Capítulo 23

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Recomendação para revisão DarTaLivros, meus agradecimentos.
Quem estiver interessado.

O que poderia acontecer na minha pacta vida, nada, pois tudo foi arrancado de mim, como um rompante do alvorecer.

Após algumas luas, finalmente me concedi o privilégio da bela natureza, desse esquisito mundo. Mesmo meu desejo sendo a partida desse mundo, ainda me encontro encurralada nessa armadilha fatal. Contudo, chega de drama, preciso correr atrás do tempo perdido!

Aproveitando o fato de estar sozinha no quarto, peguei no diário e comecei a lê-lo, necessitava saber mais coisas. Com aquelas que foram as minhas descobertas, ontem, a minha saída deste mundo tornou-se urgente, e a cada dia que passava parecia tornar-se mais difícil conseguir essa proeza.

Já estava cansada de ler aquele troço, toda a informação que nele continha, ou já era por mim conhecida, ou era supérflua para o meu objetivo.

Sem conseguir conter-me, irritei-me jogando o diário para longe e afundei a minha cara no travesseiro, sendo logo em seguida, o som de um vidro batendo no chão chamara a minha atenção. Levantei para ver o que tinha acontecido, e ao chegar perto do diário, me abaixei e visualizei que o diário tinha um fundo falso que estava meio aberto.

Quando abri o fundo falso, constatei que o mesmo tinha uma espécie de medalhão com o formato de coração meio arredondada e de prata, como também tinha uma pedra Aquamarine dentro dele com um brilho estranho.

Intrigada, trouxe a pedra para perto dos meus olhos e quando o fiz, uma luz intensa inundou os meus olhos.

Simplesmente, não conseguia entender mais nada, agora estava em uma espécie de montanha congelada, e bem em cima da montanha havia uma espécie de portal, não sei como explicar, somente sabia que era isso.

Aquela era a oportunidade pela qual tanto esperei. Era a minha chance, finalmente livraria-me deste mundo.

— Você não pode ir agora.

Uma voz suave soara atrás de mim.

Ao olhar para trás, vi a mulher dos meus sonhos, tendo-a diante de mim e não estando no corpo dela, como normalmente acontecia, sendo ele transparecendo uma beleza que não imaginava.

— Você não pode ir ainda. – dissera aproximando-se lentamente e parou a minha frente. – Antes de ir, você deverá deter a guerra eminente.

— Não tenho como impedir Bromo. – Respondi.

— Não estou a falar disso. – negou. – Haverá uma guerra entre os dois mundos, será um massacre. Impeça isso! Caso não consigas, morreras com aqueles que estão destinados a morrer na guerra, e se conseguires, voltarás para o seu mundo e tudo o que viveste aqui não passará de um sonho.

Olhei-a esperançosa, não me importava com nada deste mundo ou se me lembraria ou não dele. Tudo o que importava, era ter a minha vida de volta e se isso significava que tinha de impedir uma guerra, assim o farei.

— Como faço para impedir essa tal guerra? – Perguntei de rompante.

— Você saberá o que fazer. Se tiveres qualquer pergunta, escreva nesse diário. – enquanto respondia, estendeu a mão entregando-me uma espécie de caneta, que prontamente a recebi, mesmo que intrigada. – A resposta virá em sonhos ou aparecerá uma mensagem no diário, dependendo daquela que for a sua pergunta. Se precisar desabafar, escreva no diário, ele é um artefato antigo, e será o seu melhor amigo neste mundo. – explicou a mulher. – Agora tenho que ir.

— Espera! Eu tenho algumas dúvidas.

— Não tenho tempo. – informou. – Tem alguém prestes a entrar no quarto, guarde o diário a sete chaves e leve o amuleto sempre contigo, ele será a sua proteção. Não esqueça nada do que você viu aqui e não conte para ninguém.

Dito isto, a mulher simplesmente desapareceu, tudo ficou escuro e voltei ao quarto.

Me encontrava extasiada com tudo o que tinha acontecido.

Assim que lembrei-me que alguém estava prestes a entrar no quarto, corri para esconder o diário e fui até a minha parte do closet, tendo colocado o diário atrás da madeira do armário.

Espero que ali fique bem guardado.

Depois que guardei o diário, Bromo chamou por mim. Soube logo que era ele, pois reconheci sua voz.

— Você está aí? – Indagou entrando no closet.

— Sim, acabei de acordar. – Respondi ao mesmo tempo em que pegava um vestido no armário, para disfarçar.

— A viagem foi adiantada como você já sabe, ficarei fora uma semana. – Dito isto, virou-se para sair.

— Não! Espera! – exclamei. – Posso ir com você? – Perguntei. Tinha de colocar meu plano em prática, e não tinha muito tempo.

Nessa hora, a minha vontade de ir embora daquele mundo, foi maior do que o meu ressentimento por ele. A minha liberdade é o meu maior alvo.

Perplexo, Bromo olhou para mim. Ao que parecia, ele nunca imaginou-me pedir por algo parecido.

— Tens a certeza? – inquiriu relutante. – Se fores, passarás mais tempo comigo do que passamos aqui? – perguntou, avaliando-me para ver se não havia nenhum lampejo de dúvida em mim.

– Tenho. – Minha voz saíra animada, não porque iria com ele, mas porque meu plano estava perto de se concretizar, faltava apenas que ele confiasse em mim.

— Pois bem, arrume suas coisas. Daqui a uma hora sairemos, não esqueça de tomar seu café. – Declarou, e não podia deixar de ser, seu ar autoritário estava presente em meio as suas ditas. Todavia, não pude deixar de perceber que ele parecia feliz, apesar da desconfiança ainda pairar em seu semblante.

Correndo, fui para o banheiro e tomei um banho rápido, e vesti-me em seguida. Quando estava a arrumar a mala, uma empregada chegou com o meu café da manhã.

Alguns minutos mais tarde, estava alimentada e pronta.

No momento em que Bromo entrou no quarto, o mesmo olhou-me parecendo surpreso com a minha agilidade.

— Vamos? – Indaguei com a mala em mão.

— Você só vai levar isso? – Perguntou Bromo, abismado, por eu estar a levar apenas uma mala.

— Vou. – Um sorriso adornou meus lábios.

Ele nada respondeu, apenas veio pegar a minha mala e saímos do quarto. Ao passar pela porta, senti meu estômago revirar, o que me fez encostar na porta com o rosto baixo; e então, senti uma mão descansar nas minhas costas.

— Você está bem? – Perguntou Bromo, passando a mão nas minhas costas.

— Estou. – Levantei a minha cabeça sentindo-me melhor, e sai andando a sua frente enquanto ele ficava para trás olhando-me com os olhos semicerrados, como se buscasse alguma coisa.

— Você não vem? – Perguntei e assim que ouviu a minha voz, ele voltou a si e caminhou ao meu encontro.

Saímos do castelo, uma carruagem com dois cavalos manchados aguardava-nos e sem delongas, entrei nela e fiquei admirada com a mesma, parecia algo tirado de um conto de fadas.

Depois que entramos não falamos mais. Bromo ficou concentrado nos papéis em sua mão e eu olhei para fora da carruagem apreciando a vista.

Hoje, ter esperança em algo praticamente inalcançável. Porém... Preciso ter fé, mesmo quando não há esperança.

Agoraminha jornada para fora desse reino está, finalmente, dando partida.

Desculpem a demora.

Espero que gostem do capítulo novo. não esqueçam de comenta e votar.

OBRIGADO POR LEREM ATÉ AQUI.

ATÉ A PRÓXIMA BEIJOS.



Coração de Gelo - Meu DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora