15.

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    - Ai... Estou com medo! - exclamou And de olhos fechados, o delicioso cheiro de pêssego, vindo do xampu com o qual lavara o cabelo.
     Sentiu-se ser penteada, e umas mechas caíram abaixo de seus lábios, como uma franja, agora de tamanho médio.
     - Qual é, And! - disse Britany - Olhe... Se eu fosse você confiaria neles. Fazem ótimos serviços.
     And sentia as mãos unidas quando tocou uma com a outra, trancando os dedos em um gesto de total nervosismo.
     - É... Acho que vocês têm razão. - e foi abrindo os olhos, devagarinho.
     Então And começou a abri-los devagar. O corte era elegante, moderno, pratico... não exigia muitos cuidados, as pontas desfiadas na altura do queixo, a franja e o resto batendo abaixo das costas.
     - Meu Deus! Mas... - passou a mão por eles que saíram do lugar e voltaram no mesmo instante, sedosos e brilhantes, emoldurando seu rosto - É... É lindo!
     Kelly sorriu de forma modesta, acostumado a ouvir aqueles tipos de contentamento.
     - Que bom que gostou. Eu acho que você escolheu o penteado certo. Combinou com seu rosto.
     - Uh lala... Agora está faltando uma bela maquiagem. Leve e suave como seu tom de pele... - Priscila aproximou-se e tocou o rosto de And por trás, puxando a franja que caía nos olhos.
     And sorriu contente com a nova aparência e se levantou, os cabelos voltando ao penteado anterior.
     - Ah... eu adoraria que me pentessem, me maquiassem... Mas acho que de nada vai adiantar... - com gosto afastou a mecha dos cabelos dos olhos - daqui há pouco eu vou nadar com meus amigos do clube!
     - Mas que gracinha... Então realmente é melhor você não se maquiar. - Priscila comentou procurando algo em uma gaveta dali.
     Pegou um pequeno estojo.
     - Mas eu te dou isso de presente...
     Lá dentro havia de tudo. Batom,  brilho, blush, delineador, enfim, tudo o que ela precisava.
     - É tudo lindo. Eu... Não sei como agradecer... - disse And - olhe Brittany... Não é lindo?
     A jovem aproximou-se com um sorriso.
     - Com certeza.
     Slash e Carl se entreolharam, impacientes.
     - Venha cá! Será que não está na hora de ir embora? - perguntou Slash.
     And bateu na testa e olhou o relógio.
     - É mesmo. Eu vou indo. Ainda tenho que ir ao shopping comprar umas roupas novas!
     - É isso aí!
     And tirou umas notas do bolso e pagou, então foram embora. Quando chegaram ao local indicado quase arregalou os olhos, espantada.
     - Meu Deus... - balbuciou olhando o alto prédio de vários andares.
     - É lindo! - disse  enquanto Cath abria a porta para que ela saltasse.
     Britany, Slash e Carl ficaram estupefatos.
     - Espere aí... Você... Você nunca esteve num shopping? - perguntou Britany.
     - Não... Umah só deixava eu ir nas boutiques das mulheres da comunidade! - respondeu And.
     - Então vamos lá. - Slash puxou And pelo braço e entrou junto com Cath, Carl e Britany no shopping.
     And ficou maravilhada com a beleza das pessoas e das lojas.
     - Santo Deus! É tudo maravilhoso! - disse And enquanto subiam pela escada rolante, até às lojas de roupas no terceiro andar.
     Chegando lá, entraram em uma loja.
     - Sim. - respondeu And e logo foi questionada sobre ser ou não parente se Camille Marques!
     Ela começava a perceber  que muitas pessoas conheciam sua mãe.
     - Ela era uma boa mulher. Totalmente livre... - disse uma pessoa, a feição demonstrando admiração e saudade.
     Não a tratavam com o desdém como no meio em que ela vivia.
     - Eu só a conheci até nos cinco anos...
     - Que pena... Meus pêsames...
     Nas outras lojas que se seguiram And percebeu que sua mãe era realmente querida. Falavam dela com saudade, e a medida que ia trocando de roupa, Slash e Carl percebendo o quanto And era bonita.
     Era como um gata borralheira transformando-se em uma princesa.
     - E então? - perguntou ela mostrando-se se calça jeans e  blusa combinação preta - Como estou?
     Os dois sorriram.
     - Uma beleza... - disse Slash.
     Ao final de tudo, foram tomar um lanche na praça de alimentação no primeiro andar.
     - Que delícia! Eu nunca me diverti tanto! - disse And com um sorriso, comendo uma batata frita, o refrigerante ali ao lado.
      - Você tem que ver como que é de verdade... - Brittany sorriu comendo a sua - o que acha de sairmos este final de semana para uma festa?
     Uma danceteria!!!
     - Acho ótimo. Meus pais estão viajando mesmo... - disse com um sorriso.
     - Mas And, será que não é arriscado? Quero dizer... Se seu pai brigar... - Slash preocupou-se.
     - Não me preocuparei... Acho que minha vida começou e eu quero viver assim para sempre... - And terminou o hambúrguer.
     - É isso aí, And! Você nunca pode escolher nada... Escolha pelo menos uma vez na vida... - Carl sorriu super contente.
     - Você tem toda razão! - concordou Cath - Hã... Bem que Sam merece isto... - resmungou por último.
     Britany franziu o cenho e a fitou.
     - O que disse?
     - Nada não... - levantou-se olhando ao relógio - And está na hora de você voltar para casa. É quase meio dia e meia...
      And levantou-se.
      - É mesmo. Daqui a pouco o papai vai telefonar  perguntando-me como é...
      - Então vamos embora. Daqui a pouco temos que estar no clube.

* * *

     - Ah... - gemeu Umah em espasmos, apertando o corpo sobre do motorista, sentindo-o totalmente dentro dela, gozar violentamente.
     Saiu de cima dele e foi pegar no chão a calcinha e a saia comprida que havia sido atirada ao chão, no momento de saciar a paixão de Umah.
     - Na verdade eu gosto mesmo disso...
     Paul vestiu-se correndo. Também gostava de ter o prazer de comer a primeira é honestíssima dama do Houston Bank, enquanto Foster não sabia nada. Não comentava com ninguém porque era algo desconhecido aos olhos de todos mas morria de medo se um dia Samuel viesse a saber. Ele podia capa-lo.
     - Bem, deixe-me tomar um banho agora! - disse ela indo para o banheiro. Quando terminou de fechar a porta Samuel entrou.
     - Ah... Que bom que eu o encontrei... - disse ele olhando para tudo com uma feição estranha - onde estão os papéis que eu mandei você guardar? - perguntou sentando-se na cama.
     - Estão aqui, senhor! - Paul tirou-os de um pequeno baú encima da cômoda.
     Sam pegou-os e os leu, com total atenção.
     - É... Parece que está tudo certo. Meus parabéns. Agora quero minha mercadoria. Onde o colocou...
     Paul ajoelhou até embaixo da cama e puxou outro baú.
     - Aqui, senhor! - arrastou-o até ele.
     Sam abriu-o e sorriu.
     - É... Está ótimo. - Fitou-o - Umah viu?
     - Não senhor!
     - Ótimo. - pegou umas notas do bolso e estendeu a ele - Muito obrigado. Agora saia!
     Paul pegou o dinheiro e obedeceu.

     
* * *

     - Meus irmãos e minhas irmãs, vamos abençoar este alimento que agora teremos. Ele é totalmente nosso, nos dado pelo nosso Deus...
     - Com licença, pastor... - chamou um rapazinho vestido de terno e gravata, belamente como todo os homens ali presentes - tem um telefone para o senhor.
     Herbert franziu o cenho. Quem seria? O jeito seria atender já que poderia ser um de seus fiéis, protetores do seu rebanho, disperso.
     - Meus irmãos... Estava eu contido em meu discurso, queria terminar mas um irmão problemático, me chama na capital. Deuxarei-os com nossa querida e bondosa irmã, Umah Foster!
     Todos aplaudiram e Umah levantou-se.
     - Obrigado pela honra, pastor! - disse ela com um sorriso, indo até ele - E eu agradeço a todos, também pela ajuda e carinho...
     Ao longe Paul observou as condecorações que o pastor Herbert fez para Umah.
     Tragou o cigarro e sorriu, de forma irônica.
     - Imagine... Bondosa senhora Foster... Ah se eles soubessem... - tocou o peso metal no bolso - tenho pouco tempo para resolver tudo isso...

    

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