Marquesas

31.

         ...eu nunca aceitei o seu pai do jeito que ele era... chato, sonhador, tão certa e realista, que não pude aceita-lo do jeito que ele era. Quando me abandonou por outra, então eu vi que o amava... fiquei revoltadíssima, lutei para que ficasse comigo... para que voltasse... mas ele... ele já estava muito apaixonado por ela... eu o havia perdido para sempre... até que ele morreu. – e Court começou a soluçar.
        - Mamãe, eu...
        - Lion.. eu descobri que amava o Gus, tarde demais. Nós éramos felizes, filho.. eu não quero que... você... que você fique assim por causa dessa menina...
        Lion nunca havia imaginado que seu pai abandonara a mãe por causa de outra mulher. Antes, tudo o que ela dizia era que eles haviam podido viver juntos, em paz!
         Uma viagem feita pela família e eles só brigavam, dia e noite... depois não mais no mesmo quarto...
         - Mas mãe... e meu pai... quero dizer... vocês não eram felizes? Como alguém pode deixar de gostar de alguém, assim, desse jeito?
        A mulher virou-se, apertando os olhos de onde escorreram mais lágrimas.
        - Sim. Nós éramos felizes... eu não gostava muito do trabalho dele... tínhamos algumas divergência sobre o modo como víamos a vida... mas fomos felizes. Até que aquela mulher apareceu... você entende o que eu quero dizer, não é Lion?
        - Uma mulher... – Lion passou a mão pelos cabelos curtos, espantando com a coincidência do destino! Sofrer como o pai! Por uma mulher!
        Suspirou.
        - E a senhor sabe se ele... fez o que fez com a vida, por causa...?
        - Sim... foi por ela! – então ela virou-se para o filho – Você entende? Eu não quero perder você pelo mesmo motivo que perdi seu pai! Você está destruindo um destino lindo por causa dessa menina.
         Lion afastou-se, fechando os olhos, abatido.
         - Filho... não faça isso com sua vida, por favor! Não me abandone como o seu pai fez!
         Lion abraçou a mãe, confortando-a naquela dor que ela já sentia e pela qual sofria, sozinha há anos!
        - Me perdoe, mãe! Por favor, me perdoe!
        - Eu te amo, filho... você é tudo o que eu tenho!

* * *

         - NÃO... NÃO É VERDADE! MINHA MÃE ERA UMA DROGADA! NUNCA FOI! EU NÃO QUERO ACREDITAR NISSO! NÃO VOU ACREDITAR NISSO! – berrava Andie tapando os ouvidos com as mãos. Não podia ser verdade tudo aquilo! Não podia... então saiu correndo do quarto.
         - ANDIE, VOLTE AQUI! DEIXE DE SER INFANTIL! VOCÊ TEM QUE ENTENDER A VERDADE! TEM QUE ACEITAR!
         A jovem saiu correndo, Malcolm logo atrás.
        - ANDIE! – gritou Umah.
        - Mas que gritaria é essa, aqui? – vociferou Sam saindo do seu escritório.
        - Sua filha! Essa menina está louca! Não quer entender a verdade sobre a mãe dela! – respondeu Umah ouvindo a porta da frente bater.
        Sam engoliu em seco.
        - Então você disse?
        - Sim... agora vamos ver o que ela vai fazer com essa informação.

* * *

        And abriu a porta do prédio e corre para a rua.
        Estava completamente perdida! Não queria aceitar aquela situação! Uma vontade de ser a mao que escreveria aquela história para ter uma vida normal, como todos. Enquanto correu... correu tudo o que suas pernas podiam... lagrimas escorrendo pelo rosto.
         De repente um taxi vindo do fim da rua parou ao seu lado.
         - Senhorita... – era Paul – mas o que está acontecendo? E ... Malcolm... – ele oparou ao ver o cachorro ao lado, alerta para tudo.
         And diminuiu a marcha e colocou as mãos no rosto, caindo ajoelhada no chão em prantos.
         - Ah Paul... é uma tragédia! – disse a menina.
         - Venha! Entre aqui... vamos para um lugar mais sossegado!
          Minutos depois, estavam em uma lanchonete, And contando tudo o que descobrira.
         - Eu não posso aceitar isso, Paul... não posso... minha mãe... ela não era isso! E... foi tudo por causa do Lion... – disse ela por fim, enxugando o osto banhado de lagrimas.
          Paul levantou-lhe o rosto com o dedo.
          - Como assim, por causa do Lion? Se eu bem sei, ele tinha apenas sete anos quando isso aconteceu! E ele morava lá em Nevada, voce aqui... junto com sua mãe!
          And afastou o rosto da mão dele.
          - De qualquer forma... eu nunca pude...
         - ...escolher o que você queria? – Paul a fitava intensamente – como assim? Voce escolheu o Cole, quando tinha treze anos? Não foi voce que ecidiu assumir uma responsabilidade séria na hora em que todas as meninas ainda brincavam de boneca?
         And levantou o rosto para o motorista massegava a cabeça de Malcolm, como se o conhecesse.
         - Escute aqui! Por que você está aqui? Me respeite ou....
         - Vai mandar seu pai me despedir? – Paul tinha um brilho intenso nos olhos negros – Saiba que eu sair daqui o senhor Foster não é o único homem que precisa de um motorista, viu? Al'pem do mais, eu já trabalhei para famílias melhores que a sua.
         - NÃO OUSE FALAR ASSIM, COMIGO! – And gritou e levantou-se da cadeira.