Capítulo 11

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Notas: Mais um, e se preparem pra sofrerem um pouquinho. <3

Lauren Point of View.

Dinah havia passado o dia inteiro comigo. Ela escolheu pela minha companhia, embora não estivesse totalmente confortável com isso. Ela havia me dado um presente lindo, que agora chamava toda atenção do meu quarto.

Sem pensar, fui até o vaso e tirei, do meio das flores, o papel com a lista de diversas espécies que ali estavam. Deitei de bruços na cama e li uma por uma, tentando as identificar.

Depois de muito tempo nesse jogo, finalmente dobrei o papel, pronta para o guardar em uma das gavetas e o estudar depois, mas ao encarar uma das quatro partes do verso do papel, fui pega de surpresa por algo escrito a lápis.

A letra, embora parecesse estar ali por um rascunho, era bonita e imponente, diferente da lista que trazia os nomes das flores, então imediatamente entendi que aquela caligrafia só poderia ser de Dinah.

Desdobrei novamente o papel para poder ler a frase inteira. Era uma citação. Uma citação que não fazia sentindo estar ali.

"Um covarde é incapaz de demonstrar amor. Isso é privilégio dos corajosos". – Mahatma Gandhi

Dinah Jane Point of View.

— Dinah?

— Sim.

— Está tudo bem?

— Está tudo ótimo, Allyson. Não poderia estar melhor.

Notei pela minha visão periférica que ela me encarava com dúvida, mas não fiz menção em virar para a encarar, para tentar mostrar que eu estava falando a verdade.

Primeiro, porque minha cabeça doía demais para que eu tentasse fazer alguma coisa além de falar e respirar. Segundo, porque eu simplesmente não me importava com o fato de Ally acreditar ou não em mim.

Terceiro, porque eu não estava falando a verdade.

— A senhora parece cansada.

Eu também teria pedido para que ela me chamasse pelo nome. Quanto mais o tempo passava, mais me irritava com a insistência de Ally em ser formal comigo.

Mas até isso exigia de mim uma força de vontade que eu não tinha.

— Eu estou cansada. Cansada e com enxaqueca. Mais alguém quer falar comigo hoje?

— Não, senhora.

— Ótimo. Então pode trancar a minha porta assim que sair.

Ally permaneceu em silêncio por algum tempo. Não abri os olhos para verificar o porquê.

— Tudo bem. Aqui estão as anotações das reuniões de hoje. A senhora está indo bem com as decisões.

— Obrigada, Ally.

— E aqui estão os três contratos.

Senti os papéis sendo jogados à minha frente, em cima da mesa. Ainda assim, continuei imóvel, fazendo movimentos lentos e circulares com os dedos nas têmporas para tentar aliviar a pressão que eu sentia na cabeça.

— Dinah.

Abri os olhos, a encarando.

— Fale comigo! Eu estou bem aqui!

Continuei a fitando, enquanto analisava silenciosamente minhas opções. Eu queria conversar com ela. No final das contas, ela era minha melhor amiga. Minha única amiga.
Eu queria contar a ela tudo que estava acontecendo comigo, todas as minhas dúvidas e meu pânico.

Sweet CreatureOnde histórias criam vida. Descubra agora