A Filha Do Tempo - A queda de Gazu

Tempo

Ela viajava no tempo. Mas ele mesmo não era seu aliado. Era como um pai carrasco e frio, que sempre fazia algo para lhe ensinar uma lição dolorosa. O tempo e seus poderes fantásticos, do envelhecimento a morte. Da vida ao suspiro de adeus.

O tempo, aaah o tempo, senhor de todo o universo. Impiedoso, ele escorre como água e vento por entre os dedos de umas mãos aflitas tentando em vão controlá-lo ou ao menos segurá-lo, mas ninguém, nem mesmo o tempo é capaz de si poupar. O próprio tempo é incontrolável.

Mesmo que quisesse, ele não pode e nem deve parar. Dele depende que tudo mude. Se ele estaciona as coisas desandam. Como um rio é necessário que ele flua, pois tem muito o que ensinar. Pare, veja.

Nada mais é igual. As flores ganharam um novo aroma, as pessoas conseguem enxergar a vida de um novo ângulo. O tempo é sábio. Quanto mais ele passa, mais se percebe que o que ficou para trás deve ficar onde permaneceu.

Não tem como encaixar uma peça antiga num jogo totalmente atual. Enquanto alguns vivem com o olhar no passado e outros no futuro, o tempo voa no presente e quando se nota já passou.

Em respeito ao tempo a única coisa que se pode fazer é; viver tudo que ele tem a oferecer pois pra cada uma tem seu tempo certo. Mas às vezes se faz o tempo.

Alguns bem, outros mal, porém sem a noção de que nada no tempo pode ser modificado sem uma consequência negativa.

Afinal, se soubesse como fazer diferente, se teria feito. O segredo é pousar os olhos no tempo presente e ao invés de tentar combatê-lo, correr com ele na mesma intensidade.