Herdeiros dos Deuses | Vol.1

Two

Me assusto com o sinal e levanto minha cabeça com tudo, sentido uma dor de cabeça forte invadir minha cabeça. Como uma dor de cabeça forte pode invadir minha cabeça com apenas um simples gesto rápido? Penso e suspiro.

Kamy: Só posso estar doente...

Pego minha mochila e logo percebo que tinha dormido em todas as aulas e que não tinha ninguém na sala, somente eu. Nem Anna estava lá.

Me levanto e saio da sala. Saio andando pelos corredores a caminho da saída. Não tinha ninguém na escola, estava tudo em completo silêncio, até que me lembro daquela sombra e sinto um arrepio percorrer meu corpo.

Contínuo andando até que ouço passos, mas não muito altos. Até que eles começam a ficar bem mais altos, pareciam cascos de algum animal batendo no chão, como se este animal estivesse correndo. Automaticamente comecei a correr, como se algo dentro de mim estivesse dizendo "Corre!".

Parecia que essa escola tinha ficado bem maior, como se tivessem a deixado maior enquanto eu dormia. Continuo correndo e aos poucos o som dos cascos foram desaparecendo. Distraída olhando para trás, acabo batendo com tudo em alguém. Acabo caindo por cima desse alguém.

Kamy: Merda...

Me apoio no chão, levantando meu corpo, já que estava praticamente deitada em cima do ser em baixo de mim.

Abro meus olhos e me deparo com um par de olhos verdes claros, que eu sabia muito bem a quem eles pertenciam. Não acredito...

Kamy: M-me desculpe... Eu e-estava distraída...

Acabo gaguejando. Estava com uma enorme vontade de me matar. Por que diabos eu tive que gaguejar??! Penso.

Paulo: Tudo bem. Se machucou ou algo do tipo? Parece assustada... Aconteceu algo? Aliás estava correndo não é mesmo?

Acabo me surpreendo com essas perguntas. Como Paulo, um dos garotos mais bonitos da escola, estava me perguntando essas coisas como se estivesse preocupadíssimo?! Penso imediatamente, estava realmente surpreendida. Mas logo percebo que eu estava encarando ele e o mesmo sorri. Meu Deus! Que sorriso maravilhoso! Aaaaaaaah! Estou surtando! Calma! Kamy respira! Foi apenas um sorriso... Um sorriso maravilhoso! Está bem... Calma. Penso.

Kamy: Er... Acho que não me machuquei. Aaah não, não exatamente... -prefiro não contar do acontecimento anterior- Siim, estava correndo... Fiquei com medo da escola estar fechada e eu ter que passar a noite aqui.

Solto uma pequena risada e me praguejo por ter mentido, mas claramente eu não podia contar. Ele iria me achar louca.

Paulo: Háaa siim... Entendi, mas tem certeza que não está machucada?

Fala ele se sentando e eu logo levantando, estava constrangedora aquela posição.

Kamy: Sim, tenho certeza que não me machuquei. Obrigada por perguntar Paulo.

Sorrio ladina e logo percebo a merda que eu fiz, que pelo menos era enorme na minha opinião.

Paulo: Que bom, assim não fico tão preocupado - ele sorri - Olha, então Kamy sabe meu nome? Está é nova para mim.

Kamy: Aaaah... É que vamos dizer que você é beeeeem conhecido na escola, então todos sabem quem é você...

Sorrio tentando não parecer grossa, já que obviamente não era minha intenção.

Paulo: Digo o mesmo da senhorita - ele fala em um tom sarcástico e solto um pequeno riso - É bem famosa nesta escola, todos a conhecem e adoram. Sem exagero nenhum em minhas palavras.

Acabo sorrindo e logo rindo.

Kamy: Está bem, está bem. Admito que sim.

Continuamos conversando sobre qualquer coisa, até que percebo que já estava um tanto que tarde. Pego meu celular. Já eram 6 horas. Pera, 6 horas?! Tinha que voltar pra casa, mesmo morando sozinha, não gostava de chegar tarde em casa.

Kamy: Desculpe Paulo, mas tenho que ir. Estava ficando tarde, na verdade já é. São 6 horas e eu tenho que voltar pra casa.

Paulo: Nossa, já é 6 horas? Noossaa... Mas então... Até segunda-feira?

Ele sorri e abre seus braços

Kamy: Até segunda

Sorrio e o abraço, passando meus braços por seu pescoço e ele por minhas costas. Presto atenção em seu perfume por alguns momentos antes de solta-lo. Tinha um cheiro amadeirado extremamente bom! Penso.

Kamy: Tchau

Aceno para o mesmo e ele acena de volta sorrindo. Literalmente vou guardar este sorriso em minha mente para sempre. Penso.

∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆

Chego em casa e jogo minha mochila no sofá e vou para o meu quarto. Ponho meu celular em cima da cama e vou a procura de alguma blusa de moletom. Acabo achando uma totalmente preta. A coloco e logo depois ouço várias mensagens chegarem em meu celular e alguém batendo fortemente em minha porta.

Pego meu celular e começo a ler as mensagens enquanto saía do quarto para atender a porta

Mensagens

Anna: Abre a porta!
Anna: Agora!
Anna: Kaaaamy! Atende a porra da porta!
Anna: Visualiza kacete! Aaaaaaaah!
Anna:Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!

Logo em seguida abro a porta e lá estava Anna ofegante, parecia que tinha corrido uma maratona.

Anna: Temos que sair agora.

Sinto um tom sério em sua voz.

Kamy: Sair? Para onde?

Anna: No caminho eu te explico tudo. Agora não perca mais tempo, temos que ir!

Ela altera sua voz, parecia até que assustada.

Kamy: Está bem... Vamos, mas eu quero explicações.

Ela acente. Antes de sair apago todas as luzes de casa e traco a mesma, deixando a chave reserva escondida.

Estava uma chuva muito forte, que eu não sei como se formou em poucos minutos, mas se formou. Entramos dentro de um carro e ela começa a dirigir.

Estava no banco do passageiro com a cabeça encostada em qualquer lugar. Respiro fundo e percebo que a Anna estava indo para uma estrada de terra.

Kamy: Espera... Para onde estamos indo?

Olho para Anna e ela estava com seus olhos focados na estrada de terra onde já tinhamos entrado. Ao lado da estrada de terra, só tinha colinas. Não sabia da existência disso perto de Nova York.

Anna: Já disse que vou explicar tudo depois!

Kamy: O quê? Você quer que eu vá junto com você para algum lugar onde eu nem se quer sei onde é?! Estamos em uma estrada de terra literalmente deserta e colinas ao lado! Que bosta Anna! E ainda estava com uma puta chuva lá fora, não dá nem pra ver a merda da estrada direito!

Suspiro e cerro meus punhos.

Anna: Está bem, está bem! Vou explicar tudo! Estamos indo para...

Nesta mesma hora o carro é jogado com tudo para frente na estrada. Literalmente lançado longe contra a lama da estrada.

-------------------------------------------------------------

Continua...