Washington DC – Departamento Federal de Investigação, FBI
O sinal vermelho começou a tocar insistentemente até que alguém fosse atender. Era algo estava acontecendo. De longe Vanda observou quando o capitão abriu um largo sorriso. Aquele era o dia.
- Mas é claro que sim. Valeu camarada...
Prontificando-se, Vanda levantou-se e foi até ele.
- Capitão... recado de quem? – perguntou os olhos brilhando de curiosidade.
- É um dos nossos agentes... acaba de dizer que encontraram o paradeiro de Cole Singer e seu bando...
As palavras ditas em alto e bom som eram necessárias para que os homens se preparassem para uma operação imediata.
- Vamos conosco... – ele disse e a mulher assentiu, correndo para se preparar.Nevada, Las Vegas.
Eram dez horas quando Andie entrou em casa. O pai conversava com Umah e Cole, ambos ressabiados aconchegados no sofá.
Cole tinha um celular nas mãos e com certeza acabara de receber um telefonema importante.
- ...bem, temos que ir mais além, dessa vez. – dizia Umah com um copo de uísque na mão.
- Temos que nos esconder o máximo possível. – Sam olhou para a esposa e Andie sentiu uma tremenda angustia tomar conta de si. Definitivamente aquela coisa de fugir era a última coisa que desejava para a própria vida. Mas o que fazer? Ela estava sem escolha...
- Mas temos que esperar a Andie chegar... – lembrou Sam.
Assim, com o objetivo de se fazer notar, a jovem raspou a garganta.
- Querida... – Sam levantou-se com um sorriso – estávamos esperando você chegar... – disse ele – temos que ir embora imediatamente. Aliás, você terá que se casar com Cole essa noite e...
Andie franziu o cenho irritada. Merda, aquele era o seu aniversário e tudo o que eles sabiam fazer era falar sobre a maldita fuga deles. Tentando manter a calma e a os fitou.
- Papai, não mudei de ideia. Não quero mais me casar. Ainda mais agora.
- SUA VADIA! – gritou Umah dando-lhe uma bofetada no rosto – O que você pensa que está fazendo? Sua família está precisando de você nesse momento e você não pode ajudá-lo?
Malcolm reagiu furioso querendo avançar na mulher, mas Andie ordenou-lhe que ficasse quieto, ainda que a vergonha do tapa ardesse no rosto.
Por isso, sem perceber e de forma inédita, partiu para cima da madrasta.
- Vadia eu? Oras... como você pode dizer uma coisa dessas? Eu que sempre fui a idiota e feia 'Marquesa'! 'Andie faça isso ou aquilo, querida...'! Vão todos à merda! Eu estou farta de tudo isso aqui... quero viver de forma descente e não tenho culpa se vocês erraram em suas vidas... – e dizendo isso, tirou o casaco, as tatuagens a mostra, fazendo com que o pai e a madrasta dessem um passo para trás. Ela era outra.
Bestificado, Cole aproximou-se.
- Andie... o que fez com seu corpo? – indagou.
A adolescente soltou uma gargalhada.
- Você falou bem. Meu corpo. Meu presente de aniversário.
Sam engoliu em seco. Já havia visto aquela história antes. Mas ele estava fazendo tudo errado... o aniversário dela... como ela havia podido esquecer?
E enquanto a esposa tentava agredir a jovem, que se defendeu, segurando sua mão, ele ia a via se transformar em outra. Era com se aquela idade houvesse trocado doce e obediente filha por uma adolescente rebelde e tatuada.
- Eu, pelo menos, faço as coisas de forma transparente. Cortei meus cabelos, porque quis, fiz minhas tatuagens porque me deu vontade... não tenho nenhum problema de saúde, como você que mente...
A mulher semicerrou os olhos, Cole sem nada dizer. Definitivamente ela descobrira tudo... ele só queria saber o que mais.
- Como é que é?
Soltando o braço da madrasta, Andie resolveu ir para seu quarto. Estava com uma tremenda dor por causa de tudo o que estava acontecendo. Droga...
E ao fechar a porta do quarto, a solidão! O lugar era magnifico, luxuoso, um privilegio de poucas garotas de sua idade...
Mas a paz... ela olhou para a porta que não ocultava os gritos da madrasta com o pai. Como ela não vira, antes, a bisca ruim que aquela mulher era?
- Cansada? – a voz a tirou de si, ela nem precisando virar-se para ver Paul.
Parecia que ele era o único que a entendia naquela loucura toda... e o pior é que ela não lembrava quando se aproximara dele daquela forma. Como a um irmão mais velho.
- Um pouco... – ela disse vendo a ponta acesa do cigarro na escuridão.
- Você deve ter juízo, Andie... tem uma família, apesar de tudo... dessa... não pode mais fugir deles...
Andie pensou nas tias e primos que conhecera naquela tarde.
Uma brisa passou lhe despenteando os cabelos.
- Pode ser... eu acho que...
Foi quando um estrondo se fez ouvir e ela olhou para a porta e o cachorro que erguia-se, atento.
Gritos, barulhos de porta sendo arrombada...
Sem perceber que estava com os olhos arregalados olhou para Paul.
- Meu Deus... isso é...
- ...sua chance de fugir... – ele disse numa posição que a deixou confusa. Parecia saber o que fazer naquela situação, ela de repente vendo que ele tinha uma arma na mãos, empunhada como se soubesse fazer com que caso necessitasse, o que ele fez quando a porta foi arrombada e pela mesma entrou uma saraivada de tiros que deixou Malcolm na defensiva, abaixando-se enquanto Paul parecia protege-la atirando de volta.
E sem pensar em mais nada, ela não soube quando saiu se arrastando pelo chão... quando pegou uma mochila não desfeita com algumas peças de roupa, um pacote com o resto do dinheiro que o pai lhe dera...
Então, junto com Malcolm ganhou a saída e o mundo desconhecido.
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Marquesas
RandomAndie Marquis Foster. O nome grande para uma jovem de dezoito anos que vestia-se para o seu prematuro casamento, enquanto olhava para a foto da falecida mãe. Terna, selvagem... Eram tantas as descrições atribuídas que ela desejava saber o motivo do...