Prólogo

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10 anos depois.

Olavo Macedo- ON

Passo a minha mão pelo meu cabelo embaraçado e grande e solto um suspiro. Começo a balançar minhas perna freneticamente e mexer meu corpo no mesmo ritmo. Olho para o corredor e nada de nenhum guarda com as chaves em suas mãos. Volto a me sentar naquela cama de concreto, onde passei os últimos dez anos da minha vida, e respiro para tentar me acalmar.

Aquele playboy, que namorou a Paloma, conseguiu diminuir a minha pena para dez anos. Bom, isso para mim foi uma notícia boa porque, não ia morrer aqui dentro. O mano PK teve sorte, conseguiu diminuir a pena dele para dois anos e meio porque a sua ficha não era tão suja como a minha. Ou seja, dois anos e meio atrás, ele saiu daqui e foi atrás da sua família.

E depois disso ficou só eu aqui. Junto com os outros presos, é claro. Mas a maioria do tempo, era sozinho que eu ficava.

Minha mãe vinha sempre me visitar e dizer tudo que anda acontecendo lá fora. Fiquei sabendo que meus sobrinhos estavam aprontando HORRORES e que a Alexia já estava se descabelando quando a escola ligava pra reclamar do comportamento de ambos. Não tive notícias nenhuma do BC, até agora.

E ela... Como falar dela? Como explicar que durante esses dez anos, eu me senti a pior pessoa do mundo por tê-la proibida de me ver? As fotos e cartas para mim não eram o suficiente para matar toda a saudade que eu tinha dela. E isso acabava me matando mais por dentro. Fodia com o meu coração todo.

A última carta que eu recebi dela, dizia em como meus filhos morriam de saudades minha. Emma tinha virado uma puta mulher linda e o Jake um homem tão... diferente do que eu imaginei. E ela... Continua com o mesmo rosto de princesinha presa no castelo pronta para ser resgatada.

Minha mulher.

Minha ÚNICA mulher.

Os portões fizeram um barulho estranho e o chacoalho das chaves invadiram meus tímpanos. Olhei de lado para o portão da cela e o policial estava parado do lado de fora com o portão todo escancarado.

Policial: Está livre. - Falou por fim e sorriu para mim.

Nem me importei se aquilo era estranho ou não, só peguei as minhas coisas que estavam ali, a última foto da minha morena e sai da cela. Olhei para a cela do mano PK, agora vazia, e segui para o fim do corredor. Quando virei o mesmo, dei de cara com aquele policial que tinha me prendido tomando seu café enquanto lia uma revista pornô.

LM: Bela leitura. - Ele me olhou por cima do jornal e sorriu de lado.

Policial 2: Mas já? - Fez bico. - Nem brincamos direito ainda.

LM: Quem vai brincar agora sou eu. - Pisquei e ele se encolheu na cadeira. - Quando colocar os pés para fora daqui, torça para eu não te encontrar! - Sorri de lado e voltei a seguir o caminho.

Policial 2: Manda um Oi para a sua mulherzinha. - Parei de andar. - Aquela gostosa!

Passei a língua nos lábios e olhei para trás. Ele tinha um olhar sacana sobre mim e um sorriso maldoso no rosto.

ESPERO que eles não tenham encostado na minha mulher.

LM: Aproveite o resto dos seus dias. - Ele arqueia sua sobrancelha. - Acabou de assinar a sua passagem para o inferno. E prazer, eu sou o Diabo! - Voltei a olhar para frente e retornei a minha caminhada.

Cheguei na saída e meu coração acelerou quando vi aquela portinha cinza aberta na minha espera. Aumentei os passos e parei bruscamente quando cheguei na mesma. Coloquei pé ante pé e enfim, estava fora desse inferno.

O céu estava limpo e os pássaros voavam entre as nuvens. O asfalto ainda era o mesmo esburacalhado de sempre e da mesma cor. Fechei os olhos e respirei fundo, sentindo um prazer ao ter aquele ar puro e fresco invadir as minhas narinas. Abri meus olhos e olhei para a rua. Os carros passavam na avenina meio distante como sempre e faziam os mesmos barulhos desnecessários.

Uma voz distante me chamou e virei a minha cabeça 180°. Parados do lado de um carro preto, estavam meus pais. Minha mãe chorava compulsivamente e meu pai tentava esconder o sorriso de felicidade do rosto. Abri um sorriso largo nos lábios e caminhei até os mesmos rapidamente. Minha veia correu na minha direção e agarrou meu pescoço quando estávamos próximos. Suas lágrimas molharam a minha camisa novinha, ganhei de presente no tempo que estive trancafiado, e ela passou as mãos no meu cabelo super grande.

Bárbara: Meu filho. - Falou ao pé do meu ouvido. - Quanta saudades de você!

LM: Oi, mãe. - Alisei as suas costas e beijei a sua bochecha. - Obrigado por vir me buscar!

Bárbara: Sabe que eu faria tudo por você, né? - Segurou meu rosto em suas mãos. Assenti com a cabeça. - Por isso eu vim.

Sorri pra ela e olhei para o meu pai.

LM: Fala ae coroa.

DG: Oi, filho. - Sorriu.

Olhei em volta e depois para o carro, esperando que eles saíssem dali e corressem para me dar um abraço. Mas nada saiu do carro.

LM: Cadê eles mãe? - Ela me olha sem intender. - Cadê a minha família?

Bárbara: Seu pai, ele... - Engoliu em seco. - Não quis que ela vinhesse. Proibiu qualquer pessoa de dizer a ela sobre... você! - Olhei para o meu DG com olhar mortal.

LM: Vamos.

Bárbara: Filho, não...

LM: Não me peça uma coisa dessas, mãe. - Falei baixo para que só ela ouvisse. - Sabe que se ele me irritar eu vou MATÁ-LO, né?

Bárbara: Por favor, só.. conversem. - Pegou na minha mão. - Promete?

LM: Tá. - Falei mais para fora do que pra dentro. - Vamos logo. Quero ver a minha família!

Caminhamos até o carro e entramos. DG deu a partida e eu encostei a cabeça no vidro, fechando meus olhos em seguida e deixando a felicidade tomar conta de mim.

Hoje eu reencontro a minha família.

//REVISADO//

Dias de pastagens:
Segunda
Quarta
Sábado.

Ou seja, capítulo novo agora só no sábado. E se eu não postar foi porque a minha net acabou. Não briguem comigo.

Comentem e ☆☆☆☆☆.

Até o próximo!

Beijos paçoquinhas.

Vem Comigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora