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Naiara Marques- ON

Senti um desconforto na parte inferior da minha coxa e acabei acordando por isso.

xXx: Parece que alguém acordou. - ouvi falarem. - Agora sim, a brincadeira vai ficar boa!

Olhei por todo o lugar e eu estava num quarto. Suas paredes pintadas numa cor cinza, apagada. Com detalhes tristes.
Não tinha nada por aqui que deixasse o ambiente vivo.

Tentei me levantar, mas acabei tropeçando em meus pés e cai de cara no chão, machucando todo o meu rosto naquele piso de madeira.
Estava algemada nos pés e nas mãos.

xXx: Pensa que vai aonde, princesa? - a voz perguntou. - Patrão não te quer longe daqui.

Olhei para aonde vinha aquela voz grossa e meu olhar parou em um homem, aparentava ter uns vinte sete/vinte oito anos, cabelos castanhos e com um sorriso de deboche no rosto.

Naiara: Se seu patrão não me quisesse longe, ele que deveria estar aqui comigo! - digo, com dificuldade.

O homem me olhou e soltou uma gargalhada muito alta. Logo em seguida se levantou, e foi até a porta, chamando alguém no corredor.

Fiz um esforço e consegui me sentar. Fiquei com as costas encostadas na parede observando cada detalhe daquele quarto, procurando uma provável rota de fuga bem útil para que eu usasse.

Rafael: Até que enfim você acordou, pensei que ia ter que fazer do jeito mais difícil. - falou enquanto entrava. Seu sorriso de vitória estava estapando em seu rosto. Como se o Diabo tivesse conquistado o Céu.

Naiara: Se eu soubesse que estaria aqui, deveria ter dormido mais um pouco! - falei, nem importando do deboche na minha voz.

Rafael: Acho que você não está na posição de fazer brincadeiras comigo. - veio furioso para cima de mim e me levantou pelo pescoço. - Se preocupe com a tua vida!

Naiara: Você deveria saber que eles vão me achar...

Rafael: Não existe mais eles. Matei todos! - apertou mais meu pescoço.

Naiara: O... o quê? - perguntei, com dificuldades por causa da respiração.

Ele deve ter percebido que eu já estava sem ar, pois me soltou no chão de qualquer jeito e se afastou.

Tossi como uma louca e meu coração estava acelerado de um jeito absurdo. Parecia que voaria do meu peito há qualquer instante.

Naiara: Você é louco! - falei.

Rafael: Eu sei. - sorriu, satisfeito. - Você também sabe disso!

Naiara: O quê você fez com a minha família? O quê você fez com o Olavo? - gritei.

Rafael: O quê eu fiz com ele? Ou o que você fez com ele? - se abaixou na minha frente e aproximou seu rosto do meu. - Você que não quis fazer aquilo que eu te ofereci. A culpa de tudo é sua...

Naiara: O quê você fez? - perguntei, já sem paciência.

Rafael: Ele deve estar descansando. Junto do priminho louco dele! - sorriu de lado.

Desviei meu olhar do seu e encarei o chão, vendo tudo ficar embaçado. Meu peito apertou de uma forma inexplicável, lágrimas saíram dos meus olhos sem explicação e eu não sabia mais o que fazer.

Naiara: Não. - sussurrei. - Não poderia ter acontecido isso!

Rafael: Mas aconteceu...

Naiara: CALA A BOCA. CALA A SUA BOCA. - gritei. - O QUÊ VOCÊ VAI ESTAR GANHANDO COM ISSO? ACHA QUE FEZ ALGO CERTO? QUE VAI CONSEGUIR SER FELIZ COM ISSO? EU NUNCA VOU VOLTAR COM VOCÊ. PODE ME MATAR. ME TORTURAR. MAS COM VOCÊ EU NÃO VOU FICAR.

Rafael: Uma pena. Vamos ter que fazer isso pelo lado mais difícil então! - me lembro dele pegar algo do bolso da sua calça, antes de eu apagar completamente.

Vem Comigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora