38•

1.3K 121 3
                                    

Davi Andrade- ON

Eu me sentia devastado. Me sentia a pessoa mais machucada de todo o universo e parecia que nunca ia curar. Me senti a pessoa mais traída de todas por ser o último a saber do que TODOS já sabiam. Meus pensamento eram outros, minhas ações eram incertas. Nem sabia para aonde estava indo. Os carros estavam parados por causa do trânsito, e os motoristas buzinavam feito doidos para que tudo andasse.

E eu, só queria que aquela dor acabasse.

Continue caminhando pela calçada, de braços cruzado sem abaixar a cabeça. Porque senão choraria igual um menino que teve seus coração dilacerado por uma garota incompetente que não sabia amar.

Parei na esquina, esperando que o semáforo abrisse e parou uma moça do meu lado. Olhar para ela foi a mesma coisa que ver Emma novamente, só que de uma maneira mais agradável. Sem olhos inchados, rosto vermelho de tanto chorar.

Lembrei do seu jeito. Do modo como dava seu melhor sorriso. De como ela tratava seu cabelo como um filho. Ela tinha seu jeito único.

O sinal ficou verde e eu atravessei a rua lentamente. A moça me ultrapassou e o vento soprou seu cabelo, o fazendo voar no meu rosto e seu perfume ficar no ar.

E o perfume era igual o dela.

Meu peito apertou mais ainda por conta das lembranças, mas eu me mantive forte. Não poderia mostrar o como estava frágil ao ponto de chorar por causa de uma garota, sabendo que existe várias por aí.

Meu celular vibrou na minha mão, Anastácia estava me ligando pela décima vez desde que sai da escola. Desliguei a tela e voltei a prestar atenção na rua, não podia dar mole por aqui.

[...]

Cheguei no hospital onde mamãe estava internada e fui direto para a lanchonete que tinha ali, pedi um café bem forte e me sentei na mesa mais escondida que havia ali. Me encapuzei todo e tomei meu café de gole em gole, pensando em cada coisa que estava acontecendo na minha vida.

Parecia macumba.

Passei as mãos nos olhos ao sentir vontade de chorar e respirei fundo, prendendo as lágrimas o tanto que consegui e depois soltei o ar. Nessas horas, mamãe já deve estar sabendo da minha confusão com Jake e vai me encher de perguntas, e lembrar de tudo é doloroso demais.

O que mais faz meu coração doer e se machucar, é o fato dela ter mentido. Ter olhado nos meus olhos, dizer que me amava, que eu era a pessoa mais querida da vida dela, e no fim... não passar de um lance. Um fantoche. Ela brincou comigo pela segunda vez. Me feriu com um ferro quente, como se não fosse doer de nenhuma maneira.

Talvez isso não tivesse acontecido se eu fosse como meu pai. Frio e egoísta. Só pensar em mim e em mais ninguém. Fazer as coisas por mim e minha família. Amar só minha mãe e meu pai, aqueles que dariam o sangue e a vida por mim. Do mesmo jeito que me sacrificaria por eles. Ambos sim merecem meu amor e meu carinho, e o resto.... só desprezo e humilhação.

xXx: Posso limpar? - fui tirado dos meus pensamentos, quando uma garçonete me cutucou.

Davi: O que?

xXx: Seu café. Posso levar?

Davi: Não. - ela sorriu tensa. - Não terminei ainda!

xXx: Ok. - se virou e foi se afastando.

Davi: Ae... - a chamei e ela me olhou. - O que vai fazer daqui há cinco minutos?

Ela me encarou sem intender e lancei um sorriso maliciosa para a mesma.

Vem Comigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora