27.

1 1 0
                                    

        À janela, Cole observava os belíssimos carros transitarem, indo e vindo de várias direções. Sua cabeça não parava de martelar que ele tinha de agir com as armas que possuía.    Talvez se não estivesse envolvido tão profundamente naquela história. Porém tinha de salvar seu patrimônio. Principalmente porque senão não conseguiria concluir seu plano. Precisava daquilo...
         - Cole... estou te chamando... – gritou Umah chacoalhando-o pelos ombros.
        - O que é Umah? Você é de pedra ou o que? Cole, pelo amor de Deus... nós temos de separar a And desse rapaz ou nossos planos irão por água
abaixo! – disse ela em um cochicho.
       - Concordo com você, minha irmã... Sam disse a mesma coisa.
       - Não estou descuidando... – a cabeça de Cole começava a funcionar – tenho um plano... lembra-se daquilo que aconteceu há alguns anos atrás, em Nevada?
        Umah fez uma careta.
        - É lógico que lembro... não sei como você pôde se meter com aquela camada ralé!
        - Você sabe porque... mas... é com aquilo que eu vou trabalhar... conto com você!
        - Pode contar!

                                                                                       * * *

         O dia seguinte amanheceu totalmente tenso, na imensa e bela casa dos Foster. And despertou com as lambida de Malcolm em seu rosto.
          - O que houve? – indagou ela com um pouco de sono. Então ouviu as batidas leves na porta de seu quarto, seguida pela irreconhecível voz do pastor Herbert.
        - Andie, sou eu. Está acordado? Pode abrir a porta? – perguntou ele.
        Passando a mão pelo rosto, And saiu da cama e vestiu o penhoar jogado aos pés da cama. Abotoou-o e foi abrir a porta enquanto o cachorrinho se deitava aos pés da cama.
         - Ah... está acordada... – disse o pastor entrando no quarto – gostaria de conversar com você! Acordou tarde hoje. Não vai ao colégio?
         - Férias. E ontem tive uma discussão com meus pais sobre meu namorado!
         - Cole? – perguntou o pastor vendo-a ir ao banheiro.
         And jogou a água no rosto e sentiu-se despertar mais.
         - Não... – disse enxugando o rosto e despindo-se para se vestir. Uma roupa mais quente dada a aproximação do outono – Lion Fisher... – disse saindo do closet com os pijamas na mão.
          - Lion Fisher... meu Deus... como você pode namorar um rapaz que nem conhece direito? Deixar um noivo que conhece a vida toda, que pode te dar uma boa condição de vida...
         And cruzou os braços no peito com mau-humor, a irritação subindo-lhe à cabeça.
        - Além do mais acho que...
        - O senhor acha! – ironizou And caminhando pelo quarto – O senhor acha, Umah acha, meu pai acha, Cole também acha... por Deus, e eu? Não "acho" nada? Vocês não acharam que é quem devia decidir sobre a minha vida? – perguntou ela colocando as mãos na cintura, revoltada.
        - And eu só quero seu bem e...
        - ...não adianta, pastor Herbert! Eu não quero mais me casar com o Cole! Será que não me entendem?
        O pastor ficou irritado.
        - NÃO PODE SER... VOCÊ DEVE ESTAR DOMINADA PELO MAL COMO A SUA MÃE QUANDO...
       - BASTA! – exclamou And, os olhos brilhando de ódio – Se você... se o senhor veio aqui para falar mal da minha mãe, ou tentar me persuadir a casar com o Cole, está perdendo o seu tempo! Pode sair pelo mesmo lugar por onde entrou!
      Percebendo o nervosismo da dona, o cachorro levantou-se enfurecido. Era pequeno mas a raça a qual pertencia já lhe dava uma braveza natural.
      - Está bem... mas não vá reclamar depois de futuras consequências. – então saiu.
       And bateu a porta irritada.
       - Não irei! Pode deixar que eu não irei me arrepender! – ela disse, irônica.
       De repente bateram na porta novamente.
       - JÁ DISSE QUE NÃO QUERO FALAR COM VOCÊ! – gritou And, fazendo com que o cachorrinho latisse. Abriu a porta e deu de cara com Paul – Ah... é você... eu...
        - Desculpe-me, senhorita Andie... é que o senhor... Lion Fisher ligou... quer falar com você. Achei melhor trazer o telefone enquanto... tento distrair a senhora Umah.
       And abriu um sorriso largo. Começava a vê-lo diferente do que era, o motorista capataz dos pais.
       - Obrigada. – disse pegando o fone – Obrigada mesmo...
       - Com licença... – disse Paul saindo. Caminhando pelo corredor, encontrou-se com Umah.
       - O que foi fazer no quarto da And? – perguntou autoritária.
        - Não "fui" ao quarto da senhorita. A senhora é que disse, mais cedo, que queria um favor meu. Bem... estou aqui.
        Umah soltou uma sonora gargalhada.
        - Ah, seu malandro... por então, vamos lá...

MarquesasOnde histórias criam vida. Descubra agora