96•

944 111 12
                                    

LM

Tava na boca, terminando de ler a papelada que colocaram em cima da minha mesa de uma hora pra outra.

MC: Pensei que nunca mais ia te ver. - levanto o olhar e o mesmo estava parado na porta, me olhando de braços cruzados.

LM: Eu que digo isso. Da última vez você estava.... horrível!

MC: Eu sei. - ele entra e se senta na minha frente. - Por isso vim aqui. Preciso melhorar esse meu jeito!

LM: Como tu tá? - ele me olhou como se fosse óbvio. - Não me olhe assim.

MC: Fiz a maior burrada da minha vida. Como acha que eu estou?

LM: Não sei. - dou de ombros.

MC: Acabado! - suspirou. - Acabei com meu casamento. Meus filhos não olham mais na minha cara. Eu..... eu não sei o que fazer.

LM: Você precisa seguir. Do mesmo jeito que eles fizeram! - ele me encara.

MC: Se a Naiara te largasse pra viver com o ex, você ia seguir em frente?

LM: Seguiria. Foi uma decisão dela! - cruzo os braços. - Mas ela nunca faria isso. O ódio fala mais alto quando se trata daquele mané.

MC: E o mano PK?

LM: Foi levar a Paloma no médico. Vão ficar lá a tarde toda praticamente!

MC: Tu vai cat.... - ele parou de falar, quando ouvimos o barulho dos fogos.

Mosquito: PATRÃO, OS BOTA TÃO INVADINDO.

LM: TÔ DESCENDO!

Me levantei desesperado, peguei duas pistola, coloquei na minha cintura e um fuzil.

MC: Tô contigo nessa, irmão. - colocou a mão no meu ombro. - Vamos lutar juntos!

LM: Que Deus nos proteja.

MC: Sempre! - pegou uma fuzil e atravessou nas costas. - Partiu?

Suspirei e fechei os olhos, meus pensamentos voaram para Naiara. Naquela que me acompanhou até aqui e mesmo depois dos meus vacilos.
Ela nunca me deixou.

Apertei a fuzil na minha mão e fiz um sinal pro MC, e ele saiu na frente.
Sai do meu escritório olhando para os lados e corri rua abaixo, junto com os vapores e Marcos.

DL: AAAE LM, TA AONDE PÔ?

LM: Descendo a rua da boca....

DL: ELES TÃO ACABANDO COM TUDO. ESTÃO MAIS FORTES!

LM: NÃO TENHO MEDO DELES. DEIXA VIR!

MC: Mais fortes? Como assim? - olhei o mesmo.

LM: Preste atenção na guerra, soldado. - ele sorriu de lado e nos posicionamos.

MC: Estão vindo.

Respirei fundo.

LM: AGORA! - gritei e começamos a atirar.

《....》

Tinha virado um verdadeiro banho de sangue. Toda rua que eu virava, havia mais de dez corpos ensanguentados e estourados. Mas a grande maioria, eram meus soldados.
PK apareceu pra dar uma força e BC junto com seus homens também.

PK: TÔ SEM MUNIÇÃO. - gritou no meu ouvido. - Não sei o quê fazer!

Olhei para a pistola na minha mão e tinha descarregado ela toda num desgraçado que veio atrasar meu lado. A fuzil tinha acabado, não trouxe mais munição.

DL: Eu e o mano MC tamo com bastante. Vamos de frente e vocês correm pra salinha! - disse, correndo pro beco.

LM: Dá cobertura, DL!

DL: Vamo MC. - gritou e correram para o meio da rua.

PK: Agora é a gente! - suspirei e nos preparamos para correr.

DL fez um sinal e nós corremos feito o flash.
Quando entrei no beco, que dava atalho pra boca, ouvi barulho de vários tiros sendo disparados e, por puro impulso, olhei para trás.
MC tava caído, com a fuzil do seu lado e seu peito lotado de bala.

LM: MC. - grito e corro para o meio da rua.

Me jogo no chão ao seu lado e coloco sua cabeça no meu colo.

MC: Um ótimo jeito de morrer, né? - tossiu e saiu sangue da sua boca.

LM: Você não vai morrer. Eu não vou deixar! - grito. - DL, CHAMA ALGUÉM AGORA.

PK: LM, TEMOS QUE IR.

LM: VAI VOCÊ. VOU FICAR AQUI COM ELE....

PK: LM....

LM: EU DOU AS ORDENS AGORA, PATRICK. - digo, bravo. - Você só me obedece!

PK: Tem certeza?

LM: VAAAAAI! - grito e ele sai correndo.

MC: Eu tô.... tô sentindo meu coração parar de bater aos poucos....

LM: Você não vai morrer. Não hoje!

MC: Depois de tudo que fiz, acha mesmo que Deus me daria uma segunda chance? - encarei o mesmo. - Fiquei em coma por dois anos quando te ajudei aqui na invasão. Acha mesmo que Deus vai me ajudar de novo?

LM: Ele nunca vai deixar de ajudar, irmão. - sorrio de lado. - Vaso ruim não quebra. Por isso tu tá vivo!

MC: Eu continuei vivo durante esse tempo, pra sentir todas as dores que causei nela. - tossiu. - Eu sei que... isso é um castigo.

LM: Não.... não....

MC: Só... me prometa uma coisa? - assinto com a cabeça. - Cuida deles. Por favor!

LM: Eu te prometo! - vi um brilho de esperança em seus olhos e uma lágrima sorrateira, desceu pelo meu rosto.

MC: Obrigado.

LM: De nada! - ele aperta forte a minha mão e depois apaga. - MARCOS...... MARCOOOOOOOOOS..... MARCOOOOOOOS.... - gritei.

Ele não se mexia, ele não piscava, sua respiração havia parado.

LM: Não.... não morre. Por favor....

xXx: Parece que nos encontramos de novo, LM. - levanto o olhar e vejo o mesmo cara que me prendeu.

LM: Vocês estão todos fodidos na minha mão. - pego a fuzil do chão e tento me levantar.

xXx: Bandido bom, é bandido morto! - apontou a arma pra mim e atirou.

Senti algo invadir meu peito e fiquei parado, sentindo uma dor insuportável. Olhei para baixo e minha blusa estava coberta de sangue.

xXx: Não queremos pacificar seu morro. - falou alto. - Queremos vingança pelo tenente Pinheiro!

Cai de joelhos no chão e coloquei a mão no peito.

LM: Como vocês.... vocês podem querer vingança de algo tão... tão inútil?

xXx: Do mesmo jeito que você se importa com aquela gostosinha da sua mulher. - encarei o mesmo. - Achou mesmo que eu não ia aproveitar também?

LM: Seu desgraçado....

xXx: Manda um Oi pro meu papai Lúcifer. Diz que a gente ainda vai se encontrar! - foi a última coisa que ouvi, depois que ele disparou de novo e eu apaguei completamente.

Vem Comigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora