Caminho rápido pelas ruas ate chegar em casa, quando consigo pegar as chaves no fundo de minha bolsa abro a porta e vejo tudo escuro, um alivio estar tudo calmo. Sento-me no sofá e coloco o celular ao meu lado, esse por sua vez corre para debaixo de algo e eu ignoro, jogo minha bolsa no chão e deito tendo um momento de reflexão.
-Onde esta Tedy?
Recordo de ter deixado ele em minha casa e caminho ate o quarto de Alex. Ninguém!
Procuro em todos os quartos e nada deles, olho no quintal e começo a entrar em desespero. Corro para pegar meu celular, mas nem sei onde mais ele possa estar, reviro minha bolsa e começo a sentir as lagrimas vindo em meus olhos.
-Como pude deixar meu filho com um estranho?
Começo a chorar.
-Onde eu estava com a cabeça?
Ouço o trinco da porta mexer e meu coração dispara, levanto-me preparado para gritar de raiva e alívio. Quando a porta abre Gabi entra e eu caio no choro, desesperado.
-Will, o que houve?
Gabi me consola e eu não sei como responder, somente balbucio e aponto para o quarto de Alex. Ela levanta e corre ate o quarto, coloca as mãos na boca e segura o choro. Completamente sem chão volto a procurar meu celular.
-Ele não te ligou? Pode ser que Alex tenha passado mal.
Ela tenta ajudar e eu fico mais preocupado.
-Passado mal?
Choro.
-Acalme-se Will -ela chega perto pegando seu celular- ele deve ter ligado.
Olho para o celular dela ligando.
-Como você fica com o celular desligado se o seu numero era o primeiro da lista de emergência?
Grito me afastando. Ela respira fundo.
-Onde esta o seu?
Sinto as lagrimas queimarem meu rosto.
-Não sei.
Me jogo no sofá e sinto algo me cutucar.
-Achei.
Digo envergonhado. Tento o ligar, mas esta sem bateria. Gabi me olha brava e eu corro para achar o carregador, quando o encontro ligo o celular correndo e fico esperando.
-Ele não deve ter fugido.
Gabi diz sentando ao meu lado.
-como tem tanta certeza?
-ele parecia ser muito bom, Will. onde ele mora?
Encaro a tela do celular.
-A duas quadras daqui em algum lugar.
Digo focado no celular ligado.
NENHUMA MENSAGEM
exibia a tela, meu coração dispara.
-Nada Gabi.
O celular vibrou, varias vezes seguidas e o de Gabi também. Olhei para ela e arregalamos os olhos juntos, eram mensagens de voz de Tedy, umas pedindo ajuda; outras perguntando por que o sumiço repentino e eu me sentia muito culpado, quando terminei de ouvir me sentia horrível por ter usado o celular ate descarregar.
-Você ouviu?
Gabi me perguntou e eu acenei voltando a realidade, mas percebi que ele não falava onde tinha ido com meu filho, senti as lagrimas voltando.
-Relaxe -Gabi disse- já sabemos que ele não esta em um hospital.
Sorrio sem graça e me levanto.
-vou procurar ele!
-E não vai ligar pra saber?
Corro para o celular e ligo para Tedy que atende já brigando comigo.
-Onde vocês estão? -Pergunto ignorando o que falou de mim quando atendeu- sua casa? Ok, na rua da padaria, segundo quarteirão, 3 casa -repito alto pra que Gabi anote- Estou indo.
Desligo e saio, Gabi fica na minha casa tomando conta enquanto vou buscar meu bebê. Quando chego a padaria começo a tremer.
"Como estará meu filho?"
Penso.
"Será que está tudo bem?"
Quando chego ao segundo quarteirão conto as casas e "uau" que casa linda a terceira.
-Não pode ser aqui.
Murmuro e olho para os lados, somente casas lindas. Minha curiosidade cede e eu toco a campainha.
- Será que esta certo?
Fico nervoso, limpo minha roupa e vejo a flor que Tedy levou para Alex e me sinto estranho, levo a flor ate o nariz e o cheiro me embriaga, fecho os olhos.
-Perfeita.
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Amor para dois... ou mais.
RomanceTedy, um cara solitario que entre varios erros resolveu fazer a coisa que mais valeu a pena, terminar com a pessoa que sugava sua alma. Depois de anos de tristeza e frustrações decide se aventurar de diveros modos e acaba por achar o amor em coisas...