Capítulo 10 - Perrie

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[Naquele mesmo dia, 19:30 da noite]

Jade narrando:

- Não foi nada Jesy, eu só precisei ficar até mais tarde hoje no trabalho, ultimamente eu ando tendo mais tarefas do que de costume por causa de algumas transferências, contratação de novos funcionários e enfim, questões burocráticas. Aquelas coisas chatas de empresa que não vale a pena explicar.

Falei tentando manter a minha voz o mais natural e descontraída possível enquanto explicava pra Jesy ao telefone o porquê que o meu celular ficou desligado a tarde inteira e eu só pude atendê-la agora de noite.

- Nossa Jade, que susto. Que susto mesmo, eu e Leigh ficamos achando que você não ligou porque estava vindo pra , mas o horário de visitas acabou e nada de você aparecer.

- Sinto muito por não ter avisado. - Falei, sentindo minha garganta quase formar um nó, só por ouvir o nome de Leigh, e meus olhos já começavam a encher de lágrimas de novo. - Jesy... - controlei rapidamente minhas emoções e continuei - Eu to bem cansada, acabei de chegar nesse momento em casa e nem troquei de roupa ainda. Será que a gente pode se falar depois?

- Oh sim, claro Jade, desculpa. - Jesy responde parecendo sem graça - liguei mesmo porque estava preocupada mas agora que sei que está tudo bem, eu vou falar com a...

- Fala sim! - cortei Jesy antes que ela pudesse dizer aquele nome novamente, eu não estava mais suportando aquela dor dentro de mim. - Até mais Jesy, boa noite.

- Ahn... Okay, boa noite Jade.

Encerrei a ligação e joguei o celular em cima da cama ao meu lado. Eu estava sentada no cantinho dela, com a luz do quarto apagada e encolhida, abraçando as minhas pernas. Harvey estava deitado ali bem pertinho de mim e enrolado em si mesmo, enquanto seus olhos enormes e castanhos brilhavam no escuro, olhando pra mim.

- Meu amor... - Sussurrei com voz embargada pelas lágrimas e acariciei sua cabeça enquanto ele se levantava e vinha lentamente até mim, se empinando em minha perna como se tivesse pedindo colo. Então eu abaixei minhas duas pernas e ele subiu em cima de mim vindo direto lamber meu rosto - Harvey... Não... Pára... - sussurrei tentando desviar de sua língua lambuzando meu rosto todo.

Eu estava me sentindo tão triste e sem chão desde que cheguei em casa à duas horas atrás, que sequer brinquei com ele, como sempre costumo fazer toda vez que chego em casa.

E ele também percebeu que eu não estava bem, então não ficou atrás de mim agitado e latindo querendo minha atenção, apenas me seguiu e se aninhou junto comigo nessa cama assim que eu tomei um banho, coloquei meu pijama de dormir e me isolei dentro do lugar que mais me trazia lembranças da minha esposa dentro desse apartamento.

Olhando a nossa foto de casamento em cima da cabeceira ao lado da nossa cama de casal, as várias medalhas que ela ganhou desde o início de sua carreira penduradas numa parede e na outra parede um quadro grande com uma foto dela tão linda com seu uniforme de marinheira, batendo continência e sorrindo no dia que ela foi nomeada como sargenta. Só o simples fato de eu vê-la sorrindo feliz daquela forma, já tornava a dor dentro de mim menos sufocante, e me fazia esquecer que o meu mundo estava prestes a desabar...

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