Acerto de contas.

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Patrick sabia que havia sido cruel com Jennifer, mas ele não estava preparado para aquilo.

Ele não estava pronto para ser pai.

Depois de um longo dia de trabalho, quando o rapaz abriu a porta de seu quarto uma parte de si ficou decepcionado ao ver que realmente, Jennifer havia acatado com o seu pedido e não havia nenhum vestígio dela ali.

Certo, ela voltaria como sempre havia acontecido. Ela ia embora, mas sempre voltava.

Uma semana.

Três semanas.

Um mês.

Dois meses.

Três meses e finalmente Patrick entendeu que ela não voltaria.

No momento que a garota mais precisava de ajuda, Patrick virou as costas. O que ele havia feito? Que tipo de homem ele era?

Mas antes que sua consciência pudesse o acusar, Patrick deu de ombros e falou para si mesmo não se preocupar, aquele filho não era dele, até aonde ele sabia Jennifer poderia ficar com qualquer rapaz.

-Ei, Patrick. -Zeca, o dono do bar o chamou, tirando Patrick se seus pensamentos. -Vem aqui.

O rapaz terminou de passar pano em uma das mesas, jogou o pano de prato por cima do ombro e caminhou até Zeca.

-E aí?

-Preciso falar sério com você.

-Pode falar.

Zeca mordeu os lábios.

-Eu vou voltar para Santa Catarina, minha mãe acabou de ter um AVC e só eu estou perto para ajudar.

-Ela está bem? -Patrick perguntou preocupado.

-É uma situação delicada, por isso irei morar lá.

O rapaz começou a juntar os pontos.

-Você vai voltar?

-Acho que não, Patrick.

-Então sua casa, o bar...

-Eu irei vender.

-Então você vai ter que me despedir?

-Sim.

-Não! Zeca, por favor! Aonde vou conseguir outro emprego?

-Você é um bom rapaz, Patrick.

-Mas isso não adianta de nada! Ninguém vai querer contratar alguém como eu.

Alguém com tantos problemas, viciado em drogas e sem conhecimento acadêmico, ele pensou.

-Desculpe, mas eu realmente não posso fazer nada.

Patrick respirou fundo pensando no que seria a partir dali.

O rapaz tentou encontrar outro emprego, mas como ele suspeitava, ninguém queria alguém sem o ensino médio completo ou sem algum tipo de profissionalização.

Era mais difícil sair do fundo do poço do que Patrick imaginava. Por várias semanas ele lutou bravamente conta o seu desejo pela droga, mas cada vez que o tempo passava, seu dinheiro se tornava escasso, o aluguel Patrick não conseguia pagar, e seu vício não conseguia mais ser sustentado.

Mais uma vez, o jovem estava no meio da rua vivenciando seu inferno.

-Ei, você é o Patrick? -Um cara cheio de tatuagens o cutucou.

-Quem está perguntando? -O rapaz levantou o queixo.

O homem pegou a gola da camisa de Patrick e o levantou até estarem frente a frente. O rapaz tirou um revólver de dentro do bolso e cutucou com o cano a barriga de Patrick.

-Você está devendo mais de seiscentos reais só em cocaína.

-Eu vou pagar, calma.

-Garoto, você não me engana. Eu não nasci ontem! Sabe o que aconteceu com outros antes de você que usaram a mesma desculpa?

Patrick olhou para a arma suspeitando do que teria acontecido.

-Isso mesmo que você está pensando. Eu acabei com a raça de cada um, e posso dizer que a morte deles não foi rápida! -Ódio transbordava no olhar do homem. -Ou você me paga o que deve agora, ou vou estourar todos os seus miolos.

-Se você me matar, você estará fazendo um favor para mim.

Feito de OrgulhoOnde histórias criam vida. Descubra agora