Capítulo 16

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Olá gente, espero que gostem do capítulo. Até a próxima. Não esqueçam de comentar vossa opinião.

Levou mais ou menos uns vinte minutos para que Nora terminasse a porção. Agora, com uma capa cinza cobrindo quase todo meu corpo, corria para o mais longe possível de sua casa.

Preciso me afastar o máximo, segundo Nora, quanto mais longe do local de origem da porção, melhor ela irá funcionar!

Meus pulmões queimavam em chamas, clamando por ar. Mas eu já não tinha mais tempo, Flora não tinha mais tempo. Eu precisava impedir Bromo, antes que algo muito ruim acontecesse.

O colar preenchido com a porção de quebra, balança de um lado ao outro sobre meu colo.

Parei para tomar ar, notando estar bem longe da casa de Nora.

— É aqui, precisa funcionar!

A virei de uma única vez, me engasgando um pouco. Curvei o corpo para frente, sentindo a garganta queimar e no fim, um leve frescor descer. Quando voltei à posição anterior, estava no jardim do Castelo.

Um belo lugar, pena que seu dono possui apenas beleza exterior!

Mal tive tempo para racionar e ir atrás de Flora, pois assim que ergui meu rosto, guardas que protegiam as portas da frente me reconheceram e vieram na minha direção.

Cada braço foi tomado com força. Me arrastaram Castelo adentro.

— Agradecemos pelo seu retorno, Luna. – disse um deles – Nosso senhor está prestes a executar alguém. Talvez possa impedi-lo.

— Me levem até ele.

Não pude impedir que um tremor atravesasse todo o meu corpo. Eles perceberam, pois me seguraram com mais força, apenas para me dar sustento.

Talvez eles entendam que não quero ficar, mas não me ajudam.

Paramos em frente à uma porta dupla, quando ouvimos um estrondo vindo detrás da mesma.

— Me diga aonde ela está?! – vociferou Bromo. Sua voz no mesmo tom feral de antes. Outro estrondo – Não vai dizer? Certo. Levem-na para a prisão, os lobos de lá gostaram de ter um novo osso para roer.

Ele está falando com Flora?!

A ira me possuiu. Não deixaria que ela tivesse o mesmo destino que eu, tampouco que fosse rebaixada de tal maneira por me ajudar.

Os guardas já não me seguravam, mas ainda mantinham-se como sentinelas à minha volta.

Tomada pela coragem derivada da raiva, empurrei as portas com força. Elas se chocaram contra as paredes, criando outro barulho e atraindo a atenção para mim.

Meus olhos correram direto para a pequena e encolhida forma no chão. Era Flora. Estava machucada, deitada sobre uma poça de sangue e completamente suja.

Sem pensar corri em sua direção, ignorando o olhar flamejante de Bromo para mim.

Me abaixei até ficar na altura de seu corpo. Ajoelhada de frente para Bromo, mas não importava a minha posição atual.

Percebi que além de tudo, Flora possui um dos olhos inchado e com uma mancha escura, um de seus braços estava em um posição que não deveria, lábios rachados e sangrando e alguns hematomas pelo restante do corpo.

A fúria cresceu, me deixando à beira da loucura – se eu já não estivesse completamente insana.

— Flora, me perdoe.

Coração de Gelo - Meu DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora