Dia 25

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A foto (por laertecjr)

Tiago precisava colocar imediatamente aquela foto na sua parede. A imagem podia dizer tanta coisa, que para ele era praticamente sua Mona Lisa.

Foi até seu escritório, pegou um porta retratos e colocou a foto dentro, andou até o corredor e abriu espaço na prateleira para colocar mais uma foto em sua coleção.

Arrumou com carinho o pequeno porta retratos e parou alguns minutos para apreciar a imagem. Nela havia o rosto de perfil de uma bela moça, aparentava menos de 20 anos e uma luz roxa refletia no seu rosto dando um tom romântico a foto, a lágrima escorrendo do olho deixava tudo ainda mais perfeito.

Pensou em várias histórias sobre ela, mas a que mais lhe deixava feliz, era a de que tirou aquela foto em uma comemoração de 4 de julho enquanto a moça assistia a queima de fogos. Achou extremamente patriótico, e não seria estranho ter a foto exposta em casa, afinal era fotógrafo profissional e sua casa sempre estava cheia de fotos.

Abriu um sorriso satisfeito, logo depois desceu as escadas para o porão. Acendeu a luz e pegou o machado que estava ao lado de uma pá. Se virou e olhou o corpo nu e ensanguentado da moça no chão, seria uma longa noite.

 Se virou e olhou o corpo nu e ensanguentado da moça no chão, seria uma longa noite

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Tragédia (por filipetassoni)

Ellemeneope entrou no camarim enquanto pelo teatro ainda ecoavam os aplausos de seu público, mas em seu coração só ecoava uma única nota intermitente de dor. Desnudar sua alma em uma peça teatral noite a noite, espetáculo a espetáculo era fácil, viver Medéia era trágico e libertador, difícil era ver o ex-marido com a atual e seus filhos. Difícil mesmo. Ver seus filhos agindo como se a outra fosse mãe, como se o monstro, que trabalha com a lei e manipulou a lei, fosse um bom pai.

Impossível não engolir um amargor ao ver tanto de sua vida na plateia. Nunca a primeira fila foi tão terrível de encarar. Nunca ver aqueles sorrisos foi tão venenoso. Malditos. Sua alma se rasgava em mil fibras secas por vingança, e sua mente só insistia no desejo por aplacar o ódio. Pegou a arma que carregava na bolsa desde a época da separação quando precisou ser dura com Ronald que a ameaçava noite e dia. Corrupto, maldito, estuprador.

Peça moderna com diversas releituras, era o penúltimo ato, a luz violeta tomava conta do palco cegando a atriz, mas Medeia vingava-se e Ellemeneope, com o rosto banhado naquela nêmese de luz, derramou a primeira lágrima. Seguida pela segunda e pelo primeiro tiro. Alvejaria primeiro o monstro, depois a vadia. Ato continuo e a vida imitou a arte. Tanto ela quanto Medeia apenas mataram os filhos.

 Tanto ela quanto Medeia apenas mataram os filhos

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Antologia 1 - JunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora