CAPÍTULO BÔNUS - Parte 1

621 80 51
                                    


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Pelos olhos de Théo.



          No dia que a vi pela primeira vez, eu estava tão perdido na vida. Ainda não sabia se tinha tomado à decisão certa, ao abandonar o conforto e o aconchego da minha família. Vir para um lugar onde tudo era desconhecido para mim. Mas eu estava tão cansado e tão decepcionado com tanta gente, que eu só queria recomeçar longe do que me fazia mal. Queria um novo rumo, só não sabia qual.

           Bah! Aquela gargalhada. Aquela gargalhada tão gostosa e tão leve me fez encontrar uma razão para viver e algo porque lutar. Era um som tão contagiante que nem sei quando comecei a rir junto com ela. A curiosidade bateu, precisava descobrir quem era a dona daquela gargalhada que aqueceu meu coração.

           Foi então que a vi. Toda suja de tinta. Parecia mais uma menina entre as outras crianças. Ela não tinha só uma risada gostosa, tinha um sorriso lindo também. Acho que foi nesse instante que meu coração acelerou pela primeira vez por ela. Faltou coragem para me aproximar, mas fiquei a observando por um longo tempo. Sempre sorrindo a cada gesto dela. Ela foi embora e eu fiquei lembrando do sorriso dela. Quando ela ria ficava com uma covinha na bochecha, que eu achei um charme.

           Pensei que nunca mais a veria. Uma pena. Pelo menos, quando eu estivesse triste já havia algo para lembrar que me alegrasse. Mas o destino foi meu amigo. Depois de alguns dias a vi de novo. No mesmo parque, correndo. Outra vez, me acovardei e não fui até ela. Apenas fiquei admirando de longe. E assim se repetiu por vários outros dias.

            Como eu metido a conquistador, de repente estava sem saber o que fazer para me aproximar dela. Às vezes, eu a observava sentada no banco do parque calada, após a sua corrida. O seu olhar perdido era carregado de uma melancolia que me despertava a curiosidade de saber o que a deixava tão triste. Esbarramo-nos algumas vezes e eu perdi a chance de falar com ela todas essas vezes.

            Mais uma vez, o destino me deu um empurrão. Fui chamado para uma reunião na confeitaria Doces Sonhos. Ouvi aquela gargalhada vinda do corredor e segui o som daquela voz. Lá estava ela. Tão linda. Ela estava tão concentrada decorando um bolo, que não me viu com cara de bobo a admirando de longe. Não falei com ela, mas não perdi a chance de descobrir o seu nome. Elisa. Nome que eu repeti todas as vezes que me lembrei dela. Descobri que Elisa era uma mulher forte. Acho que essa força que me fez sentir pequeno perto dela.

             Agradeço ao destino que persistiu e me deu outra chance.

             — Moça, o teu cadarço está desamarrado.

             Foi isso o que eu consegui dizer. Com tantas coisas que eu queria falar para ela. Só a avisei sobre o cadarço do tênis. Porque ela me deixava todo bobo, como se eu fosse um adolescente todo desconcertado diante de uma mulher.

A Menina do CasuloOnde histórias criam vida. Descubra agora