- Quem era naquele jipe que te trouxe para casa, filha? - perguntou Sam, assim que And entrou em casa.
- Um rapaz que conheci no clibe. Instrutor de natação. - And respondeu, com um sorriso enigmático para o pai.
- Natação? Mas você sabe que eu não quero te ver falando de natação, Andie! - ralhou o pai, exaltando-se do nada.
And sentiu-se irritada, de repente. Às vezes acontecia aquilo. Não fazia nada! Não...
- Eu sei, papai! - disse ela, quase ríspida - Bom... agora se me dá licença vou para meu quarto. Estou com sono e quero dormir para estudar para aa aulas que retornarão.
Logo que entrou em seu quarto, And trancou a porta e deitou-se da imensa cama. E ao invés de correr boara os livros de algum atual assunto, parou olhando para o céu ao ver a imagem daquele rapaz. Seus cabelos... Seus olhos...
Podia lembrar-se dele... seu tom de voz... o meio sorriso nos lábios...
"Por que você não gosta de nadar?"
Seus belos olhos cinzentos, o sorriso e a jovialidade... a fez sentir... despertou uma vontade de viver sua vida como queria.
Era como se soubesse que tinha toda a vida e o mundo pela frente mas algo a prendia. E... tinha dezessete anos, tinha direito. Então, novamente, como que tomada de um ímpeto, pegou o telefone do quarto e discou.
E sentiu-se assustada, desligando ao primeiro toque.
Não sabia porque as vezes tinha aqueles arroubos. Sentou-se na cama e começou a desfazer a longa trança. Pegou uma escova e do espelho observou-se. Era uma garota simples, sem maiores atrativos, daquele jeito. E aquela camisa... E a saia...
- Poxa vida, mãe! Por que não me levou com você? - lamentou-se. Talvez em outra vida ela poderia ter um pouco mais de liberdade de escolha - Não... papai ficaria muito triste! Ainda mais porque minha madrasta não iria querer dar mais filhos a ele. Ele só tem a mim... - então ela deixou cair na cama, de novo, vencida por sua consciência.* * *
- Mas isso é o cúmulo, Sam! - exclamou Umah estendendo os braços para cima - Ela pega uma carona com um estranho e você fica nessa calmaria?
Sam colocou seus óculos e analisou uns documentos que tinha em mãos. Assinou alguns, recusou outros... E então retirou os óculos de novo.
- Umah! Querida... And não está fazendo nada de errado. Ela só pediu uma carona...
- E você não percebe? Ela é igual à mãe dela! Aquela Marquis dos internos!
Sam irritou-se e levantou-se da poltrona.
- Mas o que quer que eu faca? - gritou, agora esmurrando a mesa.
- Não pode permitir que ela faça isso de novo! Sei lá... tem que lhe dar um carro! Dinheiro! Tudo o que é ela precisa para não pegar mais caronas com estranhos!
- Carro e dinheiro lhe darão mais liberdade! E não repita que ela é parecida com aquela mulher! - ele vociferou.
- Se sua filhinha deixar meu irmão, eu largo você, entendeu, Samuel Foster? - ela rebateu e o fitou - eu largo você, me entendeu? - então saiu, pisando duro.
- Droga! - chingou Sam. Depois tocou a campainha, chamando a criada - Hilary!!! - chamou e em minutos a governanta da casa apareceu.
- Senhor?
Sam levantou-se, rodando uma caneta dourada nos dedos, estantes às suas costas. Entak ergueu-se da poltrona e deu a volta na mesa, encostando-se ali.
- Bem... eu estou pensando em dar um carro para And! O que acha?
Hillary raspou a garganta, nervosamente. Sabia que apesar de ter uma nova esposa, há dez anos, desse que havia completado dois anos da morte da primeira primeira mulher, o patrão sempre recorria a ela quando queria conselhos importantes.
- Bom, eu acho que... um carro daria mesmo, mais liberdade para a menina. E ela precisa de um, contida jovem da sua idade. Do contrário...
- Continuará pedindo carona!
- Isso mesmo. Se me permite, senhor, eu... sugeriria que um... cartão de crédito seria melhor. Poderia deslocar-se de táxi, se precisasse...
- Hum... - Sam abriu um amplo sorriso - posso dar a ela o cartão e se quiser vem com o ônibus escolar! Obrigado, Hillary! - ele agradeceu e com acento ela se retirou.
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Marquesas
RandomAndie Marquis Foster. O nome grande para uma jovem de dezoito anos que vestia-se para o seu prematuro casamento, enquanto olhava para a foto da falecida mãe. Terna, selvagem... Eram tantas as descrições atribuídas que ela desejava saber o motivo do...