O Natal daquele ano foi um escando. A imprensa não parava de falar sobre o "estouro" do Hit Bank de Houston. O FBI procurava os fugitivos de forma incansável por toda a cidade e tudo o que conheciam eram as explicações do criador dos Foster ou dos Singer.
- Não senhor... eles viajaram. – diziam.
Entre si, planejavam ir embora do trabalho, arrumando um novo emprego.
- Ah... eu não quero nem saber... se não pagarem tudo bem. Mas ficar nessa máfia, nem pensar! – dizia a cozinheira dos Foster.
Os vizinhos declaravam-se inimigos.
- Ah... eu bem que desconfiava. – disse Olivia no cabeleireiro – Umah não era tão boa assim... nem Sam...
- E aquela Marquesa então? É uma safadinha! Ficou se agarrando com aquele rapaz... um marginal! – era Alette.
- Vocês sabiam que Umah frequentava aqui, cortando o cabelo, mentia a Sam que tinha problemas capilares? – era cabelereira, Kelly?
- Não diga?!? – exclamou a mãe de Lenny.
E a notícia se espalhava. Pessoas paravam de comprar as cerâmicas Singer. Queriam seus dinheiros de volta no Hit.
Os funcionários não sabiam o que fazer, roubavam para garantir que receberiam seus salários, a toda hora sendo chamados para depor na delegacia local sem ter, quase nunca, algo interessante para dizer.
E aquele ano novo foi o muito triste e solitário da vida de And. Ela o passou em casa, olhando pela janela com seu único companheiro, Malcolm. Juntos, eles ficaram vendo a alegria dos transeuntes no andar de baixo, enquanto Hillary, Paul e Rose preparavam um jantar para a família.
And ficou bestificada com os modos daqueles três fieis que beberam sem parar, acabando por desmaiar, feito bêbados no final da noite. Ficou pensando, inclusive, o que o pastor Herbert diria se visse a digníssima senhora Umah, o bondoso senhor Samuel e o descente jovem Cole naquele estado.
Foi para seu quarto e ficou mexendo em suas coisas e lembrando-se dos acontecimentos daquele ano que passara, tudo o que ela havia visto, escrito, e vivido.
Concordou que sua vida, nunca mais seria a mesma e que tanto faria se fizesse uma tatuagem, se colocasse um pearcing ou...
- Ei... – murmurou ela pulando da cama, com uma nova ideia brotando em sua cabeça – eu sempre sonhei... – afastou a blusa do corpo, tocando o colon com a mão – Por que não agora? – saltou da cama e foi até seu armário. Lá estava sua mochila, ainda feita. Pegou uma blusinha tomara que caia, calça cintura baixa, umbigo de fora... casaco por cima.
Assim, estava saindo de seu quarto quando ouviu a voz de Cole.
- Para onde vai a esta hora? – sua voz estava engrolada pela bebida, os olhos verdes, um brilho insano.
Ela piscou freneticamente sem nada dizer. Estava sem coragem...
- Eu... não vou a lugar algum... – disse correndo de volta para o quarto e batendo a porta atrás de si.

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Marquesas
DiversosAndie Marquis Foster. O nome grande para uma jovem de dezoito anos que vestia-se para o seu prematuro casamento, enquanto olhava para a foto da falecida mãe. Terna, selvagem... Eram tantas as descrições atribuídas que ela desejava saber o motivo do...