Estupro.

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Continuo a sentir o peso do teu corpo em cima de mim.
Eu era feliz com a minha inocência, eu era uma menina que sonhava em tornar me mulher com um principe encantado, com alguém que me perguntasse "tens a certeza?", alguém que se preocupasse se estaria ou não a doer, e estava sabias? Mas claro que isso apenas te dava mais tesão, tinhas um tesão enorme por saber que a cada estocada que davas dentro de mim tiravas me anos de vida. E o teu peso doía em mim, a força que fazias para não me permitir sair era quase nula, não por eu querer mas por eu sentir que não valia a pena, e dói, magoa sentir o peso que deixaste na minha memória.

Ainda sinto o teu hálito.
A cada estocada que davas dentro de mim e gemias eu chorava, um choro baixinho, baixo o suficiente para permitir que apenas eu e Deus conseguíssemos ouvir, e tu amavas, adoravas ouvir o estrondo do teu corpo a bater no meu, dizias me bem próximo de mim que eu era aquilo que precisavas naquele momento, eu não te ouvia eu só conseguia sentir o cheiro quase mortífero do álcool na tua boca.
Eu nunca me vou esquecer desse teu cheiro, da mistura de várias bebidas que trazias na boca, essas bebidas que te permitiram fazer de mim, tua.

Ainda vejo o teu corpo.
Para ti parecia tão fácil, pegaste em mim no colo e contra a minha vontade pousaste me na tua cama e começaste a tirar o cinto, parecia tão simples para ti, despiste te e despiste me num movimento quase ensaiado, ágil.
Em 2 segundos vi te nu, olhei o corpo daquele que sem minha permissão me ia tornar mulher, nesse momento engoli em seco todo o meu choro, perdi as cordas vocais, deixei de ver, já não ouvia, mas sobretudo já não sabia quem era.
Sabia o que aconteceria dali para a frente, sabia que farias de mim aquilo que naquele momento quisesses, sem te importar em saber que estarias a destruir uma vida.
Sempre que fecho os olhos ainda vejo o teu pênis a latejar de vontade de me possuir, ainda sinto o nojo de te ver gemer de prazer, ainda sinto o vazio que me deixaste quando num movimento rápido me puseste de quatro e sem nem ter cuidado entraste por mim a dentro, eu tenho nojo de mim.
Foram 15 minutos de luta interna, 15 minutos em que constantemente desejei estar morta, um quarto de hora que destruiu a minha vida e me fez desejar nunca ter nascido, pelo menos não mulher.

Ainda retenho no pensamento a tua ida.
Foi como se fosse uma autêntica Puta nas tuas mãos, possuiste me de forma bruta, fizeste de mim uma boneca sexual, como se eu tivesse nascido apenas com o propósito de te satisfazer, toda a minha vida não passou de um passatempo até que chegasse a altura certa de me fazeres tua.
E eu não queria ser tua, eu nunca quis deixar de ser minha.

Ainda te sinto dentro de mim.
Pegaste em mim como uma boneca e puseste uma.. duas.. três.. quatro vezes, com força e com uma velocidade extraordinária, suficientemente capaz de me fazer perder nas minhas contas, a cada estocada dada dentro de mim eu contava em voz alta para te fazer ouvir, 31.. 32.. 33.. e tu ouvias e fazias mais rápido, parecia quase como se tivesses um recorde por cumprir. 40..41..42 e eu sabia que estavas no teu limite, mas eu não queria, não queria que parasses, por mais estúpido que isto pareça eu não queria que isto acabasse porque sabia o que vinha quando te viesses, quando te esgotasses dentro de mim.
E assim foi, 50..51..52.. e acabou, e quando finalmente sentiste que estavas satisfeito tiraste de dentro de mim e deixaste com que tudo fosse direto para a minha cara, subiste o ziper do cinto e foste embora.

Deixaste o teu liquido quente em mim como que para marcar o teu território, abandonaste um corpo morto na beira da tua cama. Eu sou mulher, eu sabia que estava condenada a isto me acontecer, porque afinal é isso que significa ser mulher, usada para prazer e benefício do Homem.

Inocentemente achei que quando foste embora tudo tinha acabado, não que me tenhas usado de novo, afinal já não era um brinquedo por estrear, já não valia a pena ser usada novamente, nunca passou sabias? Ainda dói,ainda sinto, ainda vejo, Caralho e se dói, eu já não sou ninguém, por Tua culpa eu parei de ser alguém, não tinhas o direito de me usar, não a mim, não a ninguém. És um monstro, mas infelizmente a ti nunca te aconteceu nada.

Fodeste-me o corpo e a alma.

A todas as mulheres que um dia passaram por isto, dedico vos este pequeno texto

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A todas as mulheres que um dia passaram por isto, dedico vos este pequeno texto.
Infelizmente por ser mulher é muito provável que isto me aconteça, apenas por ser mulher fui condenada a poder passar por isto, sem poder contestar, fui condenada a ser estuprada.
Um forte pedido de desculpa a todas as mulheres que passaram por isto, muita força, vocês que lutam por nós são as minhas heroínas.
Bia ❤️

Agora dizes me Adeus? -CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora