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Rachel: Sei que está solitária. Mas não está sozinha.

Glee
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MARATONA 4/5

LM

MC estava limpando o nariz, enquanto PK, KB e eu olhávamos tudo quietos.

DL: Ae, o Christopher acabou bem com a menina. - falou, fechando a porta logo atrás. - Mano BC já foi embora, teve b.o no morro dele!

KB: Tu ficou lá pra saber da menina?

DL: Só queria saber se ela estava viva. - se jogou no sofá. - E você mano? Tá bem?

MC: Me sinto um bosta. - falou. - Preciso achar a Carol!

PK: As mina tão atrás dela como louca!

MC: Vou atrás dela. - se levantou. - Só volto depois de encontrá-la!

KB: Acho melhor você ir falar com a Sara. - impediu que o mesmo saísse. - Evellyn ligou e disse que a situação dela não é das melhores!

MC se sentou de novo e passou as mãos no cabelo em gesto de nervosismo.

MC: O quê eu vou fazer agora? Destrui minha família! - falou, com a voz embargada.

PK: Primeiro, tu tem que falar com a Sara e o Christopher, explicar o que aconteceu e depois ir atrás da Carol!

LM: Mano, eu vacilei na hora que disse que te apoiava, nem se quer pensei nas consequências que esse ato poderia ter. - desabafei.

MC: Tu não me obrigou a nada, eu fui por vontade própria mesmo! - se levantou. - Vou ir ver a Sara.

LM: Quer que a gente vá junto?

MC: Momento pai e filha. Não se preocupa, não vou morrer lá dentro! - sorri de lado. Até nas desgraças, esse porra faz gracinha.

Ele fez um toque comigo e os meninos e saiu apressado, subindo na sua moto e arrastando até a sua casa.

Eu e os mano fizemos um toque, nos separamos e demos a partida, voltando para a casa. Parei no acostamento de uma rua vazia, peguei meu celular e diquei o número dela. No quinto toque ela atendeu.

Naiara: O quê foi? Aconteceu alguma coisa com a Emma ou o Jake?

LM: Não sei. Não cheguei em casa ainda...

Naiara: Então me ligou por quê?

LM: Eu só queria saber quando vam... - parei de falar ao ouvir ela desligando na minha cara. - Filha da puta! - guardei o celular no bolso do short e arrastei com a moto dali.

Carol Vieira- ON

Não sabia quanto tempo estava aqui, encolhida nessa parede, com o rosto no meio das pernas, chorando feito um bebê quando machuca o joelho pela primeira vez.

Minha mãe sempre me disse para tomar cuidado quando se tratava de "amor". Porque ele te trás felicidade e ao mesmo tempo, tristeza e dor. Se o amor for verdadeiro, todas as dores serão suportáveis e não existiria tristeza. Mas agora, se o amor não fosse verdadeiro, as dores seriam difíceis de serem suportadas e a tristeza iria te visitar todos os dias.

Nunca neguei que amava o Marcos. Sempre fiz o possível e o impossível para que o nosso relacionamento fosse um dos melhores. Passamos por muita coisa para chegarmos aonde estamos e aprendemos a lidar com muitas outras que surgiram com o tempo.

Meus sentimentos sempre foram de verdade. Cada sorriso, olhar, beijo, toque... tudo que saia de mim era real. Parei de me amar e me anulei para todo o amor ser só dele. Larguei tudo que eu tinha para ser dele. Minha mãe virou a cara para mim por causa dele, ela não queria aceitar nossa relação - já deveria saber o que podia acontecer.
E então, ela foi embora para outra cidade quando comentei que iria morar com ele.

Por que eu não acreditei na minha mãe? Por quê eu não botei fé nas coisas que ela me dizia, depois de ouvir meus relatos de uma noite passada com o Marcos? Por quê eu não mostrei para a minha mãe, que nunca me envolveria com um traficante agressivo?

Agora eu me arrependo tanto por não tê-la ouvido. Por ter ignorado seus conselhos, todas as ofertas de ir embora e construir minha vida em outro lugar. Meu Deus, como eu deveria ter ouvido aquela que me carregou durante 9 meses.

Me sentia um lixo e incapaz de qualquer coisa. No meu peito tinha um buraco profundo e parecia que nunca ia se cicatrizar. Meus olhos deveriam estar fundos e meu rosto inchado, de tantas lágrimas com dor, eu derramei em menos de vinte e quatro horas.

Meus pensamentos só se repetiam a cena do Marcos na cama com aquela menina. Ela era muito mais bonita do que eu, parecia ser modelo e ter um corpo muito melhor do que o meu. Ela parecia ser perfeita.
Quem seria Carol do lado dela?

Eu estava gorda, cheia de estrias na bunda e na barrigada. Meus peitos não eram mais durinhos como antes e uma vez ou outra, sempre aparecia uma gordurinha saltando da minha calça.

Sempre notei o olhar de Marcos sobre mim depois que saia do banho. Ele me olhava de uma maneira diferente das outras. Não sei explicar muito bem, mas parecia um olhar de pena.
Claro, quem ia gostar de ver uma mulher gorda e feia? Que não sabe se cuidar?
Ou uma mulher que é incapaz de tomar decisões sozinhas? Que precisa ficar horas em casa esperando seu amor chegar, e ser recebida com porrada na cara?

Quantas vezes o Marcos já me machucou, quando chegava em casa louco de pó? Quando ele me tratava feito um lixo e só voltava depois de três dias? Quando eu dizia "Eu te amo" e ele nunca me respondia? Me olhava com desprezo há grande maioria do tempo?

Minhas lágrimas eram uma mistura de dor com ódio. Dor por ter visto a pior cena da minha vida e por ter feito coisas em vão, e de ódio por não ter notado uma coisa que esteve se passando na frente de meus olhos o tempo todo. Mas só eu que nunca consegui ver!

Ouvi barulhos de passos apressados pelo corredor e logo em seguida uma falação danada vindo do mesmo, até a porta ser aberta e várias cabeças surgirem do meio do nada.

Evellyn: Carol... - me chamou e correu na minha direção. - Aí meu Deus...

Alexia: Carol, meu amor. - falou alto e se jogou ao meu lado. - Até que enfim te encontramos!

Paloma: Liga pra Sara e diz que ela está bem.

Evellyn: Carol? - levantei a cabeça e encarei a mesma. - Estamos aqui. Vamos te ajudar!

Alexia: Não se preocupe, ele não vai vir atrás de você! - alisou meu braço.

Naiara: Ei. - se ajoelhou na minha frente. - Juntas nos melhores e piores momentos. Nunca vamos te deixar!

A minha tentativa de abrir um sorriso foi falha, já que me encostei no ombro de Evy e voltei a chorar.

Vem Comigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora