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#ALGUNS MESES DEPOIS

Sara Gomes- ON

Emma: Bem que a gente podia dar uma volta na praia hoje, né? Ou parar num barzinho com música ao vivo. - disse, enquanto fechava o seu armário. - Faz tanto tempo que não fazemos isso.

Valentina: Gostei da idéia. - deu de ombros. - Os meninos poderiam ir conosco...

Sara: Vai ser difícil deles saírem do morro! - revirei os olhos ao lembrar do porquê. - Depois que se envolveram num monte de treta e também por causa daquela missão...

Emma: Nem me fale, quase me fudi por causa das malditas câmeras. - cruzou os braços. - Ainda bem que a propina faz eles esquecerem de tudo!

Anastácia: Mas sempre tem aqueles que fazem investigações por fora. - suspirou. - Christopher não pode sair do morro!

Ana Lucia: Não sei se vou conseguir ir por causa da minha mãe. - se sentou do meu lado. - Não confio em deixar ela sozinha!

Emma: O que o psicólogo falou?

Ana Lucia: Os remédios estão tendo um ótimo resultado. Mas... depois da tentativa dela de suicídio, não consigo confiar em deixá-la sozinha! - deu de ombros. - Ainda mais com todos aqueles remédios e armas pela casa.

Todas nós ficamos em silêncio, encarando o ar.

Se passaram meses desde a morte do meu pai e as coisas não voltaram a ser o que eram. Depois do velório, tia Evellyn começou a passar mal, ficar isolada de todos e ter crises de choro todas as noites.

Os médicos disseram que era início de uma depressão e ela começou a frequentar um psicólogo. Mas parece que tudo foi em vão, quando o tio KB chegou em casa e pegou ela pendurada numa corda, quase sem vida.

Ana Lucia entrou em desespero. Passou mal e ficou sem vir para a escola durante uma semana inteira. O medo foi tanto que ela estivesse quase com depressão também, que íamos na casa dela para dar uma força.

Ana Lucia: Mas vou ver com o meu pai se ele pode ficar com a mamãe só hoje para eu sair com vocês. - encarei a mesma sem intender. - Estou com saudades das minhas amigas. E do meu namorado!

Anastácia: Ana...

Ana Lucia: Eu vou sim e está decidido. - o sinal tocou e corredor ficou agitado. - Vou indo para a minha sala. A gente se vê depois?

Todas: Claro! - nos separamos e fomos cada uma para a sua sala.

Christopher Gomes- ON

Não fiz por merecer para estar aqui. Não fui o melhor filho e sei que nem orgulho para o meu pai eu consegui dar. Só por ter pego, pela primeira vez, numa arma. E ainda por cima, atirado.

Daquele dia em diante, já sabia qual seria meu destino.

Quando a Anastácia aceitou morar comigo e eu precisava de trabalho, a solução foi pedir ajuda ao meu pai.
Ele me colocou no cargo de gerente e fui administrando o tráfico. Quem resolvia os baguio tudo era eu. Nas trocas, eu que metia a cara. Pagar propina para os vermes, eu que estava lá.

Até meu pai levar um tiro, de um policial filha da puta, e morrer.

Senti tanta raiva de mim por ter guardado rancor por causa daquela puta, que eu só sabia me culpar. Não conseguia nem pensar em como seria diferente, se eu agisse de outra forma.

Mas também aprendi com ele que a gente não deve ficar se culpando pelo passado. E sim aceitar as consequências e ir seguindo a vida. Então, estou fazendo aquilo que meu coroa me disse.

Vem Comigo 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora