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MARATONA 1/4

No Dia Seguinte...

Sara Gomes- ON

Não consegui pregar os olhos essa noite. Fiquei acordada, esperando ansiosa, para que o dia ficasse claro logo.
Emma fez de tudo para me distrair, mas meus pensamentos sempre voltavam para a minha mãe. Tia Naiara havia me ligado, avisando que elas estavam bem e que eu poderia vê-la logo que ela estivesse "melhor".
Fiquei feliz em saber que a minha mãe estava bem e que nada de ruim tinha acontecido com ela.

Meu pai tento falar comigo de todas as maneiras. Esmurrou a porta do meu quarto várias vezes, mas eu não abri. Me ligou centenas de vezes - entupindo minha caixa de mensagens -, mas eu não atendi e muito menos ouvi.
Christopher não passou a noite em casa. Os meninos disseram que ele tinha saído e não ia voltar tão cedo.
Ou seja, eu fiquei trancada no meu quarto, com a Emma.

Emma: Você não dormiu? - se levantou me encarando.

Sara: Nem você!

Emma: Estou acostumada. Viro a noite com o AL e sempre volto antes do dia clarear, acaba acontecendo que eu não durmo! - sorri de lado.

Sara: Emma e suas aventuras na madrugada.

Emma: Tenho que fazer algo interessante! - fez um coque no topo da sua cabeça. - Está mais calma?

Sara: Claro que sim. - sorri. - Vou ver ela hoje!

Emma: Não falou com seu pai? - neguei com a cabeça.

Sara: Eu não quero falar com ele! - digo decidida. - Nunca mais...

Emma: Nunca diga nunca.

Sara: Eu digo, porque não vai acontecer! - ela dá de ombros e me encara.

Emma: Ok. - se levantou. - Vou tomar um banho, depois você se arruma e vamos sair. Pode ser?

Sara: Uma ótima proposta! - ela sorriu satisfeita e se levantou, deu um beijo na minha bochecha e caminhou até o banheiro com sua toalha em mãos.

《....》

Emma: Vamos logo, Sara. - me apressou. - Tu não terminou ainda?

Sara: Já! - abri a porta. - Estava abotoando minha calça...

Emma: Batendo uma logo agora? - reviro os olhos e ela ri. - Tô brincando....

Sara: A gente precisa ir hoje mesmo? - pergunto, colocando minha bolsa nas costas. - Eu não queria ir!

Emma: Dona Naiara foi muito clara quando disse "Vão para a escola". Nunca a desafie! - gargalho. - Ela pode te matar depois...

Sara: Aí que medo. - abro a porta do meu quarto e nós duas saímos.

Não tinha ninguém em casa.
Meu pai deveria estar na boca e o Chris nem voltou.
Peguei a minha chave, esperei a Emma descer e saímos de casa.

[...]

O tempo na escola passou muito devagar. as aulas mais chatas, são as mais duradouras. E isso me irrita pra cacete.
Christopher não apareceu na escola hoje. Anastácia disse que só o viu ontem de noite e depois não ficou sabendo de mais nada. Liguei diversas vezes, mas dava caixa postal. Ele só mandou uma mensagem dizendo que estava bem, e que não era preciso me preocupar, que nos veríamos na casa da tia Nai.

Emma, Valentina e Anastácia, ficaram o tempo todo comigo durante a escola. Até aquela tal de Cassandra estava me ajudando. Pena que a cara dela de puta, não me faz querer dar uma chance.

Bateu o sinal de saída e eu sai correndo até o pátio da escola, Emma já me esperava com as meninas e, assim que me viu, já abriu um sorriso de orelha a orelha.

Emma: O AL já tá esperando a gente. - sorri de volta. - Vamos!

Caminhei com ela e as meninas para o carro de AL. Cass não poderia nos acompanhar - graças a Deus -, porquê iria sair com seus pais. Então, Emma foi na frente, eu, Ana e Tina, no banco de trás.

AL: Fala, patroas. - disse assim que entramos no carro.

Emma: Já disse que não somos patroas! - revirou os olhos.

AL: Tá bom, esquentadinha. - mexeu em seu cabelo. - Desculpa!

Sara: Pode dirigir rápido? Preciso ir ver a minha mãe.

AL: Relaxa, mina. - ligou o carro. - Aqui é piloto de fuga!

Acelerou.

Carol Vieira- ON

Eu ainda estava deitada, pensando nas coisas que estavam acontecendo. Naiara vinha aqui de cinco em cinco minutos para saber se eu estava bem, até colocou a minha série favorita na TV. Mas eu não estava nem um pouco afim de assistir.
Me trouxe um café da manhã bem caprichado e ficou me escoltando, só para que eu comesse. Comi contra a minha vontade, dei uma mordida na minha torrada e um gole do chá- que estava quentinho.
Ela ficou me falando de coisas divertidas, contou várias piadas. Mas eu não conseguia rir. Não tinha vontade nem de abrir os olhos.
Eu só queria morrer e que essa dor do meu peito parasse de me destruir.

Agora, Naiara está fazendo almoço e eu estou aqui. Deitada, pensando em como a minha vida mudou de uma hora para outra. De como nada dura para sempre.
Diz ela que eu vou ter uma surpresa hoje. Na verdade, duas. Não vejo a hora de saber o que vai ser.

Me virei para o outro lado da cama e fiquei olhando um quadro, que estava pendurado na parede. Era uma fotografia da Naiara e do Olavo, na lua de mel deles.
Ela estava tão sorridente, seus olhos tinham um brilho diferente e eu tenho a certeza que, qualquer pessoa que olhasse, se apaixonaria por ela.
Olavo é sortudo.

Mas pelo que eu ouvi, eles estão brigados. Por isso ela está aqui, no seu apartamento. Ontem a noite, ouvi barulho de coisas sendo quebradas, mas nem fiquei interessada em saber o que acontecia.

Naiara: Carol? - me balançou. - Está aí?

Pisquei várias vezes, desviando minha atenção da foto e me virei, encarando a mesma.

Naiara: Tem pessoas que vieram te ver. - sorriu.

Carol: Quem? - ela chamou alguém que estava no corredor, e sorriu para mim de novo.

A imagem que eu tive, foi da Sara e o Christopher entrar no quarto correndo. Eles se jogaram ao meu lado e me abraçaram bem apertado.

Sara: Mãe... - falou, chorando no meu ombro. - Como a senhora está?

Christopher: Aonde estava que sumiu? - sussurrou. - Você nos assustou.

Eu não conseguia falar nada, só abracei meus filhos mais forte e chorei em cima dos mesmos.

Vem Comigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora