- Não pode ser ... - murmurou aproximando-se da mulher - com licença!
A mulher a fitou com uma feição séria. Era bonita... continuava bonita... aliás, mais bonita.
- Pois não?
- A senhora é Gwen Marques? - a adolescente perguntou e a mulher assentiu e então a fitando. Era parecida com alguém que não via há muito tempo.
Alguém que...
- Você... você é filha da Camillie. Andie. - ela parecia pálida.
And abriu um largo sorriso, emocionada.
- Meu Deus, And... - a mulher foi levantando-se quase derrubando o que estava a mesa e a própria cadeira onde estava sentada.
- Oh meu Deus, Andie... como você está linda!
- Tia Gwen... - a menina a abraçou os presentes curiosos sem saber que se tratava de pessoas que não se viam há anos.
Até que um homem as interrompeu.
- Senhora... - chamou - seu pedido está pronto. - e ele entregou a ela um caixa de papel decorada com o holograma da lanchonete. A para a mocinha... seu lanche!
Ambas os pegaram, ainda emocionadas.
- Puxa vida... e que belo cachorrinho você tem ai... está interessado no seu lanche...
And sorriu e abaixou a mão para Malcolm.
- Malcolm... - ela disse e então Gwen levantou-se, olhando ao relógio.
- Você pode me acompanhar? Tenho que entregar uma coisa para a sua outra tia Betty. Você se lembra dela?
And sorriu. Era como se tudo viesse à memória... no final das contas, havia disso bom terem isso para aquela cidade.
- Acho que sim. - era logico que ela lembrava. Betty era a outra irmã da mãe. A do meio.
- Então... entrem... - a fitou como se pensasse algo e sorriu - você poderia vir comigo até minha casa, não é?
And sorriu e logo estava sendo levada para um lugar onde sabia ser o encontro com suas origens.
- E seu pai, como está? - perguntou.
And fez uma careta, meneando a cabeça.
- Não muito, se você ficou sabendo... todos esses problemas que passam o tempo todo na TV... - ela quase não conseguia falar sobre a policia e o pai na mesma frase.
- E... você acha que é real? Ele fez isso mesmo?
- Não sei. Na verdade, eu nunca fui informada qualquer coisa. E depois do casamento com a Umah...
- Nos queríamos que você viesse nos visitar. Cansamos de ligar... ate que desistimos. Você sempre tinha algo para fazer...
And assentiu. Se elas sobressem que ela estava vivendo agora.
- Eu... - ela queria dizer que nunca ficara sabendo daquilo, como percebera a tia.
Então começou a se sentir inconformada porque achava que elas não querias aber dela.
- Tinha que ficar com papai. - disse somente. Ele, no começo havia ficado muito só.
Minutos depois de percorrer as belas ruas de Nevada, até uma movimentada lanchonete de nome "Marque's Burguer".
A menina sorriu. Era como uma nova realidade, ver o sobrenome da mãe associado a coisas boas.
- Que legal. Normalmente, eu sempre ouço tão mal sobre o nosso Marques!
A mulher sorriu para ela, consternada. Imaginava.
- Aqui é assim. Parte do nosso negócio de família.
- Sim. E meu pai fica sempre tão nervoso quando meocinam ou me chamam só por ele...
A tia assentiu e a fitou. Apesar de tudo, erauma menina que não tivera problemas ou necessidades. Sam poderia ser um crápula mas gostava da filha.
Depois de uns minutos, conhecendo as belas avenidas de Nevada.
- Vamos lá! - disse pegando caixinha - Bety ficará feliz m vê-la.
- E eu posso deixar Malcolm onde? - ela perguntou, olhando para o cachorro que deitava encima das patas dianteiras.
- Ali nos fundos. Leve-o até ali...
And assentiu e logo estavam entrando na casa, moveis modernos, desenhos em quadros parede, lembrando um antigo fast food.
Sem cumprimentar ninguem, elas entraram, passando pelas mesas espalhadas de forma decorativa, o chão quadriculado de branco e preto, dando uma aspeto antigo e aconchegante.
- DROGA, LARRY! VÁ VER SE MINHA IRMÃ ESTÁ CHEGANDO! MEU DEUS... COMO ELA É MOLE... - uma voz se fez ouvir do lado de dentro, a porta se abrindo e fazendo com que too o salão ficasse meio enfumaçado e cheirando a bacon.
- Não sou tão mole assim, Betty! - Gwen falou entregando a ele o pacote de papel.
- Também pudera... - disse a mulher - Poxa vida, Gwen... eu... - então a parou a ver And. Olhou pra a irmã - Quem é ela? Estamos entrevistando alguma garota pra trabalhar conosco?
- Não Betty... ah... não vá dizer que ela não te lembra ninguém?
Betty deu uma tragada no cigarro cerrando os olhos por causa da fumaça.
- Hã... não me lembro não... - disse colocando a bituca de cigarro no cinzeiro enquanto a fumaça brotava de seus lábios.
Betty era uma mulher totalmente geniosa, como And pode perceber.
- Nossa sobrinha Andie Marques... filha da nossa irmã Camille.
And abriu um meio sorriso e ao instante em que diria um "oi", esta fechou o cenho.
- Ah... então agora que Sam está mostrando o vagabundo que é você resolve vir nos ver? - indagou com total desdém.
And engoliu em seco. Ela era além de geniosa, muito amarga. Com toda dignidade, lembrou-se que a tia era daquele jeito mesmo. Totalmente estupida.
-Tia Gwen... com quem eu posso falar para pegar o Malcolm?
Gwen engoliu em seco, olhando de forma estranhapara a irmã. Em sua mente, veio muitas lembranças, inclusive algumas de quandoela presenciara a mãe brigando com aquela irmã.
- And me espere lá fora, tudo bem? - pediu abrindo a porta - Se quer peça algo para comer o Larry! E falo com ele...
Andie foi, desapontada, e ficou lá, sentada em uma das mesas, pensando em como era desconfortável sua situação, o orgulho de Sam.
De onde estava ouviu a voz de Gwen, ao gritar com a outra.
- POR DEUS, BETTY! DEIXE DE SER IGNORANTE! VOCE SABE MUITO BEM, TANTO QUANTO EU, QUE SAM É UM VERDADEIRO ORDINARIO!
Engolindo em seco todas as lágrimas queimaram rolar, por seu rosto, And levantando-se decidida. Iria pegar Malcolm e esquecer que tinha tias e que as reconhecera um dia.
Era seu decimo oitavo aniversário e ela estava praticamente sozinha. Sua família era a coisa mais louca que ela vira. Mas por quê? Era sua família...
Estava levantando-se para ir embora quando ouviu a porta da sala se abrir e Betty sair. Estava toda afobada.
- Eu... me desculpe, já estava indo embora e... - ia dizendo, porém a mulher se conteve.
- Onde vai passar o próximo final de semana?
Era uma trégua.
And abriu um meio sorriso e a outra tia lhe sorriu cúmplice.
Betty percebeu a carência daquela menina que era tão parecida com a irresponsável que fora a mãe dela.
- Eu... fugi do... lugar... onde estamos ficando... só queria... passar meu aniversário sem toda aquele tensão...
- Ah... então hoje é seu aniversário? - Gwen estava radiante quando foi abraça-la tentando imaginar quantos anos estaria fazendo.
- Dezoito. - Andie sorriu, meio sem jeito.
Betty engoliu em seco. Parecia que a história insistia em se repetir para as Marquesas. Elas não estavam conseguindo ter essa bela festa com paz, ser feliz depois...
Bem, pelo menos assim havia sido com a mãe, Camille e agora com And.
- Bom... acho que temos que comemorar esta data, não é? - disse abrindo os braços para dar dum abraço na garota.
And sorriu e em poucos minutos todos os clientes da lanchonete marques viram sua dura anfitriã almoçando com a sócia e irmã juntas com uma garota ruiva.
- Agora me diga... o que Sam disse que quando viu você com essas tatuagens e esses brincos no corpo... bem, meu marido não gostou nada-nada quando minha filha chegou em casa com isso! Imagino que ele "deu cria", não? - disse Betty.
And sorriu divertida com o jeito debochado da tia.
- Bem... eu imagino que ele vá dar "cria"! - conseguiu.
Mordendo um pedaço de torta, Gwen arregalou os olhos, petrificada, e ao mesmo tempo desejosa de saber o que o cunhado diria.
- Então ele não sabe? - ela indagou.
- Não. Papai tem andado muito preocupada com outras coisas ultimamente. - disse. Então lembrou-se da madrasta e do ex-noivo - Já Umah e Cole... eu não sei, não... -e tomou seu refrigerante.
As tias se entreolharam, surpresas.
- Umah e Cole? - indagou Gwen.
- Você não está falando dos irmãos Singer, não, está? Aquela crente hipócrita e mentirosa... pensa que alguém engole a história daquele cabelo dela que não cresce...
And sentiu-se uma tola e ao mesmo aliviada.
- Sim. - assentiu.
Betty colocou a mão na boca, segurando uma risada. Definitivamente aquela mulher não tinha papas na língua.
- Ah, me desculpe...
- Tudo bem. Mas eu não sabia que vocês se conheciam... - disse And.
- Conhecemos sim. Ela vivia dando encima do Sam quando a Camille era viva. - disse Gwen.
- Verdade. E parece que conseguiu, não é?
Está mais que certo que quem espera sempre alcança! - disse Betty pegando um pedaço da torta que foi comida aos pequenos pedacinhos - E o Cole? Esse é o nome do irmão dela, não é?
- Sim... Cole Singer. Papai queria que eu ma casasse com ele.
- Santo Deus! - Gwen exclamou colocando a mão na boca, quase engasgando com o suco.
Percebendo o nervosismo das duas, And lhes contou tudo o que acontecera com aquele lado da família que elas haviam procurado esquecer desde a morda da irmão.
E já era tarde quando elas terminaram de conversar. Era quase noite e elas nem haviam percebido.
- Pois é... e agora eu não sei o chilique que minha madrasta vai ter quando descobrir que eu fiz as tatuagens e coloquei as joias...
- Ela nem tem moral para te condenar... - disse Betty direta como sempre.
- Eu concordo com a Betty, And. - disse a outra tia - Desculpe-me mas a Umah é uma hipócrita.
- Verdade... - And estava agradecida por aquele dia. Mas já era hora de partir - Bom... tenho que ir. Meu pai pode estar preocupado e...
- Nada disso. - cortou Betty levantando-se no mesmo instante que ela - Você está completando dezoito anos hoje e praticamente não está curtindo como se deve.
And balançou a cabeça sem nada entender.
- Ora... vamos à minha casa. Eu quero que você conheça o resto da família. Eles, assim como eu, têm um péssimo conceito sobre a sua pessoa e você deve corrigir isso.
And assentiu, como um meio sorriso. Ela era daquela forma e pronto.
- Se eu chegar muito tarde...
- Não se preocupe. - cortou Gwen - Nós a levaremos para casa.
- Está bem, então... - disse And concordando. Afinal elas eram suas tias.

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Marquesas
DiversosAndie Marquis Foster. O nome grande para uma jovem de dezoito anos que vestia-se para o seu prematuro casamento, enquanto olhava para a foto da falecida mãe. Terna, selvagem... Eram tantas as descrições atribuídas que ela desejava saber o motivo do...