Demorou para que Valéria caísse no sono dessa vez. Patrick havia comprado pomada, passado nos hematomas da garota, dado um pouco de comida e colocado ela para dormir. Quando a garota ia fechando os olhos, o barulho do vento a assustava e Valéria olhava para a porta temerosa.
No fim das contas, Patrick se viu cantando uma música que sua mãe cantava quando era pequeno:
-Se o Espírito de Deus se move em mim
Eu canto como o Rei Davi!
Se o Espírito de Deus se move em mim
Eu canto como o Rei Davi!
Eu canto, eu canto, eu canto como o Rei Davi
Eu canto, eu canto, eu canto como o Rei DaviValéria respirava tranquilamente e Patrick a observou procurando alguns sinais dele na garota, mas tudo que ele olhava, o rapaz via uma cópia idêntica de Jennifer. Até os cabelos loiros que Jennifer falava que eram de Patrick, o rapaz via que eles eram de um tom mais escuro.
Valéria não se parecia com Patrick, mas o rapaz não enxergava nada que pudesse dizer que ela não era filha dele mesmo.
O rapaz já estava quase se rendendo ao sono, quando Jennifer abriu a porta. Patrick deu uma leve espiada no relógio, eram quase duas horas da manhã.
-Oi. -Ele sussurrou, Patrick sabia que não era inteligente confrontar Jennifer naquele momento sobre as marcas de Valéria, mas só de pensar na dor que a garotinha sentia só do rapaz tocar em seus braços, fez com que seu sangue fervesse.
Jennifer o olhou como se Patrick não passasse de um simples conhecido. Seus olhos estavam vermelhos e o rapaz se perguntou se a moça estava chorando.
-Onde você estava? -Ele perguntou chegando mais perto. Jennifer continuou em silencio e Patrick respirou fundo para não perder a paciência. -É sério, Jenny. Precisamos conversar.
Jennifer cambaleou até Patrick e colocou as mãos no ombro do rapaz:
-Eu... Te amo. -Ela sussurrou e beijou sua bochecha. -Agora... Jenny quer dormir... -E foi deitar ao lado de Valéria.
Patrick deixou quieto quando seu estômago começou a se contorcer querendo vomitar.
O cheiro de Jennifer era de cocaína e álcool.
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Feito de Orgulho
Spiritual"Eu sempre fui o melhor. O melhor filho, o melhor aluno, o melhor das crianças da igreja, o melhor adolescente, o melhor jovem, o melhor Obreiro e consequentemente eu seria o melhor Pastor!" Patrick sempre esteve rodeado de pessoas que o admiravam...