Capítulo 10

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Heloísa

Quantas lágrimas saíram do meu rosto, depois que acordei naquela noite que soube que a tia Nely tinha falecido no acidente de carro. Hélio tentou me ajudar, mas eu não conseguia parar de chorar, o salão ainda tinha algumas pessoas. Rebeca e todos os outros ficaram realmente tristes, Nuno tentou manter se firme, dava para notar que ele segurava o choro a todo custo. A noite foi horrível.

A tia Ânia teve que ir até o irmão dela e quem nos levou para o orfanato foi um  homem ordenado pelo Jeyson. Dona Jéssica quando viu nós todos seu rosto era de alívio, mas quando o homem contou o que aconteceu ela também não aguentou de tristeza, ela tentou ser forte para poder nos ajudar. Foi a segunda noite mais difícil da minha vida. Primeiro o incêndio da nossa casa e minha mãe morreu e agora tinha sido a tia Nely naquela noite.

Não conseguia dormir e tinha a impressão que os outros também não. Alguma coisa em mim me dizia que a tia Nely estava viva em algum lugar, mas como? No mesmo momento me lembrei do colar que estou usando, peguei o meu colar e ele estava rachado no meio. O olhei surpresa.

- ele está rachado, e não se quebrou literalmente o que significa.... - sorri feliz. - Tia você tá em algum lugar viva. - sussurrei baixo enquanto estava deitada na cama.

No outro dia estava um pouco melhor e contei para os outros a possibilidade da tia ta viva.

- Heloísa... - meu irmão põe a mão em meu ombro triste. - não tem como ela está viva... - o interrompo.

- claro que ela ta Hélio! eu já expliquei a vocês agorinha, que o colar que eu fiz me avisa como a tia ta! E ele não se partiu, só está rachado o que significa que ela ta viva em algum lugar. - disse feliz.

- o beta do alfa veio aqui e falou com a dona Jessica a alguns instantes a tia.... Se foi Heloísa... - Rebeca falou tão triste e seus olhos lacrimejaram no mesmo segundo.

A olhei sem acreditar, todos me olhavam preocupados.

- mentira. - dei um passo para trás.

- Heloísa... - Hélio tenta falar comigo.

- não Hélio! a tia Nely não morreu! Não tem como ser verdade. Eu sei que é mentira, eu fiz os colares, fiz que nem no livro da mamãe está escrito... Eu fiz tudo certo... Ela não foi embora... Não tem como... - falei sem entender nada, em choque, as lágrimas apareciam.

- você sem querer deve ter errado... - ele disse.

- não! Eu não Errei, eu tenho certeza que fiz certo. - minha voz era embargada.

- mas acidentes acontecem Heloísa... Não se culpe se você errou sem querer... - Rebeca falou secando inutilmente as lágrimas de seu rosto, pois logo vinha mais.

- não... - eu já chorava.

Hélio me abraçava forte tentando me consolar, escutei as meninas chorarem também. Como é difícil isso tudo, mas como errei? Não posso ter errado, eu tenho certeza que não errei na construção dos colares!

Eu não errei! Sai dos braços do meu irmão e corri para a quadra atrás do orfanato, ignorei meu irmão me chamando.

- tia... Você foi quem eu realmente gostei tanto de te ter por perto depois que a mamãe morreu após chegarmos no orfanato.

Eu chorei muito naquela tarde.

As semanas passando foi difícil, mas meus amigos e meu irmão ajudavam a aliviar a dor que compartilhamos. Dona Jessica então, super atenciosa cuidando de nós e dos outros no orfanato. A noite eu olhava meu colar e alguns momentos durante o dia, ele permanecia rachado do mesmo jeito.

Mais Temido Que Nunca! - Livro 2 (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora