Eu tentava bolar em minha mente maneiras de fazer o que devia, mas nenhuma parecia certa. Eu precisava de ajuda, mas ninguém ali me compreenderia.
Era para ser surpresa e ia acabar sendo até para mim, dei dois passos a frente e meu celular tocou o peguei rápido pensando ser Sara, a minha salvação, mas era meu pai.
-Pois não?
Atendi seco já esperando um tom negativo, mas fui surpreendido.
-Parabéns filho, vai dar tudo certo se é isso que você quer.
Meu coração veio a boca, eu estava sem voz e sem palavras.
-Pa... Pai!
Um sorriso intruso tomou conta do meu rosto.
-Desculpe não ter ido, não sei o que me deu... sua mãe está ai?
Com sua pergunta voltei a realidade.
-Sim, está conversando com Will.
Ele arfa ao telefone.
-Pode me dizer como ela esta?
Eu não sabia por qual motivo aquilo estava acontecendo, mas eu sentia uma dor vinda da voz imposta de meu pai.
-Pai, olha... Não acho que seja...
-Entendi... bom, vai dar certo. E novamente, me desculpe.
Aquele não parecia um pedido de desculpas por ter faltado a algo importante, parecia um pedido de desculpas da vida.
- Ela está linda, como sempre.
Disse e o ouvi sorrir, era algo diferente. Meu pai parecia realmente querer se reaproximar, e eu queria deixar. Desligo o telefone e volto a andar, pernas trêmulas e suor por onde nunca imaginei. Paro ao lado da mesa com doces, recebo um microfone e uma ajuda de Cindi.
- Eu estou muito nervoso.
Cochicho no ouvido dela e a mesma aperta minha mão.
-Vai dar certo.
Eu havia conseguido levar Will ate ali sem nenhuma desconfiança, as pessoas mais próximas de nós estavam ali semi escondidas e ele não havia as notado graças a mamãe e agora eu estava com medo. Não era medo dele e sim de tudo dar errado.
- Bom, eu estou um pouco nervoso.
Sorrio e as pessoas me olham.
-Nunca estive a frente de tanta gente para falar, exceto na escola, mas ninguém prestava atenção.
As pessoas riem e eu sinto um certo alívio percorrer meu corpo.
-Então, eu queria dizer a vocês que esse foi um ano maravilhoso e que eu me orgulho muito de tudo que aconteceu e de como tudo aconteceu.
Will mantinha os olhos fixos em mim o tempo todo.
- Eu queria dizer que de todos os lugares, este é o mais especial.
Cindi aperta minha mão e mamãe sorri de canto a canto, meus amigos batiam palmas silenciosas e as pessoas da empresa tinham seus olhos brilhando.
-Gostaria de chamar a pessoa mais importante do meu ano aqui, a pessoa que me deixou sem trabalhar por quase dois meses, mas foram os dois melhores meses.
Will cora.
-Vem cá meu amor
Digo o olhando fixo, solto a mão de Cindi e estendo a Will que vinha desengonçado pelo meio das cadeiras e mesas.
- Por que está fazendo isso?
Ele murmura ao se aproximar e pega minha mão.
- Por que eu te amo!
Digo alto e as pessoas nos aplaudem, mas eu não sabia ao certo por qual motivo.
-Tedy, não precisa disso tudo.
Ele olha ao redor e começa a identificar as pessoas, quando olha novamente para mim eu tenho as alianças em mãos.
- Eu não acredito que você armou para mim.
Sorrio largo e coloco uma aliança em seu dedo.
-Aceita se casar comigo Will?
Ele tampa o rosto com uma das mãos e pela primeira, em muitas vezes, eu o vejo chorar de alegria.
-Claro Tedy.
- Eu não ouvi...
Coloco o microfone perto de seu rosto.
- Eu aceito, Tedy.
Ele fala alto e as pessoas aplaudem e gritam, entrego a outra aliança em sua mão e ele coloca em meu dedo.
-Agora estamos quase casados.
Sorrio e ele me abraça, alguém grita para que nos beijemos e Will fica envergonhado.
-Você armou isso tudo, seu doido.
- De nada.
Sorrio e o beijo intenso, pouco me importando com os presentes.
-VÃO PARA UM QUARTO.
Júlio grita e arranca gargalhadas de todos, Alexander liga o som e tudo volta ao normal. O mundo havia parado por um momento e mudado para melhor quando voltou ao normal.
Saio dali com Will e as pessoas nos cumprimentavam e sorriam, parabenizavam e davam seus votos a união. Estava tudo perfeito.
- Que bom, cheguei na hora.
Me viro vendo a nova assessora da empresa.
-Olá, Keren. Certo?
Vejo Will virar-se rapidamente e a encarar, cerrar os olhos e enfim falar.
-Ja veio estragar um momento bom?
Ela sorri e debocha com o olhar.
-Vim ver meu filho.
-Aquele que você abandonou em minha porta sem nenhuma roupa se quer?
Eu estava paralisado sem saber o que fazer ou falar.
- Não importa como eu o deixei, ele saiu de mim e é meu.
-Você não vai levá-lo Keren!
Will falou firme e eu recuei olhando Alex com minha mãe.
- Eu sabia que você era gay, nem fazer um filho em mim conseguiu.
Ela passa a mão no corpo e se aproxima de Will o provocando.
-Ja o seu amiguinho conseguiria.
Ela pisca para mim e eu coro.
Will a fuzila com o olhar.
-Se afaste da gente.
-Você tem certeza que vai casar com um traidor, Will?
Ela me olha e eu havia entendido tudo.
-Foi Elen quem te mandou, não foi? Ela quer me ver acabado, mas ela não vai ver.
Entro no meio de Will e Keren a empurrando com minha presença.
-Todo o "medinho" que vocês tentaram causar foi em vão, todas as mentiras que vocês contaram ou as meias verdades não vão destruir um amor que cresceu depois de um desmoronamento de ambos.
Seguro a mão de Will.
-Vocês nunca vão nos ver no chão outra vez.
Digo firme. A música alta impediam que escutassem nossos murmúrios a distância, os mais próximos notavam, mas mantinham-se longe.
-Você não vai levar meu neto sua perua.
Minha mãe entrou a nossa frente, nos defendendo, dois seguranças foram chamados para a retirada de keren do local a qual foi carregada até após os portões bradando que nada ficaria daquele modo por muito tempo.
Eu tinha certo medo, pois ela tinha ajuda de Elen, mas nada destruiria nosso momento feliz. Eu me preocuparia com aquilo mais tarde.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor para dois... ou mais.
RomanceTedy, um cara solitario que entre varios erros resolveu fazer a coisa que mais valeu a pena, terminar com a pessoa que sugava sua alma. Depois de anos de tristeza e frustrações decide se aventurar de diveros modos e acaba por achar o amor em coisas...