Por Toda A Eternidade

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– Amor, tem que dormir.

– Eu sei, mas estou quase terminando o cartaz para anunciar o seu projeto.

– Nossa deixa eu ver.

– O que acha?

– Nossa amor está ficando ótimo você é boa nisso. – Ela me deu um beijo.

– Nem tanto.

– Como se sente?

– Bem.

Eu já havia me recuperado do acidente, mas andava a base de muletas. Alessandra me abraçou como se tudo dependesse daquilo. Do nosso abraço.

– Eu não sei o que seria de mim sem você, quando te vi caída no chão pensei tanta coisa.

– Eu só pensei em uma coisa quando vi que a Pamela ia atirar em você. Em salvar sua vida. Mesmo que para isso tivesse que sacrificar a minha.

– Poderia ter morrido.

– Foi uma escolha, eu faria qualquer coisa por você.

– Eu te amo tanto.

– Eu também.

Íamos nos beijar quando escutamos a campainha.

– Deixa que eu vou fica aqui.

Alessandra saiu, mas logo voltou.

– Amor você tem visitas.

– Tenho?

– Tem sim, deixa eu te ajudar a descer.

– E aí esquisita.

Eram Bruna e Paula.

– Você? Menina misteriosa.

– Surpresa?

– Irritada.

– Amor seja gentil com as visitas.

-Ótimo, agora que tudo já se acertou quem sabe eu possa entender de onde a sua ex namorada surgiu tão interessada em você.

– Você é muito teimosa mesmo hein garota.

– Teimosa não, ainda quero explicações

– Como você está Ale?

– Bem é bom te ver de novo Paula.

– Para mim também. – Disse Paula abraçando Alessandra.

– O Paula, já tirou a sua mão da minha mulher?

As três começaram a rir eu fiquei pau da vida não entendi a graça.

– Amor para de ser ciumenta. Paula e eu somos amigas, ainda mais depois de tudo que ela fez por nós. Para de ser maluca.

– Ela quer explicações vou dar.

– Acho bom mesmo.

– Acha é? – Disse Paula, eu ainda não tinha esquecido que ela era bem mais alta e forte que eu, e eu estava de muletas.

– Assim, eu quis dizer, se você quiser é claro.

– Eu não estava seguindo a sua namorada porque estou afim dela. Até porque, eu já tenho namorada, e sei que Alessandra e eu já passamos. Eu a amo pelo que vivemos, mas não pelo agora. Porque agora sei que ela ama você, e fico feliz por fazê-la feliz. Eu fiz uma escolha, quando o pai dela começou a surtar eu sabia que precisava protege-la e fazer isso de longe, então fingi que sumi, mas na verdade eu observei cada passo dela e do Jorge e sua quadrilha. Por isso eu sabia de tanta coisa. Eu fiquei com muito medo também do que eles poderiam fazer comigo, mas resolvi usar meu medo de forma produtiva.

– Namorada, você tem namorada?

– Sim.

Nesse momento Paula beijou Bruna na boca meus dentes quase caíram.

– Vocês?

– Sim nos conhecemos quando fui pedir ajuda a ela, já que sabia que ela era amiga da Pamela e também da Ale. Contei toda a história ela decidiu me ajudar por isso se aproximou tanto de vocês. Com o tempo acabamos nos aproximando também e deu nisso.

– Mais você não era hétero Bruna?

– Eu prefiro não me rotular, eu só sei que eu gosto da Paula e não penso em gostar de outra pessoa. – Nesse momento percebi como o tempo todo buscamos nos livrar de rótulos impostos e definidos, quando na verdade nós mesmo fazemos isso sem perceber. Amor é amor, não existe essa coisa de sexualidade, ou pelo menos não deveria, o amor é o que existe e se você ama alguém, esqueça os padrões da sociedade e simplesmente vá ser feliz.

– Eu fico feliz por vocês duas Paula! – Disse Alessandra.

Alessandra parecia mesmo satisfeita com a nova paixão de Paula.

– Isso é estranho.

Nesse momento Jonas entrou no quarto com um pedaço de madeira na mão.

– E ai pessoinhas.

– O Jonas porque está com essa coisa na mão?

-Ah nada de mais eu percebi que vocês estavam esclarecendo as coisas então decidi vir até aqui. E trazer a arma que eu usei para derrubar aquele idiota do Jorge se não fosse por esse pau ele ainda estaria em pé.

– Que conversa tensa de pau é essa cara? – Eu disse com a cara bem torta.

– Segura Julia. – Disse Jonas.

– Segurar o quê?

– O pau.

– Você ficou? Maluco que palhaçada é essa cara?

– Cara, esse pau salvou a nossa vida.

– Isso ai é uma madeira chama de madeira

– Certo, então segura na madeira e vamos tirar uma foto. A gente deveria pendurar esse pau na sala.

– Foto?

– Sim, esse dia merece uma comemoração. Anda gente, venham tirar foto.

– Eu não vou segurar isso estou avisando logo.

Rimos muito nesse dia, Jonas tinha o dom de fazer todo mundo rir e naquele dia estávamos tão felizes que tudo tinha dado certo. Alessandra sorria tanto que mal parecia se lembrar de tudo que deu tão errado. Estava linda, sempre linda e cada vez mais linda, aqueles olhos azuis que agora me olhavam tão de perto, e eu os queria ainda mais perto, por toda a eternidade.

E enfim parei naquele instante para pensar que nada poderia ter sido mais perfeito, que aquele fatídico dia em que a atropelei, na verdade quem caiu fui eu. Cai em seus encantos, e na certeza de que não importava quanto tempo, momentos, ou anos passassem. Eu sempre, certamente e definitivamente estaria apaixonada por ela. Por toda a eternidade!

Pode ser amorOnde histórias criam vida. Descubra agora