Capítulo 17

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Notas: bom dia, mores! Esse capítulo é basicamente um flashback, mas é importante pra história, então sejam pacientes.

PS: se esse capítulo chegar a 100 views até o final da noite, eu posto mais um. <3

Dinah Point of View.

Ela não sabia de nada.

Não fazia a menor ideia do que havia acontecido comigo, mas eu sequer poderia culpá-la. Também não podia a culpar se ela me odiasse agora, se tivesse tanto nojo e raiva de mim que quisesse se manter afastada. No final das contas, eu pedi por isso, porque agi como uma cafajeste.

Eu poderia aceitar quase qualquer coisa, mas teria que fazer com que ela acreditasse que esse tempo em que estivemos separadas foi muito difícil para mim mais do que ela imaginava, mas porque ela precisava saber o mal que a falta dela me fazia.

Flashback On.

Ao sair do The Hills no dia em que havia visto Lauren pela última vez, tentei convencer a mim mesma que manteria distância dela "para o meu próprio bem". Obviamente, aquilo se mostrou uma ideia tão idiota, que sem exagero algum quase me matou.

A primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi abrir minhas melhores garrafas de uísque e simplesmente acabar com elas. A culpa de ter feito o que tinha acabado de fazer e a dor que eu sentia como consequência das minhas decisões foi o que me convenceu a encher a cara.

A tarefa de lidar com o desespero que minhas atitudes trouxeram se mostrou difícil, então, como a perfeita covarde que eu sempre fui, me refugiei a várias doses. Foi só no dia seguinte, vítima de uma ressaca monstruosa, que me dei conta que minha brilhante ideia de usar o álcool para esquecer os meus problemas não tinha sido tão boa assim.

Ally ligou várias vezes para o meu celular talvez querendo saber o motivo que fez a chefe de uma empresa não ir ao trabalho em plena terça-feira ensolarada. Não me importei com as chamadas e me permiti afundar na tristeza de uma ex-bêbada com dores de cabeça durante todo o dia.

Para fugir do arrependimento e culpa, outra vez cometi a mesma estupidez e em vários dias seguidos, usava o álcool como remédio para os problemas sentimentais.

Na minha cabeça, não era totalmente estupidez. Na verdade, eu não me importava com o que estava fazendo. Por isso, e por saber que aquilo me fazia esquecer pelo menos um pouco dos meus problemas, mesmo que me castigasse depois, me permiti continuar bebendo com frequência. Dia após dia, até completar uma semana.

Ally me ligava diariamente, talvez querendo saber se eu finalmente havia morrido. Atendi a uma chamada sua na quarta, apenas dizendo algo como "não vou trabalhar, problemas pessoais" e desligava depois.

Esse deve ter sido o motivo pelo qual ela decidiu não ir atrás de mim até a minha casa, e eu não sabia se aquilo era bom ou ruim.

Seria bom porque eu não teria que aturar ninguém. Não que eu tivesse que "aturar" Ally é claro, ela era minha amiga e quase sempre muito bem-vinda, mas naquele momento eu não estava com cabeça para nada.

Eu sabia que ela me perguntaria o que aconteceu, exigiria os mínimos detalhes de mim. Mas eu não estava a fim de falar sobre a merda que havia feito, porque só em pensar já era doloroso.

Eu precisava ser forte, conseguir resolver os meus problemas sozinha, eu já não era nenhuma menina para que precisasse da ajuda de terceiros para conseguir resolver os meus problemas. Eu poderia até dividir os meus sofrimentos com ela, afinal de contas ela era a minha melhor amiga. Mesmo que isso significasse contar a ela sobre aquela história desde o início. Eu tinha certeza que ela me odiaria por não seguir os seus conselhos, talvez fosse até bom desabafar com alguém.

Sweet CreatureOnde histórias criam vida. Descubra agora