Algodão doce (por mihtrowxa)
Um parque de diversões. Todo o seu ar infantil, provavelmente o lugar em que ninguém esperaria que um crime, como lavagem de dinheiro, ocorreria. Quem iria desconfiar de alguns "funcionários" trabalhando no, até então desativado, carrossel?
Julieta mês no já havia perdido a conta de quantas vezes as crianças a perguntaram quando o carrossel voltaria a funcionar. "Em breve, meu bem", ela respondia enquantondo passava várias notas de dinheiro para o seu colega por baixo do balcão. Não era um trabalho muito difícil; Julieta possuía contatos na administração do parque, que a manteria segura, o ambiente era tranquilo, seus parceiros eram discretos, e é claro, ela ganhava algodão doce de graça todos os dias da senhora que trabalham na barraca ao lado. Tudo era completamente seguro.
Mas naquele dia, as coisas andavam um pouco... conturbadas. Julieta estava sozinha no balcão, quando avistou vários policiais entrando no parque, olhando de um lado para o outro, como se procurassem algo (ou alguém). Imediatamente, Julieta ficou inquieta: aquelas dezenas de policiais não deveriam estar ali à toa. Alguém havia a denunciado -ela sabia que não deveria confiar na velhinha do algodão doce.
Quando os policias vieram andando em sua direção, foi aí que Julieta sentiu o desespero tomar conta de seu corpo. Ela era a líder do esquema, pegaria quantos anos de cadeia? 30? 40? E Julieta preferia qualquer coisa do que ser presa.
Por isso, subiu no balcão, e depois em uns dos cavalos do carrossel, para então, finalmente, chegar ao topo. Enquanto afastava os cabelos loiros do rosto, ela olhou para baixo. Era bem alto... mas necessário. E Julieta pulou, caindo morta no chão, para a surpresa de todos, principalmente do grupo de adolescentes que estavam fantasiados de policiais e só queriam saber se era naquele parque que ocorreria o concurso de fantasias.
Carrossel (por laertecjr)
O dia parece normal mas não é, esse é o último dia da minha vida, a partir de hoje nada mais importa.
Dormi no carro essa noite, não tive coragem de ir pra casa, como eu ia encarar minha família?
Abro a porta do meu Opala 77, minha criança, meu xodó, aliás um deles e vou até o portão do parque.
Puxo o molho de chaves do bolso e destranco o cadeado, o barulho da corrente caindo no chão, é a última vez que farei isso.
Caminho devagar por todo o parque, carrinho de bate-bate, casa dos espelhos, mini montanha russa...está tudo estranhamente silencioso. Paro em frente ao gigante e, uma lágrima escorre dos meus olhos, o menino de ouro está dormindo, o centro do parque meu menino, o Carrossel!
Passo por entre os cavalos e vou até a porta espelhada que fica no centro, abro e ligo a chave geral, as luzes acendem e tudo se ilumina, é mágico.
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Antologia 1 - Junho
RandomEsse não é um projeto de divulgação de livros, é um projeto de exercícios de criatividade que reúne os melhores textos de cada desafio de escrita. Cada dia apresenta uma imagem ou frase sobre o qual os autores devem produzir no mínimo 100 palavras...