416

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Cheguei ao condomínio e já havia uma entrega a fazer.

– Bom dia Sr. Paulo como vai ?

– Vou bem, nossa menina você não dorme ?

– Por quê ?

– Parece bem cansada. Esses jovens de hoje não perdem uma balada.

– Imagina Sr. Paulo nada disso. Apenas fui dormir um pouco tarde.

– Tem uma entrega para você no 416.

– 416? – Perguntei feliz por saber que aquele era exatamente o apartamento que eu queria.

– Sim.

– Vou agora entregar.

Peguei a sacola para entregar no 416, ainda era cedo e quem sabe eu não poderia tomar um rápido café com Alessandra. Subi de escadas para ser mais rápido e logo toquei a campainha.
– Oi

– Oi, eu fiz um pão na chapa não quer entrar?

– Eu estou no meu horário de trabalho senhorita, mas eu posso.

– Seu Paulo não vai se importar se eu disser que precisei da sua ajuda.

– Espero que não, porque eu não posso ser demitida.

– Não vai. Entre, vou trocar de roupa – Disse ela abrindo ainda mais a porta para que eu pudesse entrar.

– Tudo bem então.

Entrei no apartamento, era grande e bonito. A vista era para o mar deslumbrante, nem em um milhão de anos eu teria dinheiro para um apartamento daqueles.
– Pronto já cheguei.

– Cadê a sua empregada?

– Pedi que ela viesse mais tarde, eu mesma fiz o café.

– Hum, então a patricinha sabe cozinhar?

– A patricinha sabe fazer muitas coisas que você duvidaria.

Provei o café havia de tudo parecia mais um almoço. Tinham pães de queijo, Pão de sal, Suco de soja enfim era um banquete.
– Está bom? – Perguntou Alessandra dando um leve sorriso.

– Você me surpreendeu, está ótimo.

– Finalmente consegui agradar essa pessoa chata que você é.

– Não diga isso.

– Diga-me uma coisa Julia?

– Sim, até duas.

– Teve medo quando me atropelou?

– Na verdade tive medo quando você levantou e percebi que estava bem.

Ela sorriu

– Eu parecia brava?

– Ainda parece, já disse você me dá medo às vezes.
– Sabe o que eu pensei? Que eu era uma idiota por ter entrado na frente da sua bicicleta. Quando cheguei em casa não conseguia parar de pensar em você. Então comecei a ter raiva, por que não tinha o direito de me fazer sentir isso.
– Então a culpa foi minha?
– Eu pensei que fosse, mas não passou. Quando esqueceu seu mp3 aqui na porta eu vi ali a chance que precisava para tentar conhecer mais de você, a verdade é que no dia que você me atropelou eu havia acabado de ver a foto da menina que te falei no Facebook. Você não teve culpa de ter me atropelado, eu estava triste e distraída, acho que no fundo fiquei tão triste que estava mesmo pedindo para alguém me atropelar
– Isso é um pedido de desculpas?
– Talvez.
– Nossa tem que tomar mais cuidado.

– Na verdade ainda bem que me atropelou.

– Nossa deveria ter dito antes, vou pegar minha bicicleta e podemos repetir.

– Não tem graça.

– Então porque está rindo?

– Eu adorei ter conhecido você, mas tem um problema, ou melhor dois.

– Dois problemas?

– Sim.

– Quais?

– Primeiro: Você é uma idiota, metida a suburbana e grossa e odeio essa camisa xadrez que usa o tempo todo, parece um jogo de damas Gay.

– Na verdade só aí já tem mais de dois problemas.

– Segundo: Eu estou completamente apaixonada por essa idiota sem estilo algum, não sei se posso dizer que isso aconteceu à primeira vista, mas só sei que aconteceu.

Ouvir aquilo foi assustador e animador ao mesmo tempo eu não sabia o que dizer, então não disse, simplesmente não disse nada olhei fixamente para Alessandra ela também me olhava, nos aproximamos e sem sequer perceber nos beijamos. Alessandra estava com um short curto e apertado no corpo, sua pele branca e macia como eu imaginei antes de tocá-la faziam meu corpo inteiro vibrar.

Eu passei minha mão sobre o rosto dela e acariciei cada um de seus delicados traços aqueles olhos azuis brilhantes como o mar a boca desenhada como feita especialmente para encaixar na minha. Quando vi Alessandra já estava sem o short e deitada sobre mim, seu corpo suado contrastava com o meu num só movimento. Senti meu corpo explodir de desejo pelo dela e tirei a roupa sendo ajudada é claro, em poucos segundos estávamos nuas, até pensei em perguntar se ela era das que esperavam a bola ou jogavam, sabem ativa, passiva eu sempre fui muito presa a esses pequenos clichés, mas pela primeira vez senti-me livre e percebi que quando se ama isso não importa, os corpos se unem como se fossem únicos e o mais importante é prazer.
Nos beijamos loucamente, e bastou que minhas mãos fossem ao lugar certo para que Alessandra gemesse por horas intensas de prazer depois ela me jogou no sofá, sim estávamos no sofá e ele não parecia mais tão pequeno, jogou-me no sofá e acariciou meu corpo por inteiro me consumi no desejo de não sair mais dali desejei que não acabasse nunca. A boca de Alessandra encontrou seu encaixe perfeito em meu corpo e num pequeno instante deixei-me adormecer de tanto prazer que havia sentido.

Dormi alguns minutos e acordei, já eram quase 11 da manhã. Seu Paulo ia me matar, então percebi que eu já estava vestida estranho por que eu havia dormido sem roupas. Levantei e comecei a procurar meu relógio quando ouvi a voz de Seu Paulo, droga! Ele estava no apartamento. Vou pular! Pensei. Droga! Estou no quarto andar.

Pode ser amorOnde histórias criam vida. Descubra agora