Capítulo 13

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Notas: bom dia, meus xuxus! Preparadas pra sofrerem um pouquinho e odiarem a Dinah mais um pouco? JOASJOIS Espero que sim...

Lauren Point of View.

Paguei o valor que o taxímetro indicava e saltei, arrumando as bolsas e mochilas nos ombros. Caminhei para dentro com um pouco de dificuldade, notando que aquele lugar não havia mudado praticamente em nada. As paredes eram encardidas, a pintura continuava a mesma, de um amarelo escuro desagradável. A mulher que me olhava do último degrau, na porta do prédio, mantinha uma expressão desagradável no rosto, quase indiferente a mim. Chegando no último degrau, repousei as bolsas pesadas no chão e a encarei.

— Sabe onde posso encontrar o responsável...

— Sou eu. Só tenho dois apartamentos vagos.

— Tudo bem. Qual é o mais barato?

Dois minutos depois, eu já estava arrumando minhas malas enfileiradas de uma forma que desse um pouco mais de espaço ao apartamento, que consistia em um cômodo grande, sala-quarto-cozinha com bancada e um banheiro pequeno.

Tudo que decorava o ambiente eram um sofá cama marrom, um móvel pequeno e gasto, comportando uma tv que eu duvidava funcionar e uma geladeira velha. Eu lembrava muito bem como as coisas ali eram, não havia burocracia naquele lugar, então todo o acordo era entre as partes que consistia do hóspede pagando o aluguel em dia ao proprietário, do contrário seria automaticamente expulso do lugar, e sem cerimônias e de um modo nada gentil.

Naquele momento, era o que eu podia ter. Minhas economias foram drasticamente diminuídas na minha estadia não remunerada no The Hills, o que também me lembrava que eu tinha que começar a procurar alguma coisa para fazer, antes que a minha vida terminasse de desmoronar.

Deitei no sofá e encarei o teto. Eu tinha que começar a tomar atitudes e sabia disso, mas minha força de vontade era quase tão inexistente quanto a pó. Eu não queria fazer nada, não sentia vontade de nada, e desejei profundamente que pudesse viver como uma planta, me alimentando de luz.

Mas a vida não era perfeita, então eu precisava fazer alguma coisa, e rápido. Tinha que começar uma jornada em buscar de um emprego o mais rápido possível, e torcer para que eu conseguisse alguma coisa, qualquer coisa que pudesse me manter. Eu não tinha planos para longo prazo. Não tinha planos de nada, e isso me fez notar como minha vida estava uma grande merda. Simplesmente não havia o que esperar, não havia um objetivo. Meu único objetivo, dia após dia a partir de agora, seria continuar viva.

Não havia um motivo claro para isso. Eu não tinha planos, simplesmente não sabia o que seria, como seria, e a falta de meta na minha vida fazia com que, ao invés de me estimular a descobrir uma, eu me acomodava numa sobrevivência apática e sem graça. Até o dia que um milagre acontecesse ou um raio resolvesse me atingir no meio da rua. O que viesse primeiro. Tudo bem.

Eu sempre acreditei que todas as pessoas vêm ao mundo com um propósito. Eu encontraria o meu, cedo ou tarde. Até lá, a única coisa que eu tinha a fazer era continuar vivendo. Continuar sobrevivendo. De repente, senti saudades da época que isso era fácil. Eu lembrava da última vez em que havia saído para procurar emprego.

Com uma educação profissional interrompida pelas tragédias da minha vida, não havia muitas opções. As chances de uma mulher de ensino médio interrompido eram menores que as dos homens, porque infelizmente sempre achavam algo para eles, e eu não poderia dizer o mesmo para as mulheres. Eu sabia muito bem como funcionava.

Mas eu era uma mulher. Uma mulher que nunca havia trabalhado com algo que não exigisse o corpo como parte do acordo, então as coisas se tornavam mais difíceis. Ou isso, ou meu estado de espírito insistia em me dizer que absolutamente tudo o que tentava era impossível conseguir, que na realidade nada daria certo.

Sweet CreatureOnde histórias criam vida. Descubra agora