Que estranho, jurava que tinha pego no sono na floresta.
Me remexi sobre algo macio, um lugar completamente diferente de onde tinha adormecido.
Abri os olhos e notei estar em um quarto amplo, bem iluminado, mas não conseguia reconhecer. As cortinas impediam que uma certa quantidade de luz entrasse, apenas o suficiente para não incomodar o sono do residente.
Despertei por completo, com urgência.
Onde estou? Como cheguei aqui? Ah... Por que sinto que não estou na casa de Rafi?
Fui até a janelas e escancarei as cortinas, me permitindo a vista de um belo e grande jardim. Durante à noite, a neve havia deixado por completo todo o tipo de vegetação, e agora, a primavera florescia com beleza e vivacidade.
Batidas foram dadas na porta e logo foi aberta.
— Já acordou, senhora?
Virei com pressa na direção da voz, vendo uma mulher para à soleira.
— Lhe trouxe seu café. – disse, ressaltando sua fala, indicando à bandeja frente ao corpo – O chefe mandou-me alimentá-la, e que ajudasse a se vestir.
— Seu chefe, quem ele é? E onde estou? Ele me trouxe até aqui? – Perguntei apressadamente.
Ela assentiu, antes de prosseguir.
— Está no castelo da cidade Woffgoter, senhora.
Cidade? Não, não pode ser! Quando vim parar aqui?
Olhei em volta, procurando por alguma saída. Havia apenas a porta atrás da desconhecida mulher.
Preciso sair daqui, e rápido!
Indiquei com o queixo, para a porta atrás de si.
— Deixe-me passar, agora.
— Senhora, não posso. Não tenho permissão para deixá-la ir embora. – Pronunciou exasperada.
Andei apressada até a mulher, e forcei minha passada pela esquerda. Fui bloqueada. Tentei pela direita e a mulher arqueou sua sobrancelha.
— Não há como sair, senhora.
Deixei que meus ombros caíssem, em uma desistência temporária.
Eu darei um jeito de sair daqui, com certeza!
— Posso ao menos, comer o que me trouxe? – perguntei, com o humor sendo arruinado.
— Sim, por favor, coma o quanto quiser. – ela depositou a bandeja sobre uma mesinha de canto e assumiu uma postura séria.
Aproveitei de seus passos e corri porta à fora, disparando pelos corredores do tal castelo.
Logo estava perdida, e considerando me jogar por uma das janelas.
Consegui sair do quarto, agora a questão era sair deste maldito castelo!
Encontrei uma grande escada dupla, e sem pensar duas vezes, a desci com pressa. Encontrei uma porta, também dupla e de vidro. Cheguei à área externa.
Quando pensei em sair correndo por todo o jardim, uma voz grave ressoou irritada atrás de mim.
Congelei no mesmo instante.
— Rosalho. – Mesmo parecendo irritada em um primeiro momento, agora ela estava calma.
Um arrepio correu dos pés à cabeça, mas não era como nos livros, – excitação ou desejo – mas sim algo intenso e difícil de categorizar.
Imediatamente me lembrei do que Rafi havia me dito sobre os homens deste mundo, e me amaldiçoei por ter saído de sua cabana.
Inferno!
Me virei lentamente e apavorada.
Não posso deixar que ele veja através de mim, o medo.
Ajeitei a coluna e endureci o maxilar.
O encarei de igual para igual, de cima a baixo, analisando-o. Pele clara – ao ponto de me questionar se em algum momento de sua vida, ele havia tido um encontro direto com o Sol –; cabelo prateado, que caía aos ombros como ondas noturnas; alto, com pelo menos um metro e noventa – me fazendo sentir pequena e impotente. Mas uma coisa me chamou atenção, algo que nunca tinha visto, ou melhor, já tinha visto: olhos azuis e gélidos, como os dos meus sonhos.
Entrei em choque, abandonando a falsa coragem que tinha.
Permaneci estagnada no mesmo lugar, ao menos até perceber que o estranho vinha até mim. Todavia, algo ainda me prendia no lugar, quer fossem seus olhos azuis, ou a forma como os usava para me olhar.
Ele parou bem à minha frente, me permitindo sentir sua respiração em meus lábios. Nunca havia ficado tão próximo assim de alguém, principalmente um homem.
— Por que saiu do quarto? – Perguntou por fim.
— Eu... Hã... – sacudi a cabeça para ajeitar os pensamentos – Estou indo para casa. Minha mãe deve estar preocupada, me procurando. – Tentei me desvencilhar dele.
O choque ameaçava retornar, ao mesmo tempo em que eu tentava me livrar de suas garras.
— Aqui é sua casa. Volte para o quarto. – sua voz permanecia calma, com o semblante neutro.
— Hein? – cruzei os braços frente aos seios, criando alguma distância entre nós dois – Quem você pensa que é para me dizer o que fazer? E esta não é minha casa!
— Não discuta comigo, apenas obedeça! – Falou em um tom firme, mas calmo.
Arqueei a sobrancelha e prensei os lábios em uma fina linha, dando um passo para trás.
— Me obriga, pois estou indo para a minha casa! – Bati o pé com firmeza.
— Já que você quer assim... – Me virei e dei dois passos, quando estava dando o terceiro, meus braços foram pegos por dois homens – Guardas, levem-na para o quarto.
Fui arrastada na direção de onde fugi. Ao passar pelo homem, o fuzilei com os olhos.
A raiva deu lugar à tristeza, mas de nada adiantaria chorar ali ou espernear, estava bem presa pelos dois.
Logo fui deixada no quarto, e finalmente, permiti que uma lágrima descesse, e não fui capaz de impedir as outras.
Agora o que me falta acontecer?
olá pessoal, espero que tenham gostado desse capítulo, até aproxima. E não esqueçam de votar e comentar, quero saber vossa opinião, beijos.
📖 Recomendação para revisão: 📖
Beta/Revisor: BeatrixHeloise
@DarTaLivros , com os agradecimentos.
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Coração de Gelo - Meu Destino
FantasyCapa feita por: @strong_winds ❄️O QUE VOCÊ FARIA SE FOSSE PARA OUTRO MUNDO? ❄️ "A vida é cheia de artimanhas em que aqueles que são bons sofrem pelas escolhas dos maus", esse era o pensamento de Rosalho até certa noite, quando, distraída, viu um ca...