂNIA! - gritei com raiva e arremessei uma madeira quebrada do guarda roupa em sua direção.

A madeira por pouco não a acertou. O que? Respirei forte e balanceia a cabeça, olhei para ela que estava assustada.
O que fiz?

- desculpa Jeyson, não devia ter entrado... - sua voz era triste.

- Ânia... - chamei ela, mas a mesma saiu.

Olhei ao meu redor, a bagunça que fiz, passei a mão em meus cabelos. Sai rápido do quarto e fui para fora de casa.

- Jeyson a Ânia está bem? - Hugo perguntou a mim.

- vai ficar. - respondi não querendo dar detalhes de nada, mas ele ficou desconfiado, porém ficou quieto. Ainda bem.

- vamos a fronteira, as obras estão em andamento.

Mais Temido Que Nunca! - Livro 2 (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora