Capítulo 22

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Notas: bom dia, xuxus. OUTUBRO MELHOR MÊS DO ANO QUEM CONCORDA RESPIRA. Parei.

Voltei com mais um capítulo da ficzinha. Postei também um novo one shot ontem, se não leram, leiam. <3

Lauren Point of View.

Eu praticamente não havia dormido nada aquela noite, ansiosa pela eminente viagem surpresa a qual não só me faria viajar de avião pela primeira vez – o que tinha que admitir, não era o principal motivo do pânico, mas também conheceria a família de Dinah, esse fato sim me preocupava. Eles devem ser legais.

Eu repetia isso como um mantra dentro da minha própria cabeça, enquanto assistia Dinah dormir. Ela estava mergulhada em um sono profundo, mas notei que em alguns momentos ela sonhava. Na maioria das vezes, dizia coisas incompreensíveis, mas quando seu rosto se contorcia em tristeza ou desagrado, ela instintivamente me trazia mais perto de seu corpo, me apertando com força.

Me perguntei se ela estaria tendo algum tipo de pesadelo comigo. Lembrei de todos que eu havia tido com ela. Felizmente, a insônia trabalhou nisso, me deixando alerta quase a noite toda e impedindo que meus medos viessem me atormentar em forma de sonho outra vez. Eram cinco da manhã quando vi o relógio pela última vez e finalmente consegui relaxar nos braços de Dinah.

Acordei na manhã seguinte sentindo um pouco de frio. Estava sozinha e com dor de cabeça, por isso tentei dormir mais um pouco, tarefa que se mostrou impossível, já que a minha ansiedade não me deixava relaxar. Tomei um banho quente e demorado, enquanto traçava planos para o resto do meu dia, pelo menos até Dinah voltar do trabalho.

Me vesti com um conjunto de moletom cinza e meias e peguei alguns biscoitos na cozinha, indo direto para o meu quarto para começar a arrumar as minhas coisas para nossa viagem de Natal. Encontrei três malas grandes enfileiradas perto da parede, então me perguntei se Dinah achava que eu levaria tanta coisa assim. Ignorando as restantes, separei uma única mala para a viagem.

Escolhi as roupas novas por uma série de motivos. Primeiro, eram mais bonitas. Segundo, não havia risco em fazer com que ela ou eu lembrássemos de coisas desagradáveis. Terceiro, eram muito mais elegantes do que as minhas peças antigas, provavelmente seria mais apropriado para conhecer a família dela. Mesmo assim não deixei de colocar alguns dos meus moletons e shorts confortáveis, já que não fazia ideia do quão fria as noites de Londres seriam.

Pensei em arrumar as coisas de Dinah também, porém logo desisti, não seria uma boa ideia mexer em suas coisas.

Peguei o presente ainda embrulhado e guardei na bolsa, com medo de que se deixasse para depois, acabaria esquecendo de levar. Coloquei o restante das roupas e sapatos na mala. Lembrei dos dois vidros de perfume, mas ambos eram fortes. Um, inclusive era o que eu estava usando na noite do nosso reencontro, então imaginei que Dinah odiaria se lembrar dele, por fim resolvi levar apenas meu creme para hematomas.

Demorei mais do que imaginava. Olhei para o relógio e já estava na hora do almoço, então como estava sozinha, qualquer congelado estaria de bom tamanho. Preparei tudo muito rápido, tentando não pensar em nada relacionado à viagem e em tudo que poderia acontecer nela.

Terminei de almoçar, e sem muito o que fazer, rumei para o quarto de Dinah e liguei a tv. Passei por mais de duzentos canais três vezes, demorando em alguns filmes apenas para ver se o tempo passava logo, mas nada conseguia prender a minha atenção.

Eles vão me odiar. Vão pensar que eu sou uma interesseira.

— E por que eles pensariam isso? – Perguntei a mim mesma.

Porque talvez eu não seja a mulher apropriada para Dinah.

O pior de tudo não era ter que viver com Dinah e fingir que a vida era simples. E sim de ter a minha própria consciência contra mim me enlouquecendo, e eu tinha certeza que se não revertesse essa situação, por bem ou por mal, acabaria na merda.

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