Quando Tudo Saiu Do Meu Controle

Surto

Um bom tempo desde a confusão com Anna já havia passado e eu e Alex estávamos tranquilos, porque Cristina não tinha feito nenhuma confusão ainda, então pensamos que isso não aconteceria.

Era segunda-feira, um dia mais frio que o normal, até neve tivemos, o chefe já havia dado a ordem para que nos preparassemos para a chegada de prováveis acidentes por conta do clima.

Tivemos também a ordem de trocar os grupos de orientadores, Cristina acabou ficando com o meu e eu com o dela, mas eu nem tinha me ligado que Anna pertencia ao meu grupo, só fui me tocar quando Alex veio falar comigo.

- Como se sente tendo deixado seu grupo nas mãos de Cristina sabendo que Anna está lá??

Nessa hora parei tudo que estava fazendo e fiquei paralizada, como pudeme esquecer desse detalhe, ai meu Deus.

- Ah não, droga. Eu nem me toquei Alex!!!

Depois disso segui meu dia aflita e com medo de que Yang fizesse algo movida pela raiva.

Pensei que estava tudo bem e que nada aconteceria, porém pensei errado, para variar.

Estava passando as visitas da tarde quando cheguei em um corredor onde coincidentemente estavam Anna e Cristina sozinhas no quarto de um paciente que estava em coma. Resolvi ficar ali por perto.

Entrei atrás do balcão de atendimentos e fiquei ali apenas observando, a cara com que Cristina encarava nossa "querida amiga" chegava a ser engraçado e Anna como sempre, se mantia a mesma debochada de sempre.

Até que a Johan cometeu um erro, deixou uma bandeja com materiais estéreis cair no chão, Cristina viu ali sua oportunidade de colocar tudo para fora.

- GAROTA! - gritou minha amiga nervosa.

- Quem você pensa que é para me chamar de garota Cristina? - berrou ainda mais alto a enfermeira.

- Ah, agora a bonita não sabe quem eu sou? Vamos refrescar sua memória! - Yang disse revoltada - Eu sou Dra. Yang e nunca te dei a intimidade para me chamar de Cristina, eu sou sua professora, você me deve respeito garota, e eu a chamo de garota sim, poisas suas atitudes são de uma adolescente de 13 anos, na verdade até piores. Você aqui dentro desse hospital não tem importância alguma Johan, você precisa do meu ensinamento e de todos os outros e se nós não te acharmos capacitada, ESQUEÇA. - terminou dizendo em bom e alto tom.

- Sim Dra. Yang.

- E mais uma coisa garota - Yang estava falando mais baixo, então tive que ne aproximar, parei bem na porta mas não fui percebida por ninguém - Com a Meredith Grey ninguém mexe, ela sabe sim se defender sozinha, mas você não tem a menor moral para falar um A para ela que não seja em tom respeitoso, pouco me importo se vocês se conhecem a muito tempo, não me faz diferença, eu soube o que você aprontou e tenho as minhas testemunhas então menina, não ouse em fazer mais NADA? É inteligente o suficiente para me entender? - perguntou ela e Anna assentiu com um sorriso irônico em seus lábios. - Agora você pega esse seu sorrizinho ai e sai daqui antes que eu acabe com cada dentinho seu, vai embora daqui e não aparece mais.

Johan saiu revoltada e quando me viu na porta ainda teve a audácia de parar e cuspir no chão.

Entrei batendo palmas e rindo do que ela havia feito.

- Eu nunca duvidei de você Cristina Yang, eu nunca duvidei. - disse rindo e sentando-me ao seu lado.

- Eu avisei que ela teria o que merece, com a gente ninguém mexe não doída. - disse rindo e fazendo uns sinais estranhos com as mãos.

Quando saímos do quarto e descemos as escadas vi meus filhos que haviam acabado de chegar com Alex, mas ao virar mais meu corpo para vê-los, Anna estava conversando com minhas crianças, eu logo cheguei e intervi.

- Oi meus amores, que saudade, agora vamos, não quero vocês com ela. - disse me sentindo muito incomodada.

- Mas mamãe a tia Anna é tão legal! - disse Zola olhando-a e sorrindo.

Nessa hora minha vontade foi de surtar mas eu apenas me controlei e respirei fundo, não iria me rebaixar ao nível dela, mas não mesmo.

Pegamos Zola e Bailey e os levamos para a sala dos médicos para que esperassem a gente se arrumar por ali mesmo, enquanto eu me arrumava Cristina contava histórias sobre a "Terrível enfermeira Anna" para as crianças.

Se aquilo foi certo? Não sabemos, mas era muitíssimo engraçado.

Como as crianças estavam de férias e era dia de Derek buscá-los ele resolveu que os buscaria no hospital mesmo, eu apenas concordei.

Estávamos no saguão esperando por Derek e também por Alex que tinha se enrolado em algumas coisas e não terminou seus afazeres à tempo. Eu e Cristina brincávamos com as crianças quando Anna chegou e começou a querer forçar a amizade, até as crianças a ignoraram, eu apenas observava tudo.

Quando Derek chegou Bailey saiu correndo à seu encontro gritando e sorrindo alegre, Zola por ser mais tímidas e mais velha resolveu ir na calmaria mesmo.

O que foi surpresa para nós foi Derek ter se aproximado e nos cumprimentado, com um oizinho mais falso que não sei o que, mas ok, logo entendemos porque ele havia chegado tão perto de nós, Anna estava lá.

Quando ele chegou perto logo ela já se levantou e foi ao seu encontro, se cumprimentaram com um beijo e um abraço apertado.

- Apresento à vocês minha nova companheira, Anna.

Acho que ele esperava que levantassemos e soltassemos fogos de alegria por causa da felicidade.

- Parabéns ué, mas já sabíamos. - nos olhamos, respondemos apenas isso e demos um sorriso amarelado.

Ele demonstrou decepção e ficou me olhando fixamente, mas apenas revirei os olhos e dei de ombros.

Finalmente eles viraram as costas e foram de encontro às crianças que não quiseram dar às mãos para a nova madrasta. Quando me dei conta Cristina estava me encarando como se nunca tivesse me visto na vida.

- Ai meu Deus o que foi Cristina nunca me viu não sua tonta?!

- Não amiga, não é isso, eu apenas estou esperando sua reação em relação a tudo isso, cadê os surtos de raiva, o choro, o drama e tudo aquilo que você faz?

- Hoje acho que não tem reação.

Ela bateu palminhas, nisso Alex chegou e estávamos prontos para ir embora.

Fui no banco traseiro e pensando no que Cristina tinha me falado "estou esperandosua reação", não me irrito com isso era apenas a verdade.

Finalmente eu não havia dado importância ao fato de ter Derek respirado o mesmo ar que eu e ter estado perto de mim, o sentimento de orgulho tomou conta de mim.

Eu estava mudando mais ainda e não sabia!