Emma Marques- ON
Sai da lanchonete com a sacola de lanches no braço e segui para o escritório de mamãe. Cheguei lá, tudo estava quieto.
Emma: Mãe? - chamei.
Não obtive resposta.
Deixei a sacola com lanches em cima da minha mesa e caminhei até a sua sala. Abri a porta, mas não avistei ninguém.
Emma: Mãe? - chamei de novo. - Mãe, está aí? - perguntei.
Não obtive nenhuma resposta.
Caminhei até a sua mesa e suas coisas ainda estavam lá, menos seu celular.
Que estranho.
Mamãe não saí do escritório sem avisar para aonde vai ou se irá demorar. Ela nunca sumiu assim.Olhei bem para a sua mesa e reparei em dois envelopes em cima da mesa. Um com meu nome e o outro do meu pai.
Emma: Que isso? - peguei o envelope e abri, tirei o papel de lá e li desde o começo.
"Querida Emma,
Antes que questione o meu sumiço, quero que fique tranquila. Tomei uma decisão e juro que estou bem. Não se preocupe, fiz a melhor coisa em todos os tempos e espero que você intenda isso.
Preciso que entregue a carta para seu pai, por favor.Com amor, Naiara"
Olhei o verso da carta e não tinha nada.
Meu celular começou a tocar e já atendi revoltada.Emma: Alô?
Alexia: Emma? Emma? Cadê a sua mãe? Precisamos de vocês aqui no morro agora. - gritou desesperada.
Emma: Tia, o quê aconteceu?
Alexia: Seu pai. Ele... ele foi pro postinho em estado grave.... - não terminei de ouvir e já sai correndo do escritório da minha mãe.
[...]
Cheguei no morro desesperada e levei um susto quando vi diversos corpos no chão ensanguentados e um monte de gente chorando desamparada.
Pelo que identifiquei, eram a maioria vapores do meu pai que estavam ali estirados no chão.Meu peito apertou quando lembrei de AL e só de pensar que ele poderia ter... um péssimo pensamento numa hora dessas.
Balanço a cabeça e subo o morro depressa, indo em direção ao postinho. Chego lá desesperada e dou de cara com os médicos correndo de um lado para o outro, atendendo vítimas que tinham sobrevivido e outros que estavam em situações críticas.
Engoli em seco e logo avistei minha tia Alexia, sentada junto com meu tio DL chorando baixinho.Emma: Tia... - corri até a mesma. - Tia, me diz.... o quê aconteceu? Cadê meu pai?
Alexia: Oi, minha filha. - tentou sorrir. - Eles ainda não vieram dar notícias dele! - fungou o nariz.
Emma: Mas o quê aconteceu aqui? Nunca vi tantos corpos num lugar só. - me sentei ao seu lado. - Foi massacre?
DL: Os bota invadiram aqui e estávamos despreparados. Vieram com armamentos que nunca tínhamos visto antes! - explicou. - Derrubaram vários dos nossos. Mas seu tio veio pra ajudar...
Emma: Meu tio BC? - ele assente. - Sozinho?
DL: Mano DV tava com ele. Moleque atira bem!
Emma: Mas eles estão... bem?
DL: Já viu vaso ruim quebrar? - sorriu de lado.
Alexia: Cadê a sua mãe? Estou tentando falar com ela, mas só dá caixa postal!
Emma: Eu não sei. Sai pra comer e quando voltei, tinha uma carta pra mim e outra para meu pai. Não consegui intender o que ela queria dizer com essas palavras! - peguei a carta e entreguei para a mesma.
Minha tia leu e depois mostrou para o meu tio, que ficou apreensivo na hora e fechou a cara.
Alexia: Acho melhor.... guardar isso em um lugar seguro!
Emma: Claro...
Evellyn: CADÊ MEU IRMÃO? EU PRECISO VER MEU IRMÃO. - me virei assustada e vi minha tia entrar assustada no hospital, junto com Analu e tio KB. - QUERO VER O MARCOS....
KB: Você precisa se acalmar....
Evellyn: Me solta, Kevin....
Analu: Mãe... mãe, por favor. Vai ficar tudo bem! - abraçou a mesma.
Evellyn: Meu irmão não pode morrer.... - chorou. - Não pode...
Emma: Tio Marcos estava por aqui também?
DL: Foi baleado na frente do seu pai. - arregalei os olhos.
Emma: Meu Deus...
Médico: Parentes do Olavo Macedo...
Alexia: Aqui. - quase pulou em cima do médico. - Como está meu irmão? Me diz.
Médico: Conseguimos desalojar as balas. Ele está fora de perigo e logo ficará bem! - ouvir aquilo me deixou muito aliviada. - Ele já está no quarto e logo poderá receber visitas.
Alexia: Graças à Deus...
Evellyn: Por favor, doutor. Meu irmão ele.... ele está aqui. Por favor, me diz como ele está!
Médico: Qual o nome do paciente?
Evellyn: Marcos. Marcos Gomes!
Médico: Vou procurar noticias e logo voltarei! - se virou e caminhou pelo longo corredor.
Encostei a cabeça no encosto da cadeira e fechei os olhos, agradecendo a Deus por ter livrado meu pai de uma dessas e pedindo para poupar a vida do meu tio. Que ele saísse bem desse mal.
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Vem Comigo 2.0
Teen Fiction(Para intender essa história, precisa ler a primeira temporada.) Nunca deixei que a minha esperança que ele saísse daquele lugar fossem embora. A minha Fé nunca me abandonou e sempre oro para tê-lo ao meu lado de novo junto de nossos filhos. Eu o am...