Agora dizes me Adeus? -CONCLUÍDO

Suicídio

Eu já não aguentava mais, já não aguentava olhar para ti, já não aguentava toda a dor que me causava a tua presença, já não aguentava viver sem a minha melhor amiga, eu estava simplesmente acabada, eu sentia me complemente morta.
A cada passo que dava sabia que caminhava para o fundo do poço, a cada respiração dada sabia que tudo estava mais perto de acabar, cada vez que fechava os meus olhos apenas desejava ser a ultima vez. Eu não vivia.
Não existe alguém no mundo que me olhe e me diga que isto é viver, ninguém tem a ousadia de me mentir desta forma, todos sabiam que já não valia pena, eu mesma sentia que já não valia a pena. Havia noites que nem dormia, que me deitava de barriga para cima a olhar para o teto e a imaginar mil e uma formas de morrer, uma morte sem dor, eu sabia que não estava bem, sabia que precisava de ajuda, eu sentia-me completamente morta dentro desta alma, eu já não era nada, não era uma mulher, eu tinha sido reduzida a nada.
Ninguém percebeu, nem eu percebi a perigosa vontade que me corria nas veias de acabar com tudo isto, ninguém percebeu o mal que me causas-te, ninguém sentiu a dor que deixas-te quando foste embora, no dia que te aceitei de volta e aceitei amar-te e entregar me novamente a ti eu escrevi a minha sentença de morte.
Não sabia o quão perigoso era tudo isto até passar por uma das mais perigosas experiências da minha vida, o suicídio.
Afinal a principal pergunta que passava na minha cabeça era "porque não?", e eu não via uma única razão para não acabar com tudo isto de uma vez por todas, não tive culpa em te amar, não tive culpa em confiar em ti, mas a culpa de te ter aceite de volta corrói me a alma e mata-me lentamente.
Suicídio.. para muitos uma saída cobarde da realidade, para outros tantos serve apenas para chamar a atenção, mas para nós, é a única saída.
Eu sei que não é, que havia mil e uma coisas a fazer para te esquecer mas eu não tinha forças, não me sentia capaz de viver, de sentir, de querer, sentia-me imponente nesta vida. E tentei.
Decidi que era altura de acabar com tudo isto, decidi que chegava, que não era merecida desta vida, que tudo isto me acontecera apenas por raiva do mundo, eu nasci para morrer, todos nascemos para morrer, que diferença fazia eu fazê-lo mais cedo?, não tenho pai, não te tenho a ti, não tenho avô, não tenho a minha melhor amiga, não tenho ninguém, então que diferença faz?.
Escolhi o pior dia da minha vida para tentar me matar, escolhi o dia onde sentia que realmente era o melhor a fazer, escolhi uma hora onde sentisse que era propício acabar com tudo isto e assim foi, lenta e dolorosamente tentei acabar com tudo que existia de mim. Como foi? Foi das coisas mais assustadoras da minha vida, a cada comprimido que engolia sentia que estava cada vez mais perto da morte. Fiz tudo muito lentamente, lento o suficiente para sentir uma ultima respiração, uma ultima lágrima, uma ultima visão daquilo a que chamavam de vida, fiz tudo lento o suficiente para me despedir, lento o suficiente para me lembrar de cada toque teu, lento o suficiente para ter a certeza que era exatamente isso que queria. E era.
Naquele momento, onde engoli o último comprimido que o meu organismo permitiu, quando senti os meus olhos fechar como num sono bastante profundo, quando senti um ultimo inalar, mais forte e mais puro que todos os outros, foi nesse momento,nesse pequeno momento, que eu senti paz.
Já não existia nada, nem dor nem felicidade nada, era apenas um vazio, um bom e silencioso vazio.
Talvez o melhor de mim não esteja aqui na terra e sim lá, onde quer que esse "lá" seja.
Conseguem perceber que não resultou, que apenas me matei mais um pouco psicologicamente, mas, se tivesse resultado, eu estaria em Paz.

Deixo vos com esta maravilhosa imagem e um obrigada por acompanharem este meu pequeno diário.
NUNCA achem que suicídio é a melhor opção NÃO É, procurem ajuda especializada caso pensem neste tipo de coisas, mandem me mensagem também! Peçam ajuda! Não tenham vergonha, vale a pena viver.

Bia 💕❣️