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2017.

— Uma fatia de torta de chocolate e um pão de mel do tradicional, por favor! — Pediu uma voz conhecida no balcão.

Nas pontas dos pés me aproximei da porta que dividia a parte do atendimento da produção. Estiquei o pescoço para confirmar, com todo o cuidado do mundo para que ele não me visse. Não tive muito sucesso na minha tentativa. Théo não só me viu observá-lo, como fez questão de me cumprimentar com um aceno de mão acompanhado de uma piscada de olhos e um sorriso largo. Ainda bem que Renata estava de costas embrulhando os doces pedidos por ele.

— Bom dia! — Sussurrou Théo.

Respondi de volta, também acenei com a mão e sorri para ele. Assim que ele saiu da confeitaria, recebi uma mensagem.

Obrigado por ter me feito companhia essa noite. Foi muito divertido. Bom trabalho, moça da covinha!

Ele gentilmente agradeceu pela conversa que tivemos durante a madrugada. Mal sabia ele que era eu quem tinha muito que agradecê-lo. Entrei na cozinha sorrindo igual uma boba. Apesar das minhas olheiras de panda e andar feito um zumbi, aquela foi sem dúvida uma das melhores noites que eu já tive. Acho que nunca dei tanta risada com alguém assim na vida. Eu tinha que admitir que Gabi tivera uma ótima ideia quando armou aquela reunião fajuta. Sim, fajuta. Porque ela analisou e deu a resposta final sobre o projeto. Mas se ela não tivesse feito aquilo, nunca ocorreria uma aproximação entre o Théo e eu. Pelo menos, se isso dependesse de mim. Enviei uma mensagem de agradecimento para ele também. Ele responde com um áudio. Coloquei os fones para ouvir a mensagem de voz que ele acabara de me mandar.

Tu não pense que eu me esqueci do doce. Vou cobrar, viu!

Outro sorriso se formou no meu rosto. Entre um afazer e outro da cozinha e do escritório, troquei mensagens com Théo, que também estava tendo um dia bem puxado. Contei a ele sobre a ausência de Gabi, sem entrar em detalhes e falei da minha dificuldade com o programa de fluxo de caixa. Ele tranquilamente me explicou os comandos, passo a passo. Graças à ajuda dele, consegui fazer os relatórios de entradas e saídas do dia anterior e comparei os dados do sistema com a pilha de notinhas de papel que estavam em cima da mesa.

— Até que é mais fácil do que eu pensei — falei diante da tela do computador.

Théo, por sua vez, disse que acabara de sair de uma reunião com um cliente muito exigente e detalhista ao extremo, que chegava a ser rabugento. Se ele, que era perfeccionista achava o cara exagerado, era porque o homem devia ser muito chato. Tudo o que lhe propôs não o agradou. Théo frustrou-se. Teria que refazer tudo.

O pior era que ele não poderia perder a conta com aquele cliente, alguém de renome importante na cidade, o que proporcionaria um ótimo marketing para o escritório. Mesmo nervoso, ele conseguia ser engraçado. Enquanto eu trabalhava com algumas preparações na cozinha e instruía aos meus assistentes, ele me mandou fotos fazendo caretas, acompanhadas de legendas divertidas. Segundo ele, eram as variações do seu humor antes e depois da reunião.

A Menina do CasuloOnde histórias criam vida. Descubra agora