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Semanas Depois

Paloma Santiago- ON

Fazia semanas que eu já estava nesse hospital e, hoje, receberia alta. Não foi tão animado do jeito que queria, já que eu sairia numa cadeira de rodas e nunca mais ia conseguir andar.
Na verdade, a fisioterapia ia me ajudar na minha recuperação. Mas eu queria andar agora.

PK: As malas já estão no carro. - abriu a porta. - Vamos?

Não respondi, apenas fechei os olhos e suspirei irritada.
Patrick me pegou no colo e me colocou na cadeira de rodas.

PK: Prometo não bater na parede com você. - disse, mas eu não consegui rir da sua piada.

Ele, Valentina e o resto do pessoal, tentaram de toda maneira me deixar alegre. Falaram sobre várias coisas, até de piroca fui obrigada a escutar. Mas nada daquilo me reconfortou.
Eu não me sentia mais viva. Eu não conseguia mais mover as minhas pernas e ia precisar de cuidados 24/48 por dia. Valentina e PK não vão sair do meu pé.
Me sinto um ser inútil por ter que precisar de ajuda para fazer coisas simples. Como ir no banheiro ou tomar banho.

Preferia ter morrido do que perder os movimentos da coisa que eu mais valorizava na vida.

PK parou ao lado do carro, abriu a porta e me encarou.

PK: Pronta? - olhei fundo nos seus olhos e desviei o olhar.

Ele me pegou no colo e, com muita dificuldade, me colocou sentada no banco do passageiro. Passou o sinto sobre meu peito e prendeu o mesmo.
Deu a volta, guardou a cadeira de rodas e entrou logo em seguida.

PK: Pronta pra ver a nossa casa invadida por aquele povo desesperado? - perguntou e ligou o carro.

Encostei a cabeça no vidro e fechei os olhos, tentando tirar um cochilo.

《...》

PK: Paloma.... ei.... - me balançou. - Acorda, amor.

Abri meus olhos lentamente e tentei acostumar com a claridade na minha cara. PK estava parado do meu lado, me encarando meio tenso.

PK: Vamos indo? - não respondi sua pergunta.

Ele tirou o cinto, me pegou no colo e me colocou sentada na cadeira de rodas. Fiquei olhando para meus pés, onde eu calçava um tênis bem antigo da minha sapateira. O primeiro que mamãe tinha me dado quando completei dezoito - já que eu só usava salto e sandálias desde dos meus quinze.

PK trancou o carro e me guiou até a porta de casa, abriu a mesma e me empurrou para dentro. Quando ele acendeu a luz, vi um monte de gente pulando, com chapéus de festa, apitos e doces.

Todos: Surpresa! - gritaram juntos.

Olhei para o lado e todos estavam ali. Menos Carol, que não sabia de nada do ocorrido.
Não enxerguei o MC também. Certo ele por não ter vindo, macho que trai não é bem vindo na minha casa.

Alexia: Espero que tenha gostado da surpresa. - disse, toda sorridente. - Demorei uma hora para ensinar esse povo a levantar na hora certa!

Fiquei olhando para a cara dela e nem liguei para as suas palavras.
Naiara estava ao lado do LM e, com certeza, estava intendendo o meu pensamento. Já que seus olhos lacrimejaram.

Evellyn: Amiga, diz alguma coisa. - pediu. - Gostou ou não?

Olhei para a cara de cada um.
Como eles conseguiam fazer todas essas coisas, sabendo que eu não queria nada?
A única coisa que eu queria eram meus movimentos da perna novamente, e nunca ter ido por aquele estúpido caminho que quase me matou.

Suspirei e engoli em seco. Toda a mágoa e lágrimas que estava dentro de mim, dor e tristeza, engoli. Não quero descontar isso em ninguém.

Paloma: Quero que saem da minha casa. - eu disse. - Agora!

Todos fizeram uma cara de assustados e sem intender.

Paloma: Levem tudo isso com vocês. Não quero nada bagunçado por aqui! - pisco. - PK, quero me deitar.

PK: Cla... claro, amor. - me direcionou até a escada. - Vou ir pelo mais fácil!

Paloma: Tanto faz para mim. - digo, sem importância.

Ele me pega no colo e sobe as escadas comigo, entra no nosso quarto e me coloca deitada.

PK: Vou chamar a Nai para te vestir...

Paloma: Eu não quero! - falo alto. - Posso fazer sozinha.

Ele assentiu com a cabeça e saiu do quarto.
Tirei meu tênis e fiquei deitada. Lembrando de todos os acontecimentos e implorando para que Deus me levasse logo.

Vem Comigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora