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AVISO: Narração de agressão física!

2017.

Depois de passar a manhã com Théo, decidi voltar em casa para tomar um banho, antes de retornar a confeitaria. Precisava relaxar um pouco. Aquelas lembranças mexeram muito comigo.

— Tenho que tirar essas caraminholas da minha cabeça.

Durante o percurso até o meu condomínio, pensei no que acontecera mais cedo e que Théo devia estar me achando uma doida varrida. Eu ficaria assustada se alguém saísse da minha sala correndo aos prantos daquele jeito. Ouvi o toque de mensagem recebida.

Espero que tu não esteja mais chorando, se quiser conversar estou por aqui, não esquece. Pode até me chamar de engomadinho que eu deixo. Fica bem!

Naquele instante, um sorriso se abriu no meu rosto. Espiei no retrovisor e disse:

— Deus, o Senhor está brincando com a minha cara? Só pode estar rindo de mim aí de cima. Olha lá o que o Senhor está aprontando comigo, hein!

Digamos que eu não tinha boas experiências com isso de caras bonitos na minha vida, aliás, com nenhum tipo de cara. No meu histórico de romances, que não eram muitos, os finais eram sempre os mesmos, nos quais eu me machucava e sofria horrores. A última coisa que eu queria naquele momento era fantasiar algo que não existia e me lascar inteira. Era melhor puxar o freio. Mas, tinha alguma coisa diferente com Théo. Ah, isso tinha! Pensei que ele fosse se espantar e se afastar de mim, como já aconteceram tantas outras vezes comigo. Só que, ele vinha na contramão de tudo isso, vinha na minha direção sem medo. Por mais que eu tentasse desviar. Todas às vezes nas quais nos encontramos ele fora atencioso. Não estava acostumada com isso. Quem sabe estava confundindo as coisas.

Por que não dar uma chance a um novo amigo, pensei.

A única coisa que poderia surgir dali era uma amizade, claro. Encarei-me no retrovisor novamente. Observei meu cabelo todo bagunçado. Meus olhos ainda um pouco inchados. Meu nariz, minha cicatriz. Maquiagem zero. Nem brincos usava. Céus! Théo não podia estar interessado em mim. Como pude imaginar isso por um único segundo. Talvez ele estivesse empregando aquela tática idiota de chegar antes à amiga feia para chamar a atenção da bonita? Sim, alguns caras fizeram isso comigo para tentar chegar até a Gabi. O que fez com que eu me sentisse um lixo, além de muito burra depois que descobri tudo. Não, não! Seria muito escroto. Não acreditava que ele fosse esse tipo de cara babaca. Algo me dizia que ele não era.

— Para de pensar bobagem, Elisa!

Encostei o carro na frente do meu prédio, seo Zé fez um sinal para que eu encostasse próximo da portaria. Ele me entregou um envelope amarelado deixado pela minha mãe. Já imaginava o que era aquilo. Assim que abri a porta do meu apartamento, joguei o envelope em cima da mesa e fui logo para o chuveiro.

A Menina do CasuloOnde histórias criam vida. Descubra agora