And chegou radiante à escola. Não mais se importava com tudo aquilo. Qualquer possibilidade de ir ônibus com Umah, que a antes a deixava deprimida agora não tinha mais importância e ela parecia sempre ansiosa na expectativa de encontra-lo.
E estava tão feliz que sequer se ofendeu quando foi insultada naquela vez. Para ter mais tempo, foi primeiro ao armário pegar seus materiais para depois ir ao pátio.
Nada parecia importar. Nada. Sentou-se no banco de pedra com jardins atrás de si resolveu que teria que fazer a tal tarefa de Lenny. Agora ainda teria que se preocupar com as tarefas dela.
Foi quando sentiu uma folhinha em seu pescoço passando suavemente, fazendo com que sentisse...
Suspirou e virou-se assustada até ver Lion. Sorriu.
- Ei... Mas o que pensa que está fazendo? - indagou.
Lion pulou o banco e sentou-se ao lado dela.
- Nada! Vi que seus exercícios de fôlego estão bons!
And sorriu e levantando-se, começou a andar.
- Estão razoáveis! Ando não tendo tempo para treinar.
- Não tem banheira em casa? - perguntou ele segurando os materiais em uma mão enquanto a outra estava no bolso.
- Tenho. Acho que vou terminar um pouco em casa. Vai ser legal.
Lion olhou-a, ternamente.
- Sabe que eu fiquei... Pensando a noite toda naquele beijo? - indagou.
And abaixou a cabeça, sentindo-se corar.
- Eu também. - murmurou.
- Eu... Nunca mais havia me sentido assim, desde... - And percebeu-o baixar a cabeça, tenso.
- Desde o que?
- Desde que... Bem... Eu não quero mais falar sobre isso! - e ele olhou para o outro lado.
And o fitou enquanto caminhavam.
- E você gostaria de falar sobre o que, então?
- Bem... Na verdade eu não queria falar. Queria fazer...
And percebeu e deu-se conta que apesar de conhecerem-se, ainda faltavam muito por descobrir. E ele parecia ter uma amargura na vida. Algo que o fez atrasar-se bastante nos estudos, mas como ela também escondia o fato de que era noiva do dono de uma fábrica de
porcelanas, ela não disse nada.
- Matar aula. - completou ele diante do olhar interrogativa dela.
And abriu a boca espantada e maravilhada ao mesmo tempo.
- Mas... Lion... Matar aula... Nós não...
- ... podemos? E por que não? - ele estava desafiador - minhas primeiras aulas serão horríveis, e além disso eu já sei tudo o que a professora vai ensinar. É biologia fisiologia e francês. E as suas? Por que não abre mão delas? Só por hoje?
And continuou a caminhar ao lado dele. Suas primeiras aulas também eram bem chatas. Linguagem... A professora... And não jeito nenhum, com o gênio dela.
E foram necessários cinco minutos, falando mais alto, para que ela decidisse.
- Vou avisando que nunca fiz isso, n vida! Como podemos fugir?
Lion sorriu divertido, já sentindo o prazer de divertir-se um pouco.
- Vamos andando de fininho. - respondeu ele.
E foram. And apertou os livros nos braços e caminhando, chegaram até o parque. Feliz e ao mesmo tempo desesperada.
And queria esconder-se. Sabia que por ser filha do banqueiro da cidade, compromissada com um dos maiores indústrias da cidade, não tardaria em aparecer alguém para reconhece-la!
Por isso, o melhor que podia fazer era ficar em algum lugar escondido.
Logo que entraram no parque, o delicioso cheiro de amendoim, pipoca , doces, invadiram seu nariz. Apesar de ser dia de semana, o lugar estava tão lotado quanto podia parecer, com estudantes e pessoas de vários locais.
- Venha aqui. - chamou ele levando-a até um carrinho de doces.
Do contato para o arrepio... A eletricidade pareceu percorre-los.
- Oque você quer? - perguntou ele tirando a carteira do bolso.
And olhou para todos aqueles doces cheirosos e bonitos, de todos os tipos e gostos.
- Eu... Quero amendoim. - disse com um sorriso.
- Eu também. - virou-se para o dono do carrinho - Dois.
Com os materiais embaixo do braço, pegaram os enormes sacos que vieram quentinhos.
- Que delícia. - disse And não ouvindo a suave música e as risadas enquanto pegava dois grãos e jogava na boca.
- É... Eu adoro amendoim. - disse ele comendo o seu. Vamos em alguns brinquedos...
- Vamos. - And respondeu sentindo-se a garota mais feliz do mundo.
De repente ouviu uma voz que mesmo disfarça ela sabia identificar.
- ...Deus a abençoe! - o pastor Herbert da igreja que ela frequentava.
Sentiu um pavor tomar conta de si e engoliu em seco enquanto procurava em todos os lados, um lugar para onde fugiu.
- O que há? - perguntou Lion levantando seu rosto com a mão.
- Nada eu... Lion, vamos sair daqui. E rápido... - pediu trêmula desviando o rosto para olhar o relógio. Não daria mais tempo bde voltar para a escola sem tomar uma bronca da senhor Pearson.
- Mas o que há? - Lion não entendia.
- Por favor... Vamos sair daqui! Depois eu te explico.
- Tudo bem.
Puxado-a pela mão, And se viu levada para o Love River, uma parte do parque que era enfeitada para ser um local de namorados. Vários casais se acariciavam e se beijavam, mãos dadas...
Era bom estarem por ali por que era um local condenado pela igreja dela "...quem entrar ali, com certeza vai pra o inferno...".
- Agora me diga porque ficou tão nervosa. - pediu Lion.
And sentou-se em um banquinho.
- É que o pastor Herbert, da minha igreja, estava lá. Se ele me visse, na certa iria contar aos meu pai. Ainda mais por que, com certeza, àquela hora não daria tempo para chegar a primeira aula.
Lion colocou os materiais de lado e começou a comer seu amendoim enquanto sentiu no frescor de estar embaixo daquela árvore.
- Bom... Eu já não tenho uma fama lá muito boa por andar com minhas amigas... Imagine se for custa matando aula!
Lion balançou a cabeça, inconformado, sentindo os frágeis braços dela encostados a ele.
- Sabe, se você for ligar para tudo o que disserem, com certeza vai acreditar e fazendo o que eles querem ver você fazendo...
And pegou um amendoim e colocou na boca.
- Queria ter essa força!
- Mas você tem! Por isso acho-a linda e corajosa!
And corou e comeu outro.
- Não sou linda! Sou sem graça, meus cabelos parecem tingidos, sardas demais e... Só consigo... Liberdade mentindo. Não sei como um cara como você pode se preocupar comigo. Andar comigo...
- Como assim, um cara como eu? - ele perguntou cruzando os braços no peito.
And corou.
- Bem... No colégio entre as garotas, pode-se perceber os comentários!
- Comenta? - Lion estava quase chegando onde queria - Que comentários?
- Sabe que você... é bonito... Que... - então virou o rosto, sua face avermelhada pelo estado em que se encontrava.
- Eu não ligo para o que dizem. Nem de bem e nem se mal. - disse ele aproximando o rosto - só não concordo e ligo para o que dizem de você.
And sentiu o coração bater ainda mais apressada quando sentiu os lábios dele sobre os seus. Fechou os olhos e deixou-se levar, segura.
Os lábios dele eram suaves e macios e despertavam-lhe sentimentos indescritíveis. Sua língua quente não invadia-lhe a boca mas acompanhava, como que se apresentasse, dividisse
Algo que ela jamais havia partilhado com Cole. Nem na pensável lua de mel que ele planejava para depois do casamento.
Passando para os braços em volta só pescoço dele, ela aproximou-se mais enquanto sentia-o afagando suas costas e seus cabelos.
Até que Lion se afastou um pouco.
- And eu... Você quer ser minha namorada? - perguntou ele fitando-a intensamente.
And que estava com os braços em volta dele enquanto a enlaçava pela cintura. Baixou-os passando pelo peito dele. Era rijo, quente... Há havia visto mas jamais tocado.
- Não...
- Você não gosta de mim?
And baixou os olhos. Não podia namorar com ele estando noiva de outro. Estava confusa demais para pensar em tudo. Ele era e fazia seu coração disparar toda vez que o via. Era algo lindo, suave, do qual ela nunca havia sentido com Cole.
- Sim. Eu gosto de você, mas...
- Tem medo do que seu pai pode dizer sobre isso?
And assentiu. Também era isso.
- Mas... Você deixa seu pai decidir sobre seus namorados?
And estremeceu. Também era isso.
- Mas... Você deixa seu pai decidir sobre seus namorados?
Então ela se afastou.
- Por favor, Lion... Entenda! É que... Meu pai só tem a mim! E... Você não entenderia! - assim ela tentou sair dos braços dele mas o mesmo a prendeu.
And não queria perde-lo. Encostou a cabeça em seu ombro.
- Está bem. Aceito, então!
E voltaram a se beijar.

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Marquesas
RandomAndie Marquis Foster. O nome grande para uma jovem de dezoito anos que vestia-se para o seu prematuro casamento, enquanto olhava para a foto da falecida mãe. Terna, selvagem... Eram tantas as descrições atribuídas que ela desejava saber o motivo do...